quarta-feira, 31 de agosto de 2011

2 IRMAOS

Quarto de Bebê Dois Irmãos by Berta Gonçalez

Quarto de Bebê Dois Irmãos by Berta Gonçalez

Quer uma ideia para decorar o quarto do irmão mais velho que agora vai dividir o espaço com o novo bebê da casa? Se o quarto for grande como esse decorado por Berta Gonçalez, uma boa dica é escolher uma cor em comum e usar temas diferentes para cada irmão. Ela optou pelo azul com alguns detalhes em verde e papel de parede de listras com textura. No cantinho do bebê Henrique ela usou o tema carrinhos para o enxoval e enfeites de parede. Já no lado onde dorme o irmão mais velho, o tema é esportes, o preferido do Enzo, de 2 aninhos. O importante nesse caso é seguir a mesma linguagem em cada tema para conseguir uma harmonia perfeita no quarto e, ao mesmo tempo, respeitar a individualidade e as preferências de cada irmão. Os móveis também são todos da mesma linha, com traços mais retos. O berço de tela é bem moderno, tem rodízio com trava nos pés e gavetões. A cômoda e a cama do irmão também seguem um padrão bem atual.

PAIS PREJUDICAM?

Pais podem prejudicar o aprendizado da fala das crianças

Algumas atitudes dos pais podem atrasar o processo de desenvolvimento da fala das crianças.

Claro que não é intencional por parte dos adultos, já que as primeiras palavrinhas são mais do que esperadas. Na maioria das vezes, os pais estão apenas tentando ajudar a criança.

Criança com megafone

Um dos erros mais comum é corrigir a criança quando esta fala uma palavra incorreta ou repetir a palavra errada porque ficou “engraçadinho”.

Se os pais corrigem sempre a palavra errada, a criança pode ficar envergonhada e até irritada por ser constantemente corrigida e não querer falar mais. Já repetindo a palavra errada e achando graça os pais estarão incentivando a criança a continuar a falar errado. O ideal é repetir a palavra corretamente sem corrigir. Se a criança diz “Olha o tatorro”, os pais devem responder enfatizando a palavra correta “Cadê o cachorro? O que o cachorro está fazendo? Que bonito o cachorro!”. Indiretamente ele está ensinando a criança sem ser rígido ou até mesmo grosso.

Trocar o nome de um objeto por um mais fácil achando que ajudará a criança é errado também. Chamar a chupeta de “peta” ou a mamadeira de “Tetê” faz com que a criança tenha que aprender duas palavras para um mesmo objeto, podendo prejudicar e atrasar o desenvolvimento da linguagem.

Dizer “Té o seu bunetu?” em vez de “Quer o seu boneco?”. Isso pode atrasar o desenvolvimento de alguns sons e os pais também estarão incentivando a fala errada.

Diminutivos não são bem vindos para os pequenos que estão começando a falar. Dizendo carrinho para carro ou gatinho para gato os pais estão aumentando a palavra,, dificultando o entendimento e a produção da fala.

Estimule o pequeno a dizer o que ele quer - Um dos artifícios que as crianças usam quando estão começando a desenvolver a fala é o gesto. Aponta para a água quando quer água, para o brinquedo quando quer brincar ou mesmo para a cama quando quer dormir. Se os pais simplesmente executam o desejo da criança não estão criando nela a necessidade de falar. Falar é difícil para quem está começando e, se apontando tem o que quer, porque a criança vai querer falar? Os pais devem falar o que a criança quer antes de realizar o desejo e se a criança já produz alguns sons deixe que tente falar, mesmo que não saia o som correto, depois repita a palavra corretamente e faça o que a criança quer.

Uma das dicas mais importantes é conversar com a criança na sua altura, olho no olho. Abaixe-se e fale com os pequenos assim eles poderão ter um modelo visual, verão os movimentos dos lábios e língua, além do modelo auditivo. Até os três anos a criança pode falar alguns sonzinhos errados, mas todos devem entendê-la. Já aos cinco, a articulação da fala deve estar completa usando muito bem a linguagem.

Qualquer dúvida procure um fonoaudiólogo para uma avaliação da fala e linguagem da criança.

EMOÇAO

Trauma infantil

O trauma infantil pode ter origens diferentes mas sempre é muito doloroso e quase impossível suportar

Alguns casos:

- violência infantil - que se caracteriza por maus tratos físicos;

- abuso sexual - quando há qualquer tipo de contato sexual entre a criança e um adulto ou simplesmente pessoa mais velha;

- criança negligenciada física e ou emocionalmente - quando os responsáveis por ela não fornecem os cuidados básicos necessários e adequados;

- criança que sofreu acidente traumático ou testemunhou violência contra pessoa muito próxima e outras situações.

Menina solitária em aparente sofrimento

Dependendo do grau de fragilidade emocional apresentado pela criança, o estresse pós-traumático poderá ser mais profundo e difícil de lidar.

Certamente, cada caso é um caso e, de forma geral, a criança necessita urgentemente de apoio psicoemocional e de segurança.

Conversar com a criança várias vezes e sempre que necessário, favorecendo um espaço emocional para que possa expressar livremente seus sentimentos, sem críticas ou julgamentos. Muita gente acha que não se deve tocar no assunto, mas é completamente o inverso. Quanto mais a criança falar, mais vai aliviar sua dor e se conscientizar de que não teve culpa.

Se se trata de uma criança retraída, apática e calada, peça que desenhe suas emoções ou o que aconteceu, enfim, o que ela desejar e conseguir. O que não pode é fazer de conta que nada aconteceu, pois estará prejudicando a recuperação da criança, sua saúde física e mental, além de menosprezar seus sentimentos.

Apesar de não haver um modelo de comportamento ou de emoção expresso pela criança que vivenciou o trauma, as consequências são graves de tal forma que os pais ou responsáveis mais atentos, conseguem detectar que algo muito sério está acontecendo com seu filho.

A criança pode apresentar distúrbio do sono com pesadelos constantes, ansiedade mais exacerbada, estado de alerta como se a qualquer momento pudesse estar em perigo novamente, voltar a molhar a cama, perda de apetite, vômitos, choro intenso e frequente, tornar-se arredia e com certo grau de agressividade. Ou seja, o comportamento infantil apresenta mudanças extremas.

Importante destacar que, se a criança tiver assistência adequada, rodeada de pessoas que ama e confia, de modo que possa se reassegurar de que está protegida, amparada e de que é compreendida e amada, com o tempo vai readquirindo confiança e, na medida do possível, reassume a rotina anterior.

Mas nem sempre é assim. Por ser uma situação muito dramática e de risco, para algumas crianças, a rede de apoio familiar e de amigos, não é suficiente. Necessitam de apoio profissional capacitado e imediato, bem como, as famílias para, além de amenizar seu próprio estresse, também possam aprender como ajudá-las quando estiverem em casa.

PRIMEIROS DIAS NA ESCOLA

Adaptação na escola em diferentes momentos

Paciência, tolerância e bom-senso podem tornar a adaptação escolar um processo menos traumático

O termo ADAPTAR-SE, se buscado nos dicionários da língua portuguesa será traduzido por acomodar-se, ajustar-se, adequar-se dentre outros. Podemos pensar também em um mimetismo, a harmonia dos animais com o meio, como um camaleão ou uma borboleta. Mas, estes sinônimos não traduzem a intensidade dos sentimentos que se passam nos novos frequentadores da escola, sejam eles de qual idade forem.

Professora confortando aluno que chora na sala de aula

Antes de mais nada é imprescindível que tentemos nos colocar no lugar das crianças ou adolescentes e façamos um pequeno exercício de reflexão.

Imagine-se em um emprego novo, em uma festa ou evento em que esteja sozinho, não conheça ninguém. Como se sentiria? Nós adultos conseguimos explicar, ou até de forma racional compreender esses sentimentos de estranhamento e apesar da situação desagradável, conseguimos superar esses obstáculos e nos adaptar ao novo rapidamente.

As crianças também os superarão, mas é importante que o adulto compreenda o que estão sentindo e as ajude a vencer esta etapa auxiliando-as, encorajando-as, mas não demonstrando compaixão e fazendo cessões. As crianças e adolescentes testam todo o tempo os adultos que as cercam e estes, ao se dobrarem diante de uma frustração, birra ou choro, só reforçam atos inadequados e dão espaço para que se tornem a cada dia mais controladores.

São vários os momentos em que as crianças e adolescentes passarão por adaptações e readaptações escolares.

Ao falarmos de adaptação na escola nos vêm a imagem daquelas crianças de um ou dois aninhos chorando copiosamente. Entretanto, há vários momentos distintos de adaptação e readaptação: bebês, crianças pequenas, maiorzinhas, transições do berçário para a Educação Infantil, da Educação Infantil para o Fundamental I, do Fundamental I para o II, do Fundamental II para o Ensino Médio, mudança de escolas, no meio do processo... Enfim, é preciso que nos coloquemos no lugar deles para podermos auxiliá-los nessas passagens.

Sempre ouvimos: “Nenhuma mudança é fácil!” e para que uma adaptação escolar ocorra da melhor maneira possível, precisa ser bem conduzida, minimizando sofrimentos desnecessários. Quando nos preparamos para as situações, estas acabam sendo menos dolorosas do que se apresentavam. Quanto menor o filho, mais difícil parece a separação e maior a ansiedade dos pais. O bebê não fala e isso provoca nos pais um vazio, pois não têm o registro que gostariam de como foi aquele dia do ponto de vista do bebê. Que bom seria, não é?

Para a escola e seus profissionais também é um momento difícil, pois há que se passar segurança e criar vínculos afetivos, antes de qualquer coisa e é claro que só serão alcançados pouco a pouco.

No mundo contemporâneo, muitos pais acabam por ter um sentimento de culpa por não poderem estar o tempo que julgam ideal com seu filho. Aqui vale a velha máxima “O que importa é a qualidade e não a quantidade do tempo em que passam juntos”. Não há porque se sentirem assim. As crianças crescem, amadurecem e precisam de novas experiências com outros da mesma idade. Por mais longo e cheio de lágrimas, que um período de adaptação possa ser, não traumatiza. Todos superam essas “dores” dos primeiros dias na escola e, logo, eles farão parte de uma lembrança distante.

Essas etapas podem parecer, ou até serem em parte dolorosas, mas aos poucos, pais, crianças e adolescentes passam a conhecer, confiar na escolha que fizeram e a lidar com mais tranquilidade e prazer com essas etapas que são fundamentais na formação e construção da personalidade de qualquer indivíduo.

De casa para o berçário

Há algumas décadas, talvez fosse uma situação inimaginável, mas hoje, muitas mães precisam deixar os filhos ainda bebês na escola e isso não deve ser permeado de culpa ou agonia. É claro que preocupação, insegurança e outros sentimentos passarão pelas noites das mamães e papais, mas ao se fazer uma opção dosada, ponderada e de acordo com o bolso, disponibilidade, filosofia e tudo mais que pais dedicados se informarão, o bebê estará certamente bem assessorado.

Até uns cinco ou seis meses de idade a adaptação é mais dos pais, que não sem razão, ficam apreensivos em ter que delegar os cuidados com seus pequenos a terceiros. O bebê nessa idade pode estranhar a nova rotina, mas ainda não estranha pessoas ao ponto de protestar e, sendo assim, essa transição costuma ser bastante tranquila. Depois dos sete ou oito meses, alguns bebês já estranham e então é preciso atentar para alguns detalhes.

Os cuidadores precisam ser orientados e preparados para compreender as etapas de desenvolvimento neuropsicomotor, o comportamento e cuidados com a assepsia do bebê, fazendo com que o bebê sinta-se acolhido. O espaço deve ser adequado, higienizado e estimulador. A escola precisa permitir que um responsável, permaneça na escola até que se sintam seguros bebê e família para que depois o bebê permaneça sozinho pelo período completo.

Do berçário ou de casa para a creche

Nesta etapa podemos descrever duas diferentes situações. Aqueles que já frequentam o berçário e farão a transição para a creche (0 a 3 anos) e aqueles que farão sua estreia na vida escolar.

Passar daquela vidinha de proteção e cuidados mais que especiais para uma exploração do espaço e relações mais amplas trarão muitas descobertas, alegrias e apreensões.

Os pais de bebês que já frequentam a escola estranham a mudança na rotina e nos cuidados. Via de regra reclamam que a escola relaxou, pois a criança chega cansada, suja, machucada, etc. Na verdade é uma transição saudável, mas difícil de aceitar. Os pais, mesmo que inconscientemente não querem que os bebês cresçam e muitas vezes tentam negociar com a escola uma “prorrogação” no berçário. Os profissionais precisam ser habilidosos e compreender que apesar do bebê já conhecer o espaço e as pessoas, haverá um estranhamento.

O ideal seria que a escola no início disponibilize algum profissional do berçário, que já possui um vínculo com a criança para acompanhá-la na nova turma e em momentos de recreação. No início ainda é importante que a criança faça sua assepsia, alimentação e soninho no berçário, para que só depois, aos poucos, seja feita a transição definitiva. Por outro lado, a nova professora e os novos amiguinhos, podem programar idas diárias ao berçário para começar a criar os primeiros laços e vínculos.

A segunda situação nesta fase é quando o bebê ou criança está entrando na escola por volta dos sete meses até quase três anos de idade, pela primeira vez.

Essa é a idade mais trabalhosa, pois a criança já estranha pessoas e não compreende ainda o que é a escola, o que está fazendo lá e principalmente que os pais continuam a existir mesmo quando não estão diante de sua vista.

É importante também neste caso que a escola permita a permanência da mãe, do pai, avós ou de alguém que a criança tenha um vínculo afetivo para acompanhá-la nos primeiros dias. Essa pessoa deve ficar de preferência em algum espaço que a escola tenha reservado para isso, nunca dentro da sala de aula, enquanto a criança reúne-se com a professora e os novos amiguinhos. Quando a criança sentir-se ansiosa, insegura ou quando chorar deve ser levada ao aconchego desta pessoa para que verifique que não foi abandonada. O familiar deve permitir a aproximação da criança com a professora e com os novos amiguinhos, pois ela precisa fortalecer os vínculos com eles. Se o adulto assumir uma postura superprotetora em lugar de auxiliar, acabará por tornar o processo mais difícil e doloroso.

Pode-se esperar que a criança fique ansiosa, proteste, chore, esbraveje e invente histórias, para evitar enfrentar essa situação. O ambiente familiar e as pessoas que nele habitam já são dominados por ela e isso lhe dá tranquilidade e segurança. Já na escola, encontrará obstáculos e desafios que ela provavelmente não estará com vontade de enfrentar. Ela não precisa clamar por atenção e carinho de seus pais, mas na escola ela precisará sim, conquistar seus espaços e afetos. Lá, as disputas serão leais, não é como com papai, com mamãe ou os vovós que a deixam ganhar no jogo ou fingem que não veem certas transgressões e concedem alguns privilégios só para vê-los contentes e de bem com a vida.

Por mais que os pais estejam apreensivos é importante procurar não passar essa preocupação à criança, mas sim ressaltar os pontos positivos que existirão na sua nova rotina, falando bem da escola, das novidades, dos amigos e brincadeiras. Dorzinhas de barriga, alterações de humor, no sono, manhas e birras são esperadas nesse contexto.

De casa para a escola aos 3 ou 4 anos ou da creche (0 a 3 anos) para a pré-escola (4 e 5 anos)

Este é outro momento de transição ou adaptação. Mas, via de regra é uma situação em que as crianças já compreendem as mudanças, verbalizam e, portanto, costuma ser uma adaptação bem mais fácil. Neste caso um ou dois dias já costumam ser suficientes para que a criança se integre. Esse é o tempo para que elas criem laços, se sintam aceitas, reconheçam os espaços, as pessoas e as novidades.

O professor pode elaborar um planejamento significativo, que promova atividades de integração e se utilize de muita cor, música, água e areia. Assim, será capaz de motivar até a mais sisuda das crianças.

Do pré para o Ensino Fundamental I (do pré para o 1º ano)

Com a nova legislação e o ensino fundamental de nove anos, essa transição está ocorrendo precocemente, aos seis anos de idade.

Um dos maiores erros que se faz nas escolas é considerar o aluno que passa para o ensino fundamental como um mini-adulto. De repente ele deve deixar de ser criança, cria-se uma rotina completamente diferente daquela, que tinha o lúdico como premissa, para uma engessada e, com isso, toda a criatividade, competências e potencialidades são engessadas também. As crianças não deixam de sê-las em um período de férias de verão.

A escola deve compreender a criança como o ser holístico que é e proporcionar a ela um planejamento dinâmico e flexível permitindo que se adapte a nova rotina de uma maneira natural e alicerçada considerados seus conhecimentos prévios, maturação e curiosidade.

A escola pode propor uma carga horária gradativa, mantendo atividades lúdicas como a hora do pátio, histórias, fantoches, dentre outras e aos poucos ir priorizando outras atividades, ano a ano, entretanto sem eliminar o lúdico pois sabe-se que sempre enriquecem qualquer processo educativo.

Do Fundamental I para o Fundamental II (do 5° para o 6º ano)

Nesta etapa, a criança, na verdade um pré-adolescente, passa do contato com poucos professores, que na maior parte das vezes tem uma ligação próxima e afetiva com eles, os conhecem pelos nomes, suas famílias (todos mais afetivos e próximos dos alunos) para um modelo com um professor para cada componente curricular, em aulas de 50 minutos que exigem um ritmo mais rápido de aprendizagem. A entrada na pré-adolescência, também implica em muitas mudanças. Esperar que seja uma transição tranquila seria utopia.

Todavia, é possível se minimizar as ansiedades e transformações se a escola pensar nessa etapa com a devida antecedência.

A escola pode, por exemplo, inserir um novo professor a cada ano, trocando-se 2 professores regentes para inverter disciplinas, por exemplo, para que os alunos comecem a trabalhar com a diversidade de estilos e exigências.

Outra ação positiva é fazer um planejamento interdisciplinar. Uma das maiores dificuldades para os alunos que ingressam nessa fase é a quantidade enorme de exigências em cada componente curricular, desproporcional ao que estavam até então acostumados. Os professores, via de regra, não se conversam e acabam exigindo uma carga grande de trabalhos, pesquisas e lições de casa sem se preocuparem em saber se nos outros componentes curriculares outros professores também já não solicitaram um volume grande de compromissos para o mesmo período. Essa questão pode ser facilmente solucionada com reuniões de nível e uma agenda mensal fixada na sala. Desta forma um professor poderá consultar o que os outros solicitaram e rever e remanejar suas próprias solicitações.

E daí por diante estaremos sempre em novos processos adaptativos: do Ensino Fundamental II para o Ensino Médio, deste para a graduação, para a pós, para o mestrado, para o doutorado, para o pós-doutorado, para o trabalho e para a vida, que se bem conduzidos só nos farão seres humanos holísticos, íntegros e cidadãos prontos para os novos desafios.

GESTAÇÃO FELIZ

Planeja a gravidez e estar ciente do que estar por vir torna a gravidez um momento tranquilo e alegre.

Emoção e ansiedade, essas são as sensações que descrevem bem a maternidade, mesmo que a gravidez seja planejada. Um momento novo, único e muito especial tanto para a futura mamãe, quanto para o futuro papai. A chegada de um bebê é a realização de muitos casais e vem acompanhada de dezenas de dúvidas.

Marido abraçado à sua esposa gestante

A primeira dúvida que os futuros papais têm é: Quando gerar uma nova vida? O filho deve nascer primeiro no coração, o planejamento começa com o desejo de gerar uma nova vida. Quando este desejo já existir, é hora de pensar nas condições para o aumento da família: a estrutura familiar, os aspectos financeiros, de moradia e o mais importante, a afinidade entre os pais. “As mudanças serão gigantescas: a intimidade do casal sofre muito com o novo estilo de vida; não há mais aquela liberdade para sair a qualquer momento. A vida sexual também sofre com as mudanças, o diálogo fica prejudicado, pois as conversas giram em torno apenas do bebê”, diz o diretor da Maternidade do Hospital Samaritano, Dr. Edilson da Costa Ogeda.

Segundo o especialista, a melhor forma de se preparar para receber um filho é buscar informações nas mais variadas fontes. Ler livros sobre o assunto é sempre muito bom para se informar, mas as conversas com amigos e familiares ajudam a identificar as histórias vencedoras e as perdedoras. Muitas vezes, vale a pena até procurar um profissional para ajudar na nova fase. “A orientação psicológica, quando necessária, poderá dar as ferramentas que o casal precisa para enfrentar as dificuldades”, afirma Ogeda.

Planejar é fundamental, desde o preparo da saúde dos futuros papais, até o uso de medicamentos pela mamãe que ajudam no desenvolvimento saudável do bebê, como o ácido fólico, um componente derivado da Vitamina B que ajuda diminuir o risco de malformação no sistema nervoso do embrião.

Assim que o exame da mamãe dá positivo, outras dúvidas aparecem. Cada uma das perguntas são respondidas aos poucos e a cada etapa que se passa, mais perguntas vão surgindo. Em geral, a gravidez tem seu curso influenciado por uma série de fatores, por isso, a grávida deve ter o cuidado de fazer um acompanhamento pré-natal rigoroso. Deve fazer todos os exames laboratoriais, ter uma alimentação equilibrada, comer em intervalos menores de tempo e beber bastante líquido durante todo o dia, o que favorece a digestão, o funcionamento intestinal e diminui o risco do ganho de peso excessivo. Segundo o Dr. Ogeda, as deficiências nutricionais podem acarretar aumento nos índices de abortos, malformações, restrição de crescimento intra-uterino e anemia.

Além disso, é ótimo manter uma atividade física regular quando não há contra-indicações médicas, como caminhada, natação, hidroginástica ou ioga.

Um dos assuntos que mais assombram os casais “grávidos” é o sexo. Muitos ficam com medo de ter relações sexuais pensando que isso poderá acarretar alguma complicação à gestação ou ao bebê. Esse medo não passa de um fantasma. A mulher grávida em alguns casos pode se sentir até mais apta para a atividade sexual. “O casal deve conversar e se amar da forma desejada neste período”, afirma o médico. De uma forma geral, quando não há contra-indicações médicas, a vida sexual pode e deve ser mantida. É saudável para os casais manter a relação normal. Afinal, a mamãe não está doente.

Uma das principais preocupações durante uma gestão é a alimentação da mamãe. Esse é o momento em que o organismo dela passa por grandes transformações. As necessidades nutricionais são elevadas neste período e podem impactar o crescimento e desenvolvimento do feto, mas aquela história de “comer por dois” é mito.

Pelo menos três meses antes de tentar engravidar, a futura mamãe deve aproximar-se o máximo possível do seu peso ideal, pois não é aconselhável emagrecer durante a gravidez. Mamães com excesso de peso podem desenvolver diversas doenças como: Diabetes Gestacional e as Síndromes Hipertensivas da Gestação.

Por isso, é muito importante fazer um acompanhamento pré-natal junto com uma equipe de nutrição, que pode dar melhores condições e oportunidades para uma gestação mais tranqüila e saudável, diminuindo os riscos para a mãe e bebê.

A última dúvida do casal antes do bebê nascer, normalmente se refere ao parto. O que é melhor: parto normal ou cesárea? O parto natural é basicamente quando o médico acompanha o parto, sem intervenções – como anestesias, induções ou rompimento artificial da bolsa. Neste caso, o ritmo e o tempo do trabalho de parto são respeitados e, para alívio das dores, são utilizadas técnicas de respiração e relaxamento. A vantagem em relação à cesárea é a recuperação pós-parto que é muito mais rápida. Além de haver menores riscos de infecções e hemorragias. O processo pode levar várias horas, principalmente no primeiro parto. Os partos naturais podem ser realizados na posição em que a mulher julgar mais confortável: em pé, de cócoras ou até mesmo dentro da água.

A cesárea é uma opção que normalmente é tomada pelo médico obstetra, e muitas vezes é relacionada a alguns fatores que podem por em risco a vida da mãe e do bebê como, por exemplo, em caso de desproporção do tamanho do bebê em relação à bacia óssea da mãe, infecções maternas graves, gestantes diabéticas ou hipertensas, sofrimento fetal, posição desfavorável do bebê, ou quando um trabalho de parto não progredir satisfatoriamente.

Agora, é só curtir. A gestação acabou e uma fase ainda mais feliz está apenas começando!

SEXO NA GRAVIDEZ

Sexualidade na gravidez

Este é, talvez, o tema mais delicado e difícil de ser abordado pelo casal grávido, não obstante as dúvidas e ansiedades que suscita.

Homens e mulheres ainda sentem muito constrangimento em falar sobre sua própria sexualidade, principalmente no tocante às dificuldades, mesmo que seja entre parceiros.

Assim, quando o obstetra afirma que o casal deve abster-se de sexo por ser uma gravidez de risco, ninguém contesta nem sequer procura saber o que é ou não permitido e o que fazer quando a sexualidade aflora, uma vez que ela não deixa de se manifestar porque houve uma restrição médica.

Emocionalmente, uma bomba foi lançada no relacionamento conjugal. O casal, assustado, passa a evitar todo tipo de contato, fica muito mais fragilizado e distante e a ansiedade que poderia ser amenizada momentaneamente através do orgasmo, intensifica-se, criando novos temores e angústias.

Este pode ser, então, o momento de grandes descobertas amorosas. Se o casal encontra-se num relacionamento estável, maduro e sólido, quando a vinda de um filho poderá uni-los de modo mais pleno ou mesmo se a intimidade entre os parceiros propicia um diálogo aberto e honesto, há possibilidade de se poder descobrir outros jeitos de fazer amor, sem que haja penetração.

A criatividade sexual pode entrar em cena, através de jogos eróticos, novas posições e novas fontes de prazer, que transformarão tudo numa grande aventura, plena de lances inusitados e estimulantes, onde cada um poderá expressar suas preferências e fantasias mais íntimas. Tudo é permitido desde que haja harmonia entre o casal, que deve buscar o bem-estar mútuo e um maior equilíbrio emocional, diminuindo as ansiedades e angústias próprias desse período.

Essas experiências amorosas e sensuais marcarão o início de uma vida sexual mais prazerosa e satisfatória e, certamente, aprofundarão o relacionamento conjugal de maneira mais duradoura.

Mesmo o casal que não sofreu restrição quanto às relações sexuais, também deveria fazer uso destes jogos de sedução, descobrindo e intensificando as carícias e o prazer.

Mas não é o que comumente acontece. Vários fatores, conscientes e inconscientes, contribuem para a alteração do desejo sexual.

No início da gravidez, muitas gestantes manifestam sintomas como náuseas, vômitos, hipersonia e o grande temor do aborto, por acreditarem que o feto ainda não está suficientemente aderido ao útero, e isso compromete sobremodo o desejo sexual.
Os aspectos regressivos inconscientes ocorrem desde o início da gravidez, fazendo com que a gestante se identifique com o feto, o que a torna mais sensível e vulnerável, com intensa necessidade de proteção e carinho. Neste momento, volta-se para si mesma, num movimento de introspecção, evitando qualquer estímulo que interfira neste processo ; e aqui pode-se incluir o sexo, como uma espécie de preparação para todas as mudanças físicas e emocionais que têm início. Com o passar do tempo, a intensidade da angústia do perigo do aborto diminui consideravelmente, podendo até cessar.

Com o corpo visivelmente grávido, seios e ventre avolumados, muitas gestantes percebem-se mais femininas e sensuais, o que faz aumentar o desejo sexual e a procura pelo parceiro.

Outras, ainda, por já se encontrarem grávidas, liberam a sexualidade mais espontaneamente, por vezes experimentando pela primeira vez o orgasmo pleno. Alguns homens chegam a estranhar o comportamento de suas mulheres, pois não condiz com a imagem idealizada da figura materna, que é assexuada e pura. Passam, assim, a evitar o contato físico como se este fosse pecado e, portanto, inadequado para a situação presente.

A raiz de tais sentimentos jaz na própria religião que, desde muito cedo ensina aos fiéis, que toda a humanidade originou-se de Adão e Eva através do "pecado original". A fatídica "mordida na maçã", símbolo do sexo pelo sexo, o prazer físico, a sexualidade propriamente dita.

Desta forma , ainda segundo a religião, o símbolo da maternidade foi dedicado a Maria, que concebeu Jesus sem pecado, continuando, portanto, pura e imaculada.

Esses conceitos religiosos que fazem distinção entre maternidade e sexualidade, inconscientemente influenciam a vida sexual, desde o momento da concepção, podendo perdurar por um tempo longo demais.

O sexo, após cumprir sua função mais importante que é a perpetuação da espécie, passa a ser "pecado".

Como a gravidez propicia à gestante e ao ambiente próximo, em especial, ao futuro papai, um estado regressivo, inconscientemente reativam a imagem da própria figura materna grávida, todos os sentimentos que a envolveram e o significado mais puro da maternidade. Daí uma das grandes dificuldades em expressar a sexualidade sem culpa, num momento tão intenso e repleto de emoções várias.

Nos casos em que a gravidez não foi desejada e mesmo não fazia parte dos planos mais imediatos, muitas mulheres, por sentirem aversão ao seu estado, apesar da decisão de lhe dar continuidade, rejeitam seus parceiros numa atitude de punição por tê-las engravidado.

Outras, psicologicamente menos amadurecidas e, portanto, mais dependentes de suas próprias mães ou de seus parceiros, enquanto figuras paternas, sentem-se mais filhas que mulheres e mães, o que também pode inibir a sexualidade.

Outros fatores de peso também alteram a vida sexual, como a vivência real de aborto espontâneo, repetido ou não, depressão materna e o medo de prejudicar o feto. Com relação a este último, se as relações sexuais foram liberadas pelo obstetra, não oferecem perigo, pois o feto está muito bem protegido pela bolsa d'água, que funciona como um amortecedor, e o colo do útero encontra-se fechado.

Também não é verdadeiro o mito que se criou em torno do orgasmo, que pode provocar o aborto. Muito pelo contrário : o orgasmo é altamente benéfico em qualquer época da gestação, pois tem a função de servir como "válvula de escape" para as ansiedades próprias da gravidez. Além disso, propicia a continuidade da harmonia conjugal, diminuindo o ciúme do casal: o do homem em relação ao bebê, que é percebido como um rival pela íntima relação mãe-bebê, da qual muitas vezes se sente excluído e, da gestante, com referência às possibilidades do parceiro sair em busca de aventuras extra-conjugais.

Há, também, um fator biológico importantíssimo a ser considerado sobre o orgasmo: exercita os músculos do períneo que serão muito solicitados por ocasião do parto.

O modo como a gestante percebe a estética de seu corpo pode influenciar na sexualidade. Se ela se sente feia e gorda ou percebe que seu parceiro a vê desta forma, fará com que altere e até cesse o desejo sexual. Muitas vezes, mesmo que ele se orgulhe de seu estado e a elogie, não modifica seus sentimentos, podendo, inclusive, irritá-la mais.

Há homens que sentem o corpo da gestante como muito sensual e atraente, pois se constitui na prova viva de sua própria virilidade.

Há outros em que ao verem a ultra-sonografia e constatar a existência real do bebê ou mesmo quando percebem os movimentos fetais no útero materno, passam a evitar as relações sexuais, pois são sentidas como realizadas a três. Outros, ainda, inconscientemente evocam a figura materna e a atividade sexual é percebida como se acontecendo com a própria mãe, o que, certamente, torna-a inviável.

As transformações hormonais que ocorrem na gestante, provocam a mudança do cheiro e o aumento da secreção vaginal o que, para alguns homens, causa estranhamento na penetração e pode fazer com que evitem o sexo oral.

Algumas gestantes necessitam neste período de maior demonstração de carinho, apoio e até de certa dose de erotismo e menos necessidade de relação sexual com penetração.

Se a gravidez ocorreu com um parceiro eventual ou numa relação cujo vínculo ainda não se fortaleceu e a comunicação entre os parceiros não atingiu o grau de confiança e cumplicidade necessários, o medo de magoar o outro muitas vezes leva a aceitar que o sexo se concretize contra a própria vontade, mais como uma obrigação conjugal.

Ao final do terceiro trimestre de gestação, quando o corpo da mulher, já bem desenvolvido, não permite as posições mais tradicionais, alguns homens não se sentem à vontade com novas posições ou mesmo por retornar o temor de prejudicar o feto.

Novamente entra em questão a possibilidade de se criar outras alternativas amorosas, para que não cesse o encontro do prazer físico-emocional, quer sejam, a masturbação a dois, sexo oral, anal, desde que não interfiram negativamente no respeito aos desejos de cada um, mais fundamental que o próprio prazer em si.

Concluindo, a sexualidade ativa nunca deveria ser interrompida em nenhum momento da gravidez, visto que não é apenas com a penetração que se atinge o orgasmo. Há várias maneiras de se atingi-lo e cada parceiro pode usar de suas próprias fantasias eróticas para que se mantenha viva esta chama tão importante na vida conjugal e tão benéfica nesta fase.

Por conter aspectos inconscientes, a alteração do desejo sexual de um parceiro nem sempre é compreendida pelo outro e, muitas vezes, é captada como uma dificuldade de ordem pessoal, tornando a relação mais vulnerável e o vínculo conjugal ameaçado.

Assim, o significado de tais alterações são percebidas pelo homem e pela mulher de maneiras diferentes.

Para o homem, pode ser a confirmação de sua exclusão na relação mãe-bebê e pode causar-lhe profunda mágoa e grande irritação ao se perceber apenas como reprodutor. Conseqüentemente, isso provocará um maior afastamento de sua parceira, num momento em que ela está mais necessitada de sua presença física e emocional.

Para a mulher, pode ser a confirmação de sua fealdade, fazendo-a sentir-se menos sedutora, sem atrativos, muitas vezes reclamando que o parceiro está desinteressado pela gravidez e pelo bebê e, acima de tudo, levando-a a suspeitar da fidelidade conjugal.

É, portanto, de suma importância, o diálogo entre os dois, sem mágoas e ressentimentos, assim que as dificuldades conjugais comecem a surgir, para que não se acentuem e impeçam a retomada do vínculo posteriormente.

Mais uma vez há de se falar da importância do acompanhamento psicológico da gravidez, no sentido de ajudar a tornar conscientes os aspectos ocultos de atuação dos parceiros, pois permite a expressão e o esclarecimento dos sentimentos mais íntimos e profundos do casal grávido.

PARTO

Fobias do parto

A partir do terceiro trimestre ocorre um fenômeno da maior importância. Com todas as estruturas fisiológicas formadas e funcionais, a existência no espaço aéreo agora é viável para o feto, que se encontra em pleno e rápido desenvolvimento, ganhando peso e volume.

Há, então, uma alteração na dinâmica psíquica da gestante, pois com a possibilidade de vida de seu bebê, mesmo num parto prematuro, altera-se, também, a percepção que tinha dele e que lhe permite começar a pensar quando será o parto e como será.

No decorrer das semanas, o corpo da futura mamãe vai se avolumando mais e mais, provocando-lhe um intenso desconforto físico. Percebe-se mais pesada e lenta, sem energia e disposição para manter suas atividades habituais, também porque não mais encontra posição confortável para dormir.

Embora todas as gestantes sintam-se mais limitadas, as reações são diferentes. Enquanto umas descansam, ficando um tempo maior deitadas e inativas, outras continuam hiperativas como negando a gravidez, uma vez que a baixa de atividade geral, significaria aumento na angústia. Uma parte considerável delas continua exercendo suas ocupações profissionais e do cotidiano, embora exigindo maior esforço. Com esta realidade que se lhes apresenta, a proximidade do parto é um fato inegável e percebida com grande temor, embora a evolução da obstetrícia moderna tenha diminuído sensivelmente o risco físico tanto para a parturiente quanto para o bebê. Podemos aqui incluir a mulher cuja gravidez foi planejada e que no decorrer desta tenha adquirido um grande amadurecimento emocional, desejando a chegada do bebê. Ela também sente a angústia do parto, embora com um grau suportável.

Assim, mais uma vez a ansiedade se exacerba e os sentimentos são ambivalentes: a vontade de terminar a gravidez e ter o filho alterna-se com a vontade de prolongá-la para que possa fazer as adaptações internas e externas necessárias para acolher o bebê.

É que neste momento a angústia tem raízes mais profundas e inconscientes. Todos os temores vivenciados desde o início da gravidez se reatualizam, porque com o parto, a mulher terá a constatação se os momentos de dúvidas, questionamentos e incertezas não prejudicaram o feto e se realmente é merecedora de ter um filho saudável e perfeito, ou seja, aquele que ela vai
ter que mostrar ao pai, à família e aos amigos em geral.

A angústia do parto é, talvez, a mais primitiva que se conhece, pois faz reviver o momento crucial em que ocorre a separação definitiva do corpo materno, quando do próprio nascimento.

A ansiedade mais expressiva que surge refere-se à data aproximada do parto: "quando será". Nesta questão, escondem-se outras: "como será o parto, como será o bebê, como serei enquanto mãe, terei condições de assumir o compromisso com esta nova vida..."

O conflito entre os conteúdos conscientes e inconscientes, que aparecem mais especialmente nesta etapa, facilita a revivência de conflitos infantis da gestante com seus pais de origem ou irmãos, que antes permaneciam reprimidos.

Desta maneira, surge a oportunidade de renegociar suas relações com a história familiar, encontrando novas possibilidades de solução ou então se intensificam os conflitos, o que certamente irá afetar a relação mãe-bebê.

Com os movimentos fetais, há, também, uma percepção maior das contrações uterinas, muitas vezes sobressaltando e atemorizando ainda mais a futura
mamãe.

Pouco antes do oitavo mês, pode se produzir a versão interna, que é o momento em que o feto posiciona-se de cabeça para baixo, à entrada do canal do parto.

A percepção deste movimento provoca, inconscientemente, uma intensa crise de ansiedade, cuja sensação consciente é de algo estranho acontecendo, podendo provocar certos processos somáticos, como: diarréias, constipação, aumento de peso excessivo, cãimbras intensificadas, crises de hipertensão e outros, cada um com seu significado psicológico próprio. O mais grave deles é o parto prematuro, quando as crises de ansiedade chegam a níveis insustentáveis. Não tolerando mais a situação ansiógena e precisando livrar-se dela com urgência, a dinâmica psíquica desencadeia o parto, funcionando como uma defesa ante a possibilidade de uma desestruturação psicológica.

Todos estes sintomas expressam, além do conflito, um pedido de ajuda e proteção por não conseguir suportar e elaborar a crise de ansiedade.

Vale dizer que os temores mais comuns que se expressam na gravidez apresentam um caráter de autopunição, do tipo: temor à morte no parto, à dor, incapacidade de criar bem o filho, ter leite fraco ou mesmo não conseguir produzir leite suficiente, parto traumático por fórceps ou cesariana, morte do filho, filho disforme... enfim, a gestante sente que não é capaz de defrontar-se com o parto e superá-lo.

Freqüentemente, nestes momentos de intensa crise, deixa de perceber os movimentos fetais, cuja vivência é extremamente dolorosa e angustiante, pois é associada à possibilidade de morte do bebê. Essa ausência de percepção deve-se à intensidade da angústia, bem como, pelo fato de o feto estar bem desenvolvido e não haver espaço intra-uterino suficiente para suas evoluções, além de que já existe certo grau de encaixamento.

É importante lembrar que não são apenas as primíparas a apresentar as fobias do parto. Por serem fobias profundamente enraizadas, ligadas à história da mulher, a esta gravidez, ao modo como sua mãe relatou o seu próprio nascimento, à história do casal e ao que ela espera deste filho, podem atingir as gestantes em outra gravidez e não necessariamente na primeira.

É muito comum as futuras mamães terem sonhos referentes ao parto, ao bebê, às alterações do seu corpo e às expectativas em relação a si mesma e ao bebê. O sonho tem uma função fundamental nestes casos, pois oferece a oportunidade de enfrentar antecipadamente a tensão do parto, numa tentativa de dominá-la, não devendo, porém, ser considerado como premonição, pois o verdadeiro significado só poderá emergir durante um trabalho analítico.

Atualmente, sabe-se que o futuro papai não fica imune às angústias durante a gestação de seu filho e elas também podem ser expressas através de sonhos e, muitas vezes, de distrações e esquecimentos, o que provocam grandes tensões entre o casal.

Por não ter com quem expressar o sofrimento que o atinge, ocorre de modo inconsciente e mais comumente do que se possa pensar, todo tipo de acidentes, depressão e comportamentos de fuga, como excesso de trabalho, novos interesses fora do lar e que atuam como uma forma de chamar a atenção e de reclamar o seu lugar, já que o ambiente imediato está às voltas com a gestante e esta com os preparativos para a chegada do bebê, tendo de lidar, também, com suas próprias ansiedades.

Um dos temores mais comuns é não saber reconhecer os sinais do parto e ser pega de surpresa. Assim, a qualquer sinal percebido como estranho, geralmente a gestante vai para a maternidade.

Os alarmes falsos têm duas funções tranqüilizadoras: além de permitir a liberação da ansiedade, funciona como um exercício da maneira como deverá se comportar no momento de ir para o hospital. Muitos homens aproveitam para cronometrar o tempo dispendido no percurso, pois o fato de saber em quanto tempo suas parceiras estarão sob cuidados médicos e hospitalares, acalma-os.

No caso de existirem outros filhos, estes devem ser preparados para a ausência materna, quando for ter o bebê. Utilizar-se sempre de palavras que expressam a realidade e que estejam de acordo com a compreensão de cada um. Mesmo as crianças de pouquíssima idade e até as que ainda não dominam o vocabulário conseguem captar o sentido do que vai sendo dito e isto as
tranqüiliza.

No momento em que o parto se aproxima, o ambiente mais próximo, preferencialmente as futuras vovós, entram num estado de grande agitação, fazendo planos e oferecendo assistência e colaboração após o nascimento do bebê.

O modo como este movimento será interpretado pela gestante depende de sua história, principalmente na relação com a mãe nos momentos mais precoces de sua vida. Ela poderá se sentir mais segura e agradecida ou, ao contrário, encarar como um comportamento invasivo que vem para confirmar a sua incapacidade em exercer a maternagem adequadamente.

Muitas vezes o ambiente imediato não consegue funcionar como continente para todas as angústias, temores, ansiedades e culpas que despertam na futura mamãe, porque também estão revivendo, de forma menos dramática, é verdade, seus próprios temores frente à vida. Assim, a gestante se percebe muito só, sem apoio e proteção, completamente indefesa, o que, por certo, aumentará a angústia, podendo chegar à depressão.

Faz-se extremamente prudente e necessário a ajuda de um profissional capacitado que possa acolhê-la, orientá-la e reassegurar-lhe a confiança e o bem-estar neste momento de crise ou mesmo de todo o período gestacional.

ORIENTAÇAO NA GRAVIDEZ

Orientação Psicológica da Gravidez

É com enorme prazer que inicio esta coluna voltada para a preparação psicológica da gestante, com o intuito de possibilitar uma vivência mais equilibrada de todas as emoções e manifestações que ocorrem neste período.

Tão importante quanto o acompanhamento médico pré-natal é a assistência e orientação psicológica à gestante. Cada um contribuindo para a saúde física e mental tanto da mulher quanto do futuro bebê.

Por ser o período mais rico e intenso de vivências emocionais e que por si só traz, para o relacionamento familiar, novas atitudes e responsabilidades, percebemos como é fundamental o compartilhar e o esclarecimento das ansiedades e preocupações que envolvem a decisão de se ter um filho.

Embora nem sempre pensada e planejada de modo claro e explícito, pode-se dizer que, em algum momento da relação, a gravidez foi desejada para que pudesse se concretizar. Podemos pensar então, que antes mesmo da fecundação propriamente dita, o bebê já existia na cabeça dos pais ou de um deles e que culminou com o "esquecimento da pílula anticoncepcional, da revisão do cálculo da tabelinha ou até mesmo na impossibilidade de se interromper o ato sexual para colocação do preservativo".

Desta maneira, a criança é gerada e o bebê da cabeça cria vida, tornando-se real.

A partir do momento que a mulher certifica-se da gravidez, tudo o mais em sua vida será diferente. Seja qual for a decisão, de levá-la a termo ou não, esta repercutirá de modo marcante e profundo nas pessoas envolvidas. Quanto às circunstâncias, a gravidez pode acontecer num momento em que menos se espera e planeja, como é o caso de adolescentes que, ao iniciarem a vida sexual ativa, sem os cuidados preventivos necessários, acreditam que "isso" nunca vai lhes acontecer, ou mesmo de adultos que não se encontram numa relação estável, com intenção de compromisso. Além disso, existem aqueles que priorizam a carreira profissional antes mesmo de concretizar o desejo de constituir família. Em qualquer desses casos , a gravidez nesse momento pode ser inoportuna.

Ter um filho não envolve apenas uma decisão de momento, porém um compromisso para o resto da vida e é por este e outros motivos, que a balança do querer e do não querer estará sempre oscilando de um lado para outro.

Os pais se percebem mais vulneráveis emocionalmente e não encontram significado para suas questões mais profundas e remotas. Ocorre, então, um retrospecto à infância, como se regredissem até ela em busca de respostas. Neste momento, o modo como cada um percebeu e vivenciou sua família de origem, irá permear todo esse período de espera: as mesmas angústias e incertezas, as mesmas alegrias e esperanças. Assim, o modelo de pais que tiveram constituirá a base do que pretenderão ser. Imitando-o ou rejeitando-o, o modelo serão os pais de origem.

As fantasias sobre o bebê e como serão enquanto pais têm um significado absolutamente próprio para cada parceiro, pois têm a ver com a própria história de vida.

A mudança do papel social também é um fator importantíssimo a se ponderar. Durante nove meses estará se instalando, no casal grávido, uma nova identidade. Deixarão de ser apenas filhos para tornarem-se, também, pais. Novamente o modelo da família de origem entra em jogo.

A tendência em se fantasiar como pais perfeitos leva à expectativa de ter o filho perfeito, aquele que corresponderá à idealização de perfeição: o filho bonito, obediente, educado, estudioso, saudável e vitorioso. Tudo que fugir deste protótipo será percebido como um fracasso ou falha tanto pelos pais quanto pelo filho, o que poderá acarretar grande culpa. E aqui entra o maior terror da gestante, quer seja, a possibilidade de ter um bebê que apresente alguma deficiência. Se, por acaso esta ocorrer, mesmo que seja por uma questão genética, a culpa que carregará pelo resto da vida é realmente insustentável.

As dúvidas e os temores que suscitam nesse período são muito naturais e esperadas, pois toda mudança envolve perdas e ganhos. A quê deverão renunciar e o quê poderá ser preservado.

Sexualidade é outro tema que causa grande preocupação nos futuros papais, mesmo que tenha sido liberada pelo ginecologista que os assiste. É como se a relação sexual, após cumprir o seu papel mais importante que é a preservação da espécie, perdesse a função do prazer pelo prazer.

A hipersonia ou o aumento da necessidade de dormir toma conta da mulher, como se seu corpo precisasse de mais repouso e menos estímulos para se preparar para todas as mudanças físicas e psíquicas que se iniciam.

As instabilidades emocionais, num momento em que está mais sensível, fazem com que muitas vezes sinta-se incompreendida.

Náuseas e vômitos, desejos e aversões, constipação e diarréia também são sintomas comuns na gravidez, mas que também trazem consigo significados psicológicos a serem desvendados.

E o marido, como percebe todas estas manifestações e o que significam para ele, uma vez que também está se preparando para a paternidade e, desse modo, também se encontra vulnerável e à mercê de suas próprias angústias e questionamentos.

Tanto quanto o físico feminino estar maduro para abrigar o óvulo fecundado, é imprescindível que haja uma preparação emocional para acolher este novo ser.

Meu intuito neste artigo foi apenas dar uma breve pincelada nos vários temas que poderão ser abordados, no sentido de analisar o profundo significado das emoções e manifestações deste período, que pode ser o mais sublime na vida do casal, mostrando, desta maneira, que a gravidez pode ser vivenciada pelos futuros papais e mamães, com menos ansiedade e culpa e mais alegria e prazer.

DEPRESSÃO MATERNA AFETA O BEBÊ

Depressão materna e o impacto no bebê

Ninguém pode negar a importância da presença da mãe para o desenvolvimento e crescimento, em todos os aspectos, da criança. A mamãe precisa ter energia física e psíquica para acompanhar todas as etapas da vida do seu filho, protegendo-o, traduzindo o mundo e satisfazendo as necessidades da criança.

A mamãe é a pessoa que dá a oportunidade do bebê conhecer o mundo, oferecendo o equilíbrio que a criança precisa para organizar todas as novidades que chegam diariamente.

Se a depressão materna acontece, principalmente se ocorrer na infância ou adolescência dos filhos, um grande impacto no comportamento e intelecto recai sobre essas crianças.

Desde o nascimento, o bebê precisa da ajuda da mamãe para conseguir sentir-se seguro, confiante e poder se desenvolver motor e cognitivamente. Uma mãe depressiva nessa época torna-se ausente e empobrecida de estímulos para seu filho.

O bebê já demonstra irritação com essa atitude depressiva, sendo um bebê choroso, tendo mais diarréia que um bebê com uma mãe não depressiva, não tem um contato visual constante com sua mãe ou com estranhos. A interação desse bebê com o mundo é precária e ele se identifica mais com o rosto de alguém triste do que com um alegre. Viu como um problema da mãe pode gerar tanto nó na cabecinha do bebê?

Futuro depressivo - Uma criança que tem a mãe depressiva tem maiores chances de desenvolver alterações emocionais, uma depressão, por exemplo, assim como a mãe.

Essas mamães têm problemas de impor limites: às vezes são permissivas demais e outras rígidas demais. Essa dificuldade faz com que as crianças, principalmente entre os 18 e 42 meses, tenham dificuldade de se relacionar com seus amiguinhos, criando relações inseguras e desorganizadas, com problemas claros de comportamento.

Alguns estudos realizados demonstram maiores índices de dificuldades escolares, seja por déficit de atenção ou distúrbio de aprendizagem, maior comportamento de risco e maior número de acidentes com os filhos de mães depressivas.

Um grupo de pesquisadores publicou um artigo na revista Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry em janeiro de 2007 relatando o comportamento de adolescentes cujas mães apresentavam episódios depressivos. Verificou-se maior número de usuários de drogas ilícitas, iniciação precoce da atividade sexual e maiores taxas de abandono escolar.

Os filhos, desde pequeninos, espelham-se bastante no comportamento materno. Proteção, acolhimento, apoio e correção colocados pela mãe são cruciais na formação e consolidação da personalidade das crianças.

Dicas

O apoio da família, terapêutico e social é importante para que as mães depressivas possam exercer sua função de protetora.

Um pai presente pode amenizar os riscos negativos que a depressão materna acarreta na vida dos filhos.

Quanto antes a depressão for tratada, menor será o impacto no desenvolvimento das crianças.

DEPRESSAO POS PARTO

Depressão pós-parto

Com o parto, ocorrem reações conscientes e inconscientes na puérpera e em todo o ambiente familiar e social imediato, que reativam profundas ansiedades. Uma das mais importantes é a revivência inconsciente da angústia do trauma do próprio nascimento: a passagem pelo canal do parto, que inviabiliza para sempre o retorno ao útero e empurra para um mundo totalmente novo e, portanto, temido.

A perda repentina de percepções conhecidas, como os sons internos das mães, o calor do aconchego, enfim, o sentido total de proteção, para o surgir de percepções novas e assustadoras.

A secção do cordão umbilical separa para sempre, o corpo da criança do corpo materno deixando uma cicatriz, o umbigo, que marca o significado profundo desta separação. Assim, no inconsciente, o parto é vivido como uma grande perda para a mãe, muito mais do que o nascimento de um filho. Ao longo dos meses de gestação ele foi sentido como apenas seu, como parte integrante de si mesma e, bruscamente, torna-se um ser diferenciado dela, com vida própria e que deve ser compartilhado com os demais, apesar de todo ciúme que desperta. Sendo assim, a mulher emerge da situação de parto num estado de total confusão, como se tivessem lhe arrancado algo muito valioso ou como se tivesse perdido partes importantes de si mesma.

Tanto quanto na morte, no nascimento também ocorre uma separação corporal definitiva. Este é o significado mais doído do parto e que se não for bem elaborado, pode trazer uma depressão muito mais intensa à puérpera: o parto é vida e também é morte.

Os sintomas do estado depressivo variam quanto à maneira e intensidade com que se manifestam, pois dependem do tipo de personalidade da puérpera e de sua própria história de vida, bem como, no aspecto fisiológico, as mudanças bioquímicas que se processam logo após o parto.

Além das vivências inconscientes em que predominam as fantasias de esvaziamento ou de castração, as mais intensas são as ansiedades de carência materna - quando a puérpera apresenta forte dependência infantil em relação à própria mãe ou ao marido - e as de autodepreciação, quando se sente incapaz de assumir as responsabilidades maternas, e até mesmo inútil, quando não consegue captar a compreensão do significado do choro do bebê para poder satisfazê-lo. Para poder suportar tais ansiedades, inconscientemente, alguns mecanismos de defesa são colocados em movimento, segundo as características pessoas da puérpera.

Dessa maneira, ela pode apresentar-se cheia de uma energia despropositada, eufórica, falante, preocupada com seu aspecto físico e com a ordem e arrumação do ambiente em que se encontra. As visitas são recebidas calorosamente e parece tão disposta, auto-suficiente, como se não precisasse de ajuda externa. Em contrapartida, manifesta alguns transtornos do sono, muitas vezes necessitando de soníferos.

Se o ambiente mais próximo não lhe oferecer carinho e atenções, tal estado pode produzir somatizações, como febre, constipação e outros sintomas físicos. Do mesmo modo, se as fantasias inconscientes não puderem ser contidas, surgem as ansiedades depressivas de modo ocasional ou em acessos de choro, ciúmes, aborrecimento, tirania ou em expressões de autodepreciação e de auto-acusação.

A puérpera, ao contrário da hiperativa, pode apresentar-se com um profundo retraimento, necessidade de isolamento, principalmente se há uma quebra muito grande do que esperava, tanto em relação ao bebê idealizado quanto a si própria como figura materna. A prostração e a decepção com sentimentos de fracasso e desilusão, têm também aspectos regressivos que se somam aos já produzidos pelo parto, com a reatualização do trauma do próprio nascimento, fazendo com que a puérpera sinta-se mais carente e dependente de proteção, como que competindo com o bebê as atenções do meio que a cerca.

A sensação predominante neste caso, é de sentir-se apenas a serviço do bebê, como se nunca mais fosse recuperar sua vida pessoal.

O homem também pode apresentar o quadro de depressão puerperal, embora com menos intensidade. A depressão masculina tem origem nos sentimentos de exclusão diante da díade mãe-bebê. É como se ele se percebesse apenas como uma pessoa provedora que deve trabalhar e satisfazer as exigências impostas pelo puerpério da mulher.

A própria vivência emocional do parto e a possibilidade de decepção quanto ao sexo do bebê, num momento em que todos ao seu redor parecem ocupados demais para lhe dar a atenção que necessita, muitas vezes encontra saída para suas ansiedades, no ambiente externo ao lar. Daí o aumento das atividades e carga horária no trabalho, relações extra-conjugais ou mesmo somatizações com ocorrências de doenças ou quedas com fraturas, para poder também chamar atenção sobre si.

No caso de já existirem outros filhos, estes também sofrerão impactos emocionais, com a ausência da mãe e o medo de perder seu amor em prol do novo membro da família. O modo como demonstrarão tais sentimentos, freqüentemente vão desde a regressão, quando solicitam novamente o uso da chupeta, apresentam transtornos do sono, inapetência, voltam a molhar a cama, até mesmo a negação da própria mãe, como se não precisassem mais de seu amor e cuidados. Neste momento, vinculam-se mais fortemente com o pai ou com a pessoa que as está atendendo, fortalecendo na figura materna o sentido de incapacidade, de não conseguir realmente dar conta das antigas e novas responsabilidades, concomitantemente.

É muito difícil determinar o limite entre a depressão pós-parto normal da patológica, chamada de psicose puerperal. A característica principal desta é a rejeição total ao bebê, sentindo-se completamente aterrorizada e ameaçada por ele, como se fosse um inimigo em potencial.

A mulher sente-se, então, apática, abandona os próprios hábitos de higiene e cuidados pessoais. Pode sofrer de insônia, inapetência, apresenta idéias de perseguição, como se alguém viesse roubar-lhe o bebê ou fazer-lhe algum mal. Se a puérpera estiver neste quadro de profunda depressão, sem poder oferecer a seu filho o acolhimento necessário, este também entrará em depressão. As características apresentadas são: falta de brilho no olhar, dificuldade de sorrir, diminuição do apetite, vômito, diarréia e dificuldade em manifestar interesse pelo que quer que esteja ao seu redor. Conseqüentemente, haverá uma tendência maior em adoecer ou apresentar problemas na pele, mesmo que esteja sendo cuidado.

Se há bloqueio materno em manifestar amor pelo filho, alguém deve assumir a tarefa de maternagem em que o bebê possa sentir-se amado e acolhido, pois sem amor não desenvolverá a capacidade de confiar em suas próprias possibilidades de desenvolvimento físico e emocional.

Neste caso, o psiquiatra deve ser consultado urgentemente e, simultaneamente ao apoio farmacológico, será aconselhada a psicoterapia.

Assim, o ambiente imediato deve estar atento à intensidade da depressão apresentada pela puérpera, no sentido de que se não puder proporcionar a segurança e a paz que ela necessita, possa pelo menos aconselhá-la a procurar ajuda profissional neste momento de crise.

De qualquer maneira, em quaisquer desses estados apresentados, é comum e esperado, na puérpera, a ocorrência de idéias depressivas e persecutórias, o retraimento e o abandono ou a hiperatividade, sem chegar ao nível alarmante da psicose puerperal. O próprio estado regressivo em que se encontra contribui para o surgimento de tais sintomas.

Assim, se a família e os amigos colaborarem de modo satisfatório, proporcionando confiança e segurança à puérpera, principalmente no tocante às atividades maternas, sem críticas e hostilidades, mas com compreensão e carinho, acolhendo-a nos momentos de maior fragilidade emocional, a depressão pós-parto vai diminuindo de intensidade até se transformar em carinho pelo bebê e respeito pelo ritmo de seu desenvolvimento e progresso.

Até alguns anos atrás, quando as famílias eram mais numerosas, era comum o filho mais velho cuidar do mais novo e, desta forma, quando tinham seus próprios filhos, sentiam-se mais capacitados e seguros em assumi-los. Hoje em dia, é mais difícil passar por esta experiência, já que todos na família saem para trabalhar muito cedo e o número de filhos ter diminuído consideravelmente. Para suprir tal carência de aprendizagem, algumas maternidades estão implementando o sistema de alojamento conjunto, para que possa proporcionar à gestante a experiência real e supervisionada com seu bebê, o que facilitará a formação do vínculo precoce entre eles.

A Psicologia da Gestante surgiu, então, com o propósito de fornecer não apenas informações cognitivas mas, principalmente, permitir que a gestante possa expressar livremente seus temores e ansiedades, a fim de ter assistência e orientação psicológica para enfrentar as diversas situações de maneira mais adaptativa, realista e confiante. Trata-se de um trabalho preventivo, se tiver início junto com o acompanhamento médico pré-natal e/ou de suporte ante a crise, no caso da depressão pós-parto já instalada.

PAI

Paternidade

Muitas gestantes ainda se referem à gravidez com exclusividade, utilizando-se de expressões que, consciente e inconscientemente, transmitem a mensagem que são questões puramente femininas, como se o homem fosse apenas continente de suas angústias e ansiedades e, paradoxalmente, ressentem-se pela indiferença de seus parceiros.

Tais atitudes refletem posturas ancestrais quando, de fato, o homem era excluído da relação e sua participação terminasse no momento em que o bebê era concebido.

Felizmente os tempos mudaram, e o que vemos atualmente é que cada vez mais aumenta o número de homens que desejam participar ativamente do processo da paternidade, constituindo-se num elemento-chave indispensável da equação pré-natal. Assim, não se considera apenas a mulher grávida, mas o casal grávido.

Durante os meses de gestação, o feto ouve a voz paterna e percebe a influência que exerce em sua mãe, através dos batimentos cardíacos, produção hormonal e corrente sangüínea. Tudo quanto afeta positiva e negativamente sua mãe, afeta-o também e as questões conjugais entram em jogo com um grande peso, já que são as que mais atingem emocionalmente a gestante.

A voz paterna é tão importante para a criança que se o pai se comunicar com ela ainda in útero, a criança é capaz de reconhecê-la e de reagir, logo ao nascer. Assim, se por qualquer obstáculo mãe e bebê são separados após o nascimento, e se a mãe estiver impossibilitada de acompanhar sua recuperação, o pai deve assumir e estabelecer contato com ele para que não perca seus referenciais intra-uterinos, podendo sentir-se novamente em segurança.

É' verdade que fisiologicamente o homem está em desvantagem, já que quem gesta o bebê é a mulher, porém, se ela puder ajudá-lo e conseguir introduzi-lo nesta relação tão íntima, fazendo-lhe um lugar, este pai poderá assumir a função que lhe é de direito e de amor e o vínculo paterno-filial irá se fortalecendo com o passar do tempo, aumentando seu envolvimento e prazer em acompanhar o desenvolvimento da gestação.

No exato instante em que a mulher anuncia ao homem que está grávida, implicitamente anuncia o nome de família que esta criança terá. O impacto da notícia depende da história do casal e do tipo de relação que une o homem e a mulher, que pode ter vários efeitos, desde uma felicidade extrema e compartilhada, até separações, afastamentos e conflitos.

O modo como o homem vivencia a gravidez é diferente da mulher. Mesmo as emoções, apesar de as mesmas, também são vivenciadas diferentemente. E é por isso que as gestantes não compreendem e até se ressentem quando seus parceiros não se manifestam com a intensidade esperada, inclusive quando a gravidez foi planejada e desejada por eles.

Em primeiro lugar, porque desejar um filho é completamente diferente de se projetar como pai. E isto é válido também para a mulher. Enquanto o desejo de um filho situa-se no plano da fantasia, onde todas as expectativas são idealizadas, projetar-se como pai remete-o à realidade das responsabilidades que deverão ser assumidas e pelas quais também se percebe inseguro e despreparado.

Em segundo lugar, porque também se encontra em estado regressivo, quando os conflitos infantis, conscientes e inconscientes, são reatualizados, principalmente no tocante à relação com os pais de origem, em especial, com a figura paterna.

Embora o homem e a mulher contribuam igualmente para a concepção do filho, é a mulher que vai vivenciar as transformações físicas e sentir o bebê crescer dentro de seu corpo. Isto causa muita inveja e ciúme no homem por não poder participar diretamente da díade mãe-bebê, o que pode levá-lo a sentir-se excluído da relação.

Para se fazer um lugar, produzem-se os sintomas que são expressões inconscientes desse desejo. Aparecem, então, sensações semelhantes às da mulher, como aumento de apetite, problemas digestivos, intestinais, aumento de sono... Muitas vezes procura inteirar-se de todas as informações possíveis sobre a gravidez, parto e puerpério, como também de captar a cada instante os movimentos fetais, colocando a mão no ventre da parceira.

Outros homens excluem-se da relação, como se não pudessem ou devessem ter acesso à gravidez. Culturalmente, ainda se lhes encontra enraizado que a demonstração de ternura e os cuidados para com um bebê vão contra o conceito de masculinidade.

Outros, ainda, sentem-se incompreendidos e desamparados em suas angústias e ansiedades, pois também se percebem fragilizados, cheios de dúvidas e com medodo futuro e, sem ninguém para ouvi-los, uma vez que o ambiente mais próximopermanece voltado apenas para a gestante, saem em busca de amigos, ficandocada vez mais afastados do ambiente doméstico, e o que é pior : sofrendo sozinhos.

Mas a psicologia pré-natal, com seus estudos cada vez mais avançados, tem demonstrado claramente a importância para o feto do contato precoce com a figura paterna. Quanto mais cedo o vínculo é formado, tanto pelo contato físico no ventre da mulher quanto pela emissão de palavras, maiores benefícios emocionais trarão após o nascimento, pois o bebê necessita tanto dos cuidados maternos quanto dos paternos, visto ser receptivo e sensível a estes, principalmente se tiveram início na vida intra-uterina.

Como a criança já guarda lembranças na vida pré-natal e é capaz de retê-las, a ligação profunda e intensa pai-feto é essencial para o continuum do vínculo pós-nascimento. Este pai, então, deixa de ser mero provedor para compartilhar dos cuidados básicos com o bebê, bem como de sua educação e desenvolvimento físico-emocional.

Mas os limites de cada um devem ser respeitados. Há pais que por não conseguirem experienciar a troca de fraldas, assumem outras tarefas como dar banho, alimentar, levar a passear. Sendo assim, podem revezar com a mulher, deixando de sobrecarregá-la e de se sobrecarregar, ficando ambos mais disponíveis emocionalmente para o bebê. Além do contato com ele, o homem também tem uma função importante como companheiro, pois transmitindo amor e segurança à mulher, colaborará para que ela acolha mais intensamente seu próprio filho.

Muitos homens se decepcionam com a parceira e vice-versa, por não corresponderem ao ideal de pais que construíram, o que pode gerar novos conflitos ou romper um equilíbrio que já era frágil. Se as expectativas forem irreais, há de se refletir para encontrar um meio de reassegurar o bom entendimento, através de muita compreensão e de ajudas mútuas para sobrepujar as dificuldades que porventura surjam.

O reatamento das relações sexuais também são fonte de grande angústia do homem, visto ainda estar em estado regressivo. O temor de machucar a mulher ressurge com a mesma intensidade que na adolescência, o que causa grande insegurança na parceira por perceber este distanciamento como uma rejeição a si mesma.

Alguns homens se afastam da mulher por estarem ainda ressentidos pelo abandono sofrido durante todo o processo da gestação, o que lhes causou sentimentos de intenso ciúme e rivalidade para com o filho, tal como ocorrem quando nasce um irmão.

Outros, ainda, por sua história pessoal, modelos parentais ou culturais, vêem em suas parceiras apenas a imagem materna, o que tornam as relações sexuais inviáveis. Para outros, ao contrário, a parceira fica ainda mais sedutora, pois foi quem gestou seu filho, prova viva de sua virilidade.

A presença ou não do homem na sala de parto, é outra questão que surge e que depende do desejo e disponibilidade do futuro papai. Há homens que não se sentem à vontade para assistir o parto, pois além de revivenciarem a reatualização da angústia do próprio nascimento, teriam que suportar a culpa e responsabilidade, que muitas vezes surgem, ao se depararem com o que a parceira está vivenciando fisicamente. Outros assumem a tarefa sem dificuldade, funcionando como suporte emocional da mulher e de acolhimento ao bebê nesta sua vinda ao mundo aéreo.

Mas o direito de estar presente na sala de parto, não deve transformar-se em obrigação. Deve ser negociado entre o casal e decidido de comum acordo, o que é melhor para cada um.

Assim como a puérpera, o homem também experiencia a depressão pós-parto, temendo não ser capaz de assumir a nova família, de ser bom pai e, principalmente, temendo perder o lugar que tem junto à companheira, pois sabe que seu filho irá exigir toda sua atenção e cuidados nos primeiros meses.

Mas, essencialmente, o baby blues tem origem no trauma da angústia de separação da mãe e que se funda na cesura do cordão umbilical, no momento do próprio nascimento, que é reatualizado com profunda e intensa ansiedade.

De qualquer maneira, homem nenhum passa imune ao processo de gestação e do nascimento de um filho. Com a evolução dos estudos sobre a relação paterno-filial, desde a vida intra-uterina, muitos homens estão se conscientizando e assumindo a paternidade de modo mais responsável, valorizando a importância de sua participação na vinda e na vida de seus filhos.

Com isto, homens e mulheres poderão estabelecer vínculos mais solidários e sólidos, independentemente da sitiuação do vínculo afetivo, o que certamente irá produzir gerações futuras de crianças emocionalmente mais ajustadas, estáveis, seguras e, portanto, muito mais felizes.

AR SECO

Ar Seco e Doenças Respiratórias

Nas últimas semanas, diversas regiões brasileiras estão em estado de alerta devido a baixa umidade relativa do ar.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade relativa do ar na cidade de São Paulo pode chegar a 20% agora nos próximos dias. O Inmet também alerta outros oito Estados e o Distrito Federal para a possibilidade de baixa umidade relativa do ar. Os Estados são: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Piauí, Maranhão, Tocantins, Bahia e Minas Gerais.

Médica fazendo inalação no bebê

A umidade relativa do ar no Distrito Federal registrou índice de 10% dia 15 de agosto, momento em que a temperatura chegou a 26,6 ºC. A marca é recorde para o país e só havia sido registrada anteriormente, também no DF, em 2002 e 2004, segundo o Inmet.

Como dado de comparação, o deserto do Saara, na África, registra índices entre 10% e 15%.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera estado de atenção quando a taxa de umidade relativa do ar fica abaixo dos 30%. Abaixo dos 20% é considerado estado de alerta e abaixo dos 12%, estado de emergência. Com o tempo seco, a poluição aumenta favorecendo o surgimento de doenças respiratórias e cardiovasculares.

Nestas condições, é comum a ocorrência de complicações respiratórias devido ao ressecamento das mucosas, provocando sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos.

Atenção especial deve ser dadas às crianças e idosos. O grupo também de maior risco é formado pelos portadores de doenças respiratórias crônicas e alérgicas pois o ar seco irrita a mucosa das vias respiratórias, isto é, nariz, seios da face, garganta e os pulmões, que acaba culminando com exacerbaçao do quadro alérgico (rinite e crise asmática) e infecções do trato respiratório como bronquites, otites, faringites, traqueites e até pneumonias que podem se tornar uma situação de risco, levando a internação e outras complicações.

Veja os cuidados com a saúde de acordo com a umidade, segundo a OMS:

Entre 20% e 30% – Estado de Atenção

  • Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h
  • Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água
  • Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas

  • Consumir água à vontade.

Entre 12% e 20% – Estado de Alerta


  • Observar as recomendações do estado de atenção

  • Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h
  • Evitar aglomerações em ambientes fechados

  • Usar soro fisiológico para olhos e narinas

Abaixo de 12% – Estado de emergência

  • Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta
  • Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência
  • Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas e cinemas entre 10h e 16h
  • Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças.

Outros cuidados e atenção:

  • Mantenha ambientes limpos e sem poeira. Forrar travesseiros e colchões, usar edredons ao invés de cobertores, retirar tapetes ou objetos que acumulem pó como livros, revistas, brinquedos de pelúcia e caixas;
  • Previna-se de infecções (gripes, faringites, sinusites e pneumonia ocasionada pelo pneumococo) fazendo o uso das vacinas anti influenza (Vacina da gripe) e a Vacina anti pneumocócica (Heptavalente, decavalente e 13valente para crianças menores de 2 anos de idade e para as maiores de 2 anos de idade e adultos a Pneumo-23);
  • Embora os umidificadores possam ser úteis, eles podem provocar doenças se não forem mantidos limpos adequadamente ou se os níveis de umidade ficarem muito altos. Por isso monitore os níveis de umidade e mantenha o seu umidificador limpo – Filtros de umidificadores sujos podem produzir mofo (fungos) ou bactérias que podem deixá-lo doente;
  • Evitar exposição prolongada a ambientes com ar-condicionado, já que este ajuda a ressecar o ambiente.

VARIZES

Entenda as varizes

As varizes não apenas umas veias aparentes na pele, além do aspecto não agradável elas podem evoluir para quadros mais graves.

Varizes são veias dilatadas e deformadas que surgem ao longo das pernas e podem causar dor, inchaço e, em casos mais graves, úlceras na pele. As varizes podem aparecer em três estágios: pequenas linhas avermelhadas, veias mais grossas de cor azulada ou nódulos grossos que saltam do plano da pele.

Tratamento de varizes na perna com laser

O que acontece é que as artérias bombeiam o sangue do coração para irrigar as pernas, e essas por sua vez têm veias que possuem a função de mandar o sangue de volta ao coração. Nestas veias existem pequenas válvulas que se estreitam após a passagem do sangue, não deixando que ele retorne para os membros inferiores. Em algumas pessoas essas válvulas se afrouxam e aparecem as varizes. Os motivos mais comuns são sedentarismo, hereditariedade e uso de pílulas anticoncepcionais.

Nas gestantes, o índice de aparecimento de varizes também é alto. Isso acontece pois com o crescimento do feto o útero passa a comprimir as veias na região do abdômen. Além disso, os fatores da gravidez, como o aumento de sangue circulando no corpo, aumento da produção de progesterona e aumento do peso, fazem com que haja uma dilatação das veias das pernas, podendo gerar varizes novas ou aumentar as já existentes.

Para evitar que as varizes cresçam ou que apareçam, existem algumas dicas:

  • Faça exercícios físicos de baixo impacto, como caminhadas, hidroginástica, natação;
  • Não fique muito tempo parada na mesma posição, seja ela em pé ou sentada;
  • Se precisar ficar em pé durante longos períodos, tente caminhar ou abaixar e levantar os calcanhares;
  • Cuidado com o peso, pois engordar subitamente favorece o aparecimento de varizes;
  • Não fume, o cigarro piora qualquer doença vascular;
  • Sol em excesso faz mal para a pele e acentua varizes;
  • Sauna, hidromassagem e banhos muito quentes dilatam os vasos sanguíneos e, para quem tem varizes acentuadas, aquecer demais não é recomendado;
  • Descanse os pés para cima, na altura dos quadris, quando puder.

Além de todas essas dicas, massagens são altamente recomendáveis. A drenagem linfática trata muito bem das pernas, ativa a circulação e melhora a textura da pele.

O mais aconselhável para quem já tem varizes é procurar ajuda de um angiologista ou médico vascular. Ele vai estudar o caso da paciente e ver qual a melhor maneira para tratar as veias incômodas. Algumas das opções são cirurgia, laser e escleroterapia química (tratamento que aplica uma substância para secar a veia).

HORA DO TRONO

Hora de ir ao banheiro

A transição das fraldas para o banheiro deve ser feita com paciência e sem pressão.

Muitas mães se desesperam ao ver que seus filhos já grandinhos, às vezes com mais de três anos, ainda não conseguem fazer cocô no banheiro. Apesar de usarem o penico para o xixi, ainda pedem para colocar a fralda na hora do cocô ou acabam fazendo suas necessidades onde estiverem, sujando toda a roupa.

Bebê sentado no penico enquanto atualiza perfil no notebook :-)

A realidade é que a fase de transição da fralda para o vaso sanitário, ou mesmo para o penico, é muito delicada para a criança. Até o simples fato de sentar em um vaso sanitário grande e ficar inseguro de cair dentro do buraco atrapalha o aprendizado. Por isso, é necessário todo o tipo de cuidado na hora de ensinar o seu pequeno a deixar as fraldas.

“A partir dos dois anos e meio de idade é importante começar a explicar para as crianças o uso do penico e do vaso sanitário. Mostrar que todos que crescem fazem isso. E o mais importante é fazer tudo com muita paciência”, esclarece o psiquiatra Fábio Barbirato.

Portanto, não se preocupe se o seu filho tem mais de dois anos e ainda não usa o banheiro para fazer cocô. Cada criança tem o seu tempo para aprender a controlar essa necessidade fisiológica. “Controlar o esfíncter anal, que é o músculo que controla a abertura do ânus, é mais difícil do que controlar o esfíncter uretral, que controla a abertura da uretra. Por isso, as crianças têm mais facilidade em aprender a pedir o xixi do que o cocô”, explica Barbirato.

A criança está preparada para fazer suas necessidades no banheiro quando começa a avisar que fez xixi na fralda. Isso é sinal de que ela já percebe e controla o xixi. Assim que resolve tirar a fralda do filho, a mamãe tem que ter muita paciência e perguntar para a criança de duas em duas horas se ela gostaria de ir ao banheiro. Muitas vezes a criança reluta em parar a brincadeira para fazer xixi, mas é preciso insistir.

Em relação ao cocô, é importante que os pais percebam o horário que normalmente a criança tem vontade e levá-la no banheiro. Conte uma história, converse, tenha paciência, assim seu filho criará confiança e começará a pedir sozinho para ser levado ao banheiro.

Segundo o psiquiatra, não é necessário procurar ajuda profissional antes dos cinco anos de idade. A partir daí, é bom ficar de olho e fazer o acompanhamento com um especialista, pois o problema pode ser tanto físico quanto psicológico.

domingo, 21 de agosto de 2011

INSONIA DOS PEQUENOS

O QUE É INSÔNIA?

A insônia infantil pode manifestar-se como dificuldade de adormecer quando a criança é colocada na cama ou dificuldade de continuar dormindo durante a noite. Ao avaliar o padrão de sono do seu filho, os fatores mais importantes a considerar são a qualidade do seu sono - se ele dorme a noite toda ou se acorda várias vezes - seu nível de descanso e atividade durante o dia. A criança que sofre de insônia pode não ter energia suficiente para acordar pela manhã ou acompanhar os colegas durante o dia. Pode ter olheiras.
Os padrões de sono normais incluem uma alternância de ciclos de sono sem movimentos rápidos dos olhos (REM) e ciclos de sono commovimentos rápidos. É durante o ciclo REM, um sono mais leve, que sonhamos. Os recém-nascidos dormem em média 16 horas por dia, sendo que metade desse tempo é gasto com o sono REM, durante o qual eles bocejam, contorcem-se, fazem ruídos brandos e acordam facilmente. A criança de dois anos precisa de cerca de 12 a 14 horas de sono todos os dias, incluindo cochilos. À medida que a criança vai crescendo, passa menos tempo na fase mais leve, REM, do sono e mais tempo em sono mais profundo. Aproximadamente 30% do tempo de sono da criança pequena é gasto no sono REM. As crianças em idade escolar precisam cerca de 10 a 11 horas de sono por dia, para restabelecer a energia e a atividade de seu corpo. Os adolescentes, geralmente, querem afirmar sua independência e determinam seus próprios padrões de sono.
Quando a criança domina novas tarefas, passa por mudanças na sua vida e vai de um estágio de desenvolvimento a outro, a insônia é um problema temporário comum. A criança pequena que está aprendendo a dormir em um novo quarto, a criança que acabou de se mudar para uma casa nova ou o adolescente ansioso com relação a um evento iminente pode ter algumas noites de insônia.
Entretanto, se a insônia persistir e começar a interferir na capacidade do seu filho de realizar suas atividades durante o dia, consulte seu médico. A insônia pode estar relacionada à depressão ou ansiedade, um problema físico como infecção de ouvido crônica ou febre ou terrores noturnos. Os terrores noturnos são caracterizados por gritos, agitação, confusão, suor e respiração ofegante. Geralmente ocorrem algumas horas após a criança ter adormecido ou quando está saindo de um sono profundo, sem sonhos. Outro problema a considerar - se seu filho ronca sonoramente, fica excessivamente sonolento durante o dia e tem mau desempenho na escola - é a apnéia no sono, uma interrupção temporária da respiração durante o sono. Breves períodos de apnéia no sono são comuns entre os recém-nascidos e os bebês prematuros. As crianças obesas e as crianças com amígdalas aumentadas e amigdalite crônica também podem ter apnéia no sono, devido à obstrução da passagem do ar. Se suspeitar que seu filho tenha apnéia no sono, consulte seu médico.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

A difenidramina, um anti-histamínico, é um dos indutores do sono mais benignos. Contudo, nunca dê à criança qualquer medicamento vendido sem receita médica para ajudá-la a dormir, sem antes consultar seu médico.
Os antidepressivos, como amitriptilina ou imipramina, são às vezes usados para problemas do sono, principalmente se o paciente estiver com depressão. Devem ser dados apenas quando receitados por um psiquiatra.
Os tranqüilizantes, como diazepam, são medicamentos vendidos com receita médica, poderosos e potencialmente viciantes. Não são recomendados, principalmente para crianças, exceto nas circunstâncias mais extremas.



DIRETRIZES ALIMENTARES

Evite dar ao seu filho qualquer estimulante, tais como alimentos e bebidas que contenham cafeína, açúcares refinados, ou chocolate, que podem deixá-lo acordado a noite toda.
Evite servir refeições pesadas tarde da noite.
Para manter um nível de açúcar uniforme no sangue durante a noite, dê ao seu filho um lanche leve, como cream crackers ou torradas, antes dele ir para a cama. Evite alimentos pesados, de difícil digestão.
Certifique-se de que seu filho coma alimentos que contenham o aminoácido triptofano, que ajuda a estabilizar os humores e a aliviar o estresse. É usado pelo cérebro para produzir serotonina, uma substância química que regulariza os mecanismos do sono normal. Dentre os alimentos ricos em triptofano encontram-se banana, queijo cottage, peixe, tâmara, leite, amendoim e peru. Comer carboidratos complexos como massa e arroz no jantar também é bom para induzir ao sono.


SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

O levedo de cerveja é rico nas vitaminas B, bem como em outras vitaminas e minerais que ajudam a acalmar o sistema nervoso. Dê à criança com doze anos ou mais 1 colher de chá na hora de dormir.
Um suplemento de cálcio e magnésio ajudará a acalmar o sistema nervoso do seu filho. Esse suplemento é muito útil para a criança que tem insônia, acompanhada de cãibras nas pernas. Dê ao seu filho uma dose de um suplemento que contenha 250 miligramas de cálcio e 125 miligramas de magnésio pela manhã e depois novamente na hora de dormir, durante alguns meses.


TRATAMENTO FITOTERÁPICO

Para ajudar seu filho a relaxar antes de ir para a cama, dê-lhe uma xícara dechá de camomila, um relaxante fitoterápico, uma hora antes de dormir. Um chá de várias ervas também pode ser usado.
A passiflora é um relaxante brando, seguro para as crianças com mais de quatro anos. Dê ao seu filho uma xícara de chá de passiflora na hora de dormir.
A escutelária é um relaxante eficaz. Dê ao seu filho uma dose, em chá, tintura ou cápsula, uma hora antes de dormir.
Observação: Essa erva não deve ser dada a crianças com menos de seis anos.
A raiz de valeriana pode ser eficaz para crianças com doze anos ou mais. Dê ao seu filho uma dose, em cápsula, chá ou tintura, na hora de dormir.
Para as crianças mais velhas, você pode fazer um chá que combine quantidades iguais de valeriana, camomila, passiflora e escutelária e dar-lhes uma xícara na hora de dormir.
Em vez de dar ao seu filho sempre a mesma erva relaxante, é mais eficaz fazer um rodízio de ervas. Por exemplo, dê ao seu filho camomila durante várias noites, depois passiflora durante várias noites e assim por diante.


HOMEOPATIA

O remédio homeopático Carbo vegetalis é para a criança que acorda no meio da noite com dor no estômago. Dê a essa criança uma dose em Carbo vegetalis 9ch quando ela acordar no meio da noite.
Coffea cruda, ou café homeopático, alivia os sintomas semelhantes aos que os adultos sentem ao beber uma xícara de café. Esse remédio alivia de forma eficaz o nervosismo e a agitação mental e física que possam estar interferindo no sono. Por exemplo, na noite anterior a um grande acontecimento, como uma prova ou competição esportiva, a criança pode ficar deitada, sem sono, com grande atividade mental. Uma dose de Coffea cruda 6ch, administrada uma hora antes do jantar, e outra dose meia hora antes da hora de dormir, é útil para esse tipo de insônia.


RECOMENDAÇÕES GERAIS

Desacelere o metabolismo do seu filho e dê-lhe tempo para relaxar à noite. Um banho morno, uma massagem nas costas ou nos pés ajudará a criança a acalmar-se e a ficar confortável.
Dê ao seu filho um suplemento de cálcio e magnésio.
Dê ao seu filho uma xícara de chá de ervas antes de dormir.
Ensine às crianças mais velhas técnicas de relaxamento.
Para insônia ocasional, dê ao seu filho o remédio homeopático Coffea cruda.


PREVENÇÃO

Estipule um horário para dormir e obedeça-o. Comece mandando a criança para a cama na mesma hora sempre e acorde-a na mesma hora todos os dias.
Inicie um ritual simples e rotineiro para a hora de dormir, tal como contar uma história, conversar sobre os acontecimentos do dia ou fazer um exercício de visualização juntos. Um ciclo de sono regular e rituais familiares na hora de dormir têm como objetivo confortar, tranqüilizar e promover hábitos de sono saudáveis. Obedeça seu horário até mesmo nos fins de semana e feriados. Contudo, você deve ser flexível para adaptar-se ao horário, se ele não corresponder ao ciclo normal do seu filho. Algumas crianças são "cotovias", que acordam naturalmente cedo, ao passo que outras são "corujas", que preferem ficar acordadas até um pouco mais tarde.
No caso de crianças mais velhas, desestimule cochilos no final da tarde ou início da noite.
Incentive a discussão de qualquer experiência assustadora ou perturbadora que possa ter ocorrido durante o dia. Isso é importante, principalmente no caso de crianças altamente sensíveis e impressionáveis.
Para tranqüilizar a criança medrosa, deixe a porta aberta e uma pequena e reconfortante luzinha acessa durante a noite.
Incentive atividade física vigorosa pela manhã ou à tarde.
Evite programas televisivos assustadores ou histórias de terror antes de dormir.

SOLUÇO

O QUE É SOLUÇO?

O soluço é um espasmo repentino e involuntário do diafragma. É realmente inofensivo e a maioria desaparece espontaneamente em alguns minutos. Até mesmo os bebês no útero podem ter soluços. O soluço tem uma série de causas, inclusive indigestão e ingestão rápida de alimentos. Quando a criança come rapidamente, algumas vezes engole ar. Sem ter aonde ir, o ar engolido pode sair na forma de soluços. Seu filho pode achar o soluço bastante engraçado.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

Em casos extremos e raros, pode ser necessário um sedativo. Do contrário, seu médico provavelmente dará sugestões semelhantes às relacionadas sob Recomendações Gerais, a seguir.



HOMEOPATIA

Siga os cinco passos para ajudar seu filho a se livrar dos soluços.

1. Comece com uma dose de Acônito 9ch ou 30ch. Aguarde cinco minutos.
2. Se os soluços ainda persistirem, dê uma dose de Arnica 9ch. Aguarde mais cinco minutos.
3. Se seu filho ainda estiver com soluços, experimente uma dose deIgnatia 9ch e espere cinco minutos.
4. Se seu filho ainda estiver com soluços, dê-lhe uma dose de Magnesia phosphorica 9ch. Espere cinco minutos.
5. Por fim, pode experimentar uma dose de Lycopodium 9ch. Esse remédio é útil principalmente se seu filho tiver um histórico de gases intestinais e soluços repetidos.

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RECOMENDAÇÕES GERAIS

Toda família tem uma forma predileta de se livrar dos soluços. Muitas observaram que as seguintes intervenções são úteis.

O bebê às vezes começa a ter soluços durante ou após a amamentação. Ajude seu bebê a livrar-se das bolhas de ar ao arrotar.
Faça com que seu filho beba lentamente vários copos de água fria.
Faça com que a criança mais velha respire fundo e prenda a respiração o máximo possível. (Apenas crianças mais velhas devem aprender essa técnica.)
Faça com que a criança mais velha respire em um saco de papel. (Novamente, apenas crianças mais velhas devem aprender essa técnica.)
Faça com que seu filho beba lentamente água fria enquanto prende a respiração.
Faça com que seu filho gargareje com água durante um ou dois minutos.
Dê ao seu filho um copo de água fria. Tampe os ouvidos do seu filho com os polegares. Pressione firmemente a ponto de bloquear seus ouvidos, mas não a ponto de machucá-lo. Enquanto os ouvidos dos seu filho estão bloqueados, faça com que ele beba lentamente a água enquanto prende a respiração.


PREVENÇÃO

Comer lentamente talvez seja a melhor forma de evitar soluços. Para evitar engolir ar, coma em um ritmo calmo e ensine seu filho a fazer o mesmo. Refeições tranqüilas em família devem ser atividades agradáveis.Quando as refeições são prazerosas, as crianças não ficam propensas a correr para acabar de comer e retornar a outras atividades.