quinta-feira, 14 de julho de 2011

HORA DO LANCHE

Seja qual for o passeio escolhido, uma coisa é certa: o lanchinho não pode faltar. Em um certo momento, é preciso interromper a brincadeira para comer e beber alguma coisinha, afinal, crianças não podem ficar de estômago vazio.

Hora do lancheSegundo a nutróloga Márcia de Castro Sebastião, coordenadora científica do Departamento de Nutrologia da APM (Associação Paulista de Medicina), a hora ideal de oferecer um lanchinho para a criança vai depender da duração do passeio. “É bom oferecer um lanchinho antes de sair de casa e levar algum alimento na bolsa, assim caso a criança sinta fome, terá o que comer. Além disso, assim como os adultos, eles devem se alimentar a cada três horas em pequenas porções”, ensina a Dra. Márcia.

O ideal é preparar um lanchinho em casa para evitar as guloseimas da rua. Sanduíches de pães de forma e bisnagas, bolos caseiros ou industrializados, bolachas sem recheio, biscoitos e frutas cortadinhas são algumas boas opções de lanche, fáceis de ser levados na bolsa da mamãe.
Se tiver que comprar o lanchinho na rua, é melhor dar preferência a sucos naturais, milho, água de coco e sorvete de frutas, que são alimentos mais saudáveis e nutritivos. Alimentos como pastel, camarão, maionese e frituras em geral devem ser evitados devido à quantidade de gorduras e a facilidade de estragarem, especialmente nos dias quentes. É bom ainda tomar cuidado com as barraquinhas em que se compra esses tipos de alimentos, pois muitas vezes não têm condição nenhuma de higiene para o preparo do alimento.

E atenção para a hidratação da criança. Ofereça líquido constantemente durante o passeio, afinal, raramente a criança percebe que está com sede. É sempre bom levar uma garrafinha ou mamadeira de água na bolsa, dependendo da idade da criança.

O PODER DO BANHO

Além de limpar o banho ajuda a relaxar

Conforme o bebê vai crescendo, os pais vão percebendo que o banho tem outras funções além de limpar. Ele pode ser usado para relaxar, acalmar ou até refrescar o bebê. Tudo depende do tipo de banho que é dado. Os mais crescidinhos, que já conseguem ficar sentados na banheira, podem tomar mais de um banho por dia. E não precisa ser só quando estão sujinhos.

No verão, por exemplo, um banho com água fresquinha é uma boa opção quando o bebê está inquieto. Se ele já tomou um banho completo no dia, nesse segundo banho pode apenas se distrair na banheira com seus brinquedinhos preferidos. Depois de se refrescar e fazer bagunça, a criança vai ficar muito mais tranqüila.

Em outra ocasião, quando o bebê estiver muito agitado para ir pra cama, o banho relaxante pode resolver o problema. Um banho quentinho e demorado à noite, antes do bebê dormir, tem o poder de acalmar e relaxar. O ideal é que a temperatura da água seja semelhante a do corpo materno, em torno de 36 ºC. Apenas deixe a criança com o corpo imerso na banheira e, se quiser, coloque uma música instrumental ou com sons da natureza bem baixinha. É sair da banheira e ir direto pro bercinho.

BANHO DO RECEN-NASCIDO

O banho do bebê recém-nascido

Uma das maiores dificuldades que os pais enfrentam nos primeiros dias de vida do bebê é o banho. São milhares de dúvidas: que produtos usar, como preparar a água, como cuidar do umbigo que ainda não caiu, como evitar que entre água e sabão nos olhos do bebê, e outras mais.

Essa insegurança dos pais é comum. Além de ser uma experiência totalmente nova para eles, entra o medo de lidar com um bebê numa situação que exige certas habilidades. “O banho, para o bebê, é uma volta ao tão conhecido ambiente líquido, mas para os pais, com aquela criaturinha frágil, se mexendo, chorando, é uma prova de equilíbrio e coragem, pois o medo maior é de deixar o bebê escorregar ou se afogar”, explica a Dra. Eliane Posnik, pediatra do Berçário e UTI Neonatal do Hospital São Lucas.

A verdade é que, com o tempo, o bebê e os pais vão juntos criando confiança até que a hora do banho vira um dos momentos mais gostosos do dia.

E foi para ajudar você a enfrentar essas dificuldades dos primeiros banhos que preparamos um guia com tudo que você precisa saber para proporcionar um banho saudável e gostoso para o seu filhote.

HORA DO PASSEIO DE CARRO

O primeiro aspecto a se pensar antes de sair de carro com um bebê ou criança é a segurança. Transportar os pequenos de maneira adequada é fundamental. O Código Brasileiro de Trânsito exige que todas as crianças menores de 10 anos andem no banco de trás do veículo.

Levar o bebê no colo, nem pensar. Segundo a ONG Criança Segura, que tem como missão promover a prevenção de acidentes de crianças e adolescentes, a melhor proteção para as crianças no carro é o uso de cadeiras e assentos de segurança. “O cinto de segurança é projetado para um adulto com no mínimo 1,45m de altura e por isso não protege as crianças dos traumas de um acidente”.

Bebê deve ser trasnportado em dispositivo apropriado

O problema é que muitas vezes as cadeiras de segurança são usadas de forma errada. A ONG Criança Segura afirma que os principais erros cometidos pelos pais são usar uma cadeira inapropriada para a idade ou tamanho da criança, colocar uma criança com menos de 1 ano em uma cadeira de segurança de frente para o movimento, não instalar a cadeira bem presa ao banco do carro, instalar a cadeira no banco da frente ou não prender a criança corretamente no assento.

“Hoje cada cadeirinha tem uma certificação com idade e peso da criança, facilitando a vida da mãe. Além disso, os produtos vêm com as instruções do fabricante e as normas de segurança”, explica o pediatra Dr. João Coriolano Rego Barros, membro do Departamento de Pediatras da APM (Associação Paulista de Medicina).

É importante que a cadeira se adapte devidamente ao veículo e que seja instalada corretamente. Até 1 ano de idade a criança deve ficar na cadeirinha sempre virada de costas para o banco da frente. Segundo o Dr. João, é importante a mãe sempre colocar o bebê sentado, nunca deitado, pois ele pode regurgitar e engasgar. “Caso o bebê chore, pare num posto ou estacionamento, nunca em lugares desertos e durante o trânsito não tente socorrer a criança com o carro em movimento”. Depois dos 2 anos, a criança já pode ficar sentada de frente no carro, porém, deve continuar a usar o assento de segurança apropriado para sua fase até os 7 anos de idade.

A cadeira de segurança deve apresentar o selo do Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Esse selo garante que a cadeira de segurança passou pelos testes de colisão. Se tiver qualquer dúvida sobre a autenticidade do selo, basta fazer uma consulta no site do Inmetro (http://www.inmetro.gov.br). No link "Produtos e serviços com conformidade avaliada" é possível encontrar todos os artigos que possuem a certificação, atente para o detalhe de que o Inmetro referencia os assentos como "Dispositivo para Retenção de Crianças".

Enquanto estiver dirigindo, certifique-se que as portas e vidros elétricos de trás do carro estejam travados.

O QUE UM RECEN-NASCIDO CONSEGUE FAZER

O desenvolvimento neuropsicomotor da criança começa desde o seu primeiro minuto de vida.

O bebê recém-nascido é muito mais esperto e sensível do que muitos pais acreditam. Ele já nasce com os sentidos apurados, enxergando, ouvindo, sentindo cheiros. É por isso que costuma chorar tanto assim que sai da barriga. As luzes dos refletores incomodam seus olhos, as vozes altas da sala de parto e os ruídos do centro cirúrgico atrapalham sua audição, os cheiros dos desinfetantes agridem seu olfato e as mãos que o medem, pesam, limpam e vestem o assustam.

Diversos estudos provaram que o recém-nascido sente gostos e, inclusive, seu paladar aceita melhor os alimentos doces aos amargos, embora seu cardápio se resuma ao leite materno. Apesar de muitos passarem a maior parte do tempo com os olhinhos fechados, eles conseguem enxergar objetos e rostos próximos do seu campo de visão. Nos primeiros dias de vida a visão do bebê já é bem clara e definida e atinge de 15 a 20 cm de distância.

A audição do bebê está formada desde o 5º mês de gravidez, é por isso que muitos especialistas incentivam as mães a conversarem com seus bebês ainda na barriga. Assim que nascem, os bebês já respondem aos estímulos sonoros. Quando expostos a ruídos altos, eles tendem a se atirar para trás e sua respiração se acelera.

Os bebês também nascem com a capacidade de olfato completamente desenvolvida, ou seja, sentem cheiros agradáveis e ruins. Para não agredir seu olfato, o ideal é não passar perfume e evitar produtos de limpeza com odores fortes nos ambientes.

Se os pais estiverem atentos ao comportamento do bebê, logo poderão reconhecer as manifestações de inteligência e personalidade de seu filho. O recém-nascido demonstra suas vontades berrando quando está com sono ou com a fralda suja, mordendo o bico do seio quando não consegue abocanhar, agitando braços e pernas quando está irritado. Essas são as armas que ele tem para demonstrar e impor suas vontades.

Quanto à parte motora, uma das características dos recém-nascidos é a forma da coluna vertebral. Ela é reta, pois as sua curvatura cervical, dorsal e lombar só aparece conforme o bebê começa a sustentar a cabeça, sentar, ficar em pé.

Proporcionalmente, a cabeça é grande e as pernas e os braços ainda são bem magros e curtos em relação ao tronco.

Nos primeiros dias o bebê já apresenta movimentos motores como jogar os braços, chorar, se torcer, virar a cabeça de um lado para o outro, se encolher, fechar as mãos, buscar o bico do seio, sugar o leite e deglutir.

A cada dia que passa, a atividade do bebê fica mais intensa e ele começa a se mexer cada vez mais no berço.

CUIDADOS COM A PELE NO INVERNO

Todo mundo sabe que pele de bebê é sensível e precisa de cuidados especiais. A grande dúvida das mães é saber o produto certo para usar, especialmente no inverno, quando a pele tende a ficar mais ressecada.

Bebê usando roupas de frio

Segundo a Dra. Silvia Zimbres, dermatologista da Doux Dermatologia, os problemas de pele são bem comuns nessa idade e a maioria desses inconvenientes são fáceis de evitar com cuidados adequados no dia a dia.

O problema de pele mais comum no inverno é a xerose, ou seja, o ressecamento da pele. “Bebês e crianças podem ter crises da chamada dermatite atópica, que se manifesta por placas vermelhas e que coçam bastante, em qualquer parte do corpo ou localizadas nas dobras do pescoço, joelhos e cotovelos”, diz a Dra. Silvia.

Os cuidados com o banho são fundamentais. A dermatologista recomenda evitar banhos muito quentes e demorados, evitar o uso de sabonetes antissépticos e o uso de esponjas ou buchas vegetais. “O ideal é dar preferência para sabonetes cremosos, lavando principalmente axilas, genitais e pés, sendo que as outras áreas devem ser lavadas apenas com a espuma de outros locais do corpo”, ensina ela.

Se a criança fizer natação, é importante tirar o cloro do corpo o mais rápido possível. Outra dica é preferir roupas 100% algodão e nunca deixar de usá-las sob malhas de lã ou sintéticas, para evitar coceira e irritação da pele.

Para evitar o ressecamento da pele, algumas crianças precisam ainda usar emolientes após o banho, especialmente os atópicos e os de pele muito seca. “Muitos bebês de poucos meses já precisam de hidratantes. O importante é usar um específico para crianças, para evitar ardência ou até mesmo irritação pelo produto”, explica a médica. Ela lembra que para bebês e crianças atópicas a uréia, principalmente acima de 5%, deve ser evitada. “Nesses casos, a orientação do dermatologista é fundamental, especialmente em casos de dermatite atópica, que pode ser grave e pode necessitar inclusive de medicação via oral para tratamento”.

DICAS PARA O INTESTINHO DA GESTANTE

A constipação, ou intestino preso, é uma queixa comum entre as gestantes. Pesquisas mostram que duas em cada três gestantes apresentam queixas sobre o funcionamento do intestino.

prisão de ventre ou intestino preso

O problema é comum devido às alterações hormonais e físicas que o corpo sofre durante a gravidez. Os sintomas tendem a se agravar a partir do segundo trimestre, quando o bebê está maior e o intestino fica mais pressionado e, conseqüentemente, mais lento. Nos casos mais graves, quando a ida ao banheiro é mais demorada menos freqüente, a gestante pode chegar a desenvolver hemorróidas, que são bastante desagradáveis e doloridas.

Os medicamentos devem ser evitados ao máximo durante a gestação, portanto, o Guia do Bebê selecionou algumas dicas para que a gestante consiga driblar a prisão de ventre e colocar o intestino para funcionar de forma natural.

A boa alimentação é fundamental para regular o intestino. Os alimentos ricos em fibras, como cereais, aveia, pães integrais, frutas, verduras e legumes estimulam o trânsito intestinal. As frutas mais indicadas são mamão, ameixa, melão, laranja, damasco, manga e morango. Evite banana, maçã, pêra e goiaba, que são constipantes. É importante adequar a alimentação aos poucos para que o organismo se acostume com o novo cardápio. Comer em horários regulares também ajuda.

A ingestão de líquido é muito importante para evitar que as fezes endureçam e para facilitar sua passagem pelo intestino. É indicado beber cerca de oito copos de água por dia. Boas opções são sucos naturais, vitaminas com mamão e água de coco.

Para dar mais um empurrãozinho no intestino é recomendada a prática de atividade física moderada e constante, como hidroginástica, yoga e caminhada, se o médico liberar. Isso porque o exercício estimula o peristaltismo, ou seja, o movimento intestinal, favorecendo a eliminação.

Se esses cuidados não forem suficientes, o médico poderá avaliar seu estado e recomendar o uso de algum medicamento. Nunca tome laxante ou chás naturais sem consultar o seu médico, pois eles podem causar problemas para a gestante e para o bebê.

MAMADEIRA É ERRADO?

bebê usando mamadeira

O uso da mamadeira sempre causou muita polêmica. Alguns médicos são contra, outros a favor desde que não vire um mau hábito. Não há dúvida que a criança que passa o dia com a mamadeira na boca tem grandes chances de prejudicar sua fala, sua dentição e até seu desenvolvimento psicológico. Por outro lado, em alguns casos, a mamadeira é uma boa aliada na alimentação de bebês que não podem ser amamentados pela mãe.
Em primeiro lugar é preciso entender sua função. A mamadeira é a substituta do seio da mãe. Quando o bebê, por algum motivo, não pode receber a amamentação materna, o uso da mamadeira torna-se necessário para alimentá-lo. “O uso de mamadeira tem indicação precisa e restrita nos casos em que a mãe não quer ou não pode amamentar. Por exemplo: morte materna; portadoras de HIV; mães que tomam medicamento que as pesquisas científicas contra indicam a amamentação; usuárias de drogas ilícitas e crianças ou mães institucionalizadas”, explica a dra. Keiko Teruya, do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

É importante que a mãe esgote todas as possibilidades de oferecer o leite materno antes de introduzir a mamadeira para que o bebê não se acostume ao bico artificial. “A sucção do bico da mamadeira é totalmente diferente da sucção no peito. Isto pode provocar a confusão de bicos e levar ao desmame precoce, que é uma das principais causa de mortalidade infantil”, alerta a especialista.

Mas afinal, porque a mamadeira é condenada? Segundo a Dra. Keiko, o bico artificial pode tornar a criança um respirador bucal, que poderá provocar graves problemas respiratórios, de sono, de fala, humor, defeito na arcada dentária e déficit de aprendizagem.

Não é à toa que os fabricantes de bicos, mamadeiras e chupetas são obrigados a alertar sobre os problemas causados na embalagem dos produtos, usando a seguinte frase: “O Ministério da Saúde informa: a criança que mama no peito não necessita de mamadeira, bico ou chupeta. O uso da mamadeira, bico ou chupeta prejudica a amamentação e seu uso prolongado prejudica a dentição e a fala da criança".

A dica para as mamães que querem evitar o uso de bicos artificiais é esquecer a mamadeira e oferecer o copinho quando os sucos forem introduzidos pelo pediatra na dieta do bebê a partis dos seis meses. “A recomendação da Organização Mundial de Saúde/UNICEF é amamentar a criança exclusivamente ate seis meses e complementada com outros alimentos até dois anos ou mais. Assim, uma criança que mama não necessita o uso de mamadeira em sua vida”, diz a pediatra, que afirma que a criança já está apta a beber no copo desde que consiga a sucção de líquidos, já na UTI neonatal.

OBESIDADE INFANTIL

Pesquisas revelam que crianças e adolescentes filhos de mães com sobrepeso têm 3,8 vezes mais chance de desenvolver a obesidade. Quando ambos os pais estão acima do peso essa probabilidade é seis vezes maior. Os estudos também apontam que adolescentes com mães ou ambos os pais envolvidos em atividades esportivas apresentaram maior predisposição a prática de esportes.

As constatações são do pesquisador e professor da Universidade Norte do Paraná (Unopar), Juliano Casonatto, mestre em Educação Física. Para o especialista, a relação da obesidade está diretamente relacionada ao comportamento dos pais. "Percebemos que pais obesos, na maioria das vezes, têm filhos obesos. Não tem como essas crianças viverem num ambiente propenso à obesidade sem serem influenciadas", diz Casonatto.

Um estudo feito com adolescentes de escolas particulares de Presidente Prudente, no oeste do estado de São Paulo, com 691 jovens entre 11 e 17 anos apontou que 14,8 deles apresentam obesidade abdominal. A pesquisa revelou que quando a mãe apresenta sobrepeso, a criança tem 3,8 vezes mais chance de também ter excesso de peso na adolescência. Se ambos os pais tiverem problemas com o peso, o filho terá 6 vezes mais chance de ser um adolescente com excesso de peso.

Outra pesquisa realizada por Casonatto revela a influência dos pais na freqüência da atividade física dos filhos. Adolescentes com mães ou ambos os pais envolvidos em atividades esportivas apresentaram maior engajamento em atividades físicas. A pesquisa ouviu mais de mil adolescentes entre dez e 17 anos. "Esse pode ser um estímulo ao combate a obesidade. Pais que praticam esportes incentivam os filhos a fazerem o mesmo e terem uma vida mais saudável", afirma o pesquisador.

"Dentro desse panorama, é possível inferir que o comportamento dos pais possui influência direta no comportamento dos filhos. Ou seja, pais que possuem hábitos de vida saudáveis tendem a ter filhos com bons hábitos de vida também", conclui Casonatto.

A obesidade infantil é um problema que preocupa as autoridades e profissionais de saúde do país. Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, 10% das crianças brasileiras estão obesas. Esse índice aumentou 5 vezes nos últimos 20 anos. "O cenário é preocupante. A prevalência de obesidade infantil vem aumentando de tal forma no Brasil que estamos seguindo o caminho dos EUA, o país mais obeso do mundo", lamenta o pesquisador.

Os fatores que provocam a obesidade infantil são conhecidos. Dentre eles, segundo Casonatto, os piores são o sedentarismo e a má alimentação. "A falta da prática de atividades físicas tem um impacto muito grande nas crianças. Elas estão menos ativas, consomem mais energia e gastam menos. Por isso engordam", explica o pesquisador. Ele afirma que as crianças de hoje estão mais preguiçosas também. "Elas passam horas sentadas na frente da tevê ou do computador, querem fazer tudo de carro, caminham muito pouco e usam controle remoto para tudo", declara.

Para o pesquisador, a solução precisa vir dos pais e da escola por meio da conscientização. "Uma boa nutrição é fundamental e as crianças precisam ser motivadas para a prática da atividade física". Casanatto conclui lembrando que pais que percebem que os filhos estão com excesso de peso devem procurar ajuda e tratamento.

A Unopar possui um programa chamado Grupo de Obesidade Infantil, que oferece atendimento gratuito para crianças de 7 a 14 anos. Os encontros são semanais, sempre no período da tarde e as crianças devem ser acompanhadas por um adulto responsável - um dos pais ou avós. A participação das crianças no grupo dura em média um ano. "Trabalhamos separadamente com os adultos e as crianças. Cada semana a gente fala sobre um assunto, grupos de alimentos, vitaminas, tudo de uma maneira bem lúdica", explica a professora Carla Jadão, nutricionista que coordena o grupo. "Também fazemos aulas práticas, ensinamos a preparar sanduíches, vitaminas. As crianças ajudam e depois todos comem juntos. Eu diria que 70% delas se recuperam, desde que os pais estejam empenhados. A participação deles é fundamental", complementa . Informações e inscrições pelo telefone (43) 3371-7775 de 2ª a 6ª das 13h30 às 17h30.

Dicas para combater a obesidade infantil:

  • Deixe os bebês e crianças pequenas longe do açúcar. Não adoce alimentos como o leite nem sucos. Além de desnecessário é prejudicial;
  • Ofereça novos alimentos mais de uma vez. Combine com a criança para que ela experimente o alimento pelo menos 10 vezes antes de decidir que não gostam;
  • É normal a criança não gostar de um ou outro alimento, mas não se pode aceitar que a criança rejeite um grupo inteiro de alimentos. Criança que não come nenhuma fruta ou nenhum tipo de salada precisa de reeducação alimentar;
  • Os pais devem comer de tudo, mesmo coisas que não gostam, principalmente na frente das crianças. Nunca devem rejeitar alimentos porque estarão ensinando isso a elas;
  • Evite doces como sobremesas. Prefira frutas. Além disso, a sobremesa nunca deve ser oferecida como um prêmio. Doces devem ser consumidos apenas nos finais de semana. E, mesmo assim, moderadamente.

ROER UNHA

Criança roendo unha

O hábito de roer unhas pode começar a partir dos três ou quatro anos de idade. Aonicofagia, como esse costume é chamado, pode ser considerado normal para essa fase do desenvolvimento da criança, já que o roer tem certa relação com a “independência” do pequeno.
Explicamos: é na faixa dos 3 ou 4 anos que a criança começa a fazer coisas sozinhas. É o início dos desafios, pois já não recebe tudo prontinho como na fase de bebê. Acontece que às vezes ele consegue passar pelos obstáculos apresentados. Mas outras não. E quando não consegue executar algo, o pequeno pode ficar ansioso. O que ele pode fazer para minimizar a tensão? Isso mesmo: roer a unha.

Esse hábito pode ser passageiro ou então durar até os 16, 18 anos, com picos de melhora e piora. Para alguns, pode permanecer durante toda vida.

Além da tensão e ansiedade, outros fatores contribuem para esse péssimo hábito. O tédio, o cansaço e o estresse. Pouca atividade ou em excesso são prejudiciais.

Muitas vezes o roer de unhas pode ser uma imitação dos pais, do irmão ou de um amiguinho da escola e nem sempre provém de alguma ansiedade. É bom estar de olho nos modelos que a criança copia. Normalmente, a imitação é um hábito passageiro.

Algumas dicas auxiliam os pais a ajudar os filhos a cessarem o roer de unhas. Uma das mais importantes é não reforçar. Portanto, não adianta chamar a atenção ou dar bronca quando a criança estiver roendo a unha. Com isso, os pais chamam a atenção para o hábito, reforçando-o, dando a atenção que toda criança gosta – mesmo sendo uma advertência. Que coisa, né.

Castigos, colocar pimenta ou outra substância amarga nos dedos também não resolve. Para a criança, parece que os pais estão punindo-a. Não há motivo para punição, já que roer as unhas é um ato compulsivo e não porque a criança quer.

Se os pais perceberem que os filhos roem as unhas em momentos de tensão, evite que assistam a filmes ou desenhos que contenham perseguições, suspenses ou de terror.

Driblando esse mau costume - A melhor maneira de acabar ou diminuir a oniofagia é conversar e conscientizar a criança sobre o mau hábito. Dizer que é perigoso para a saúde, já que as unhas estão normalmente sujas e pode entortar os dentes. A criação de gestos para ser usado na frente de outras pessoas que só você e o seu filho saibam para que ele retire a mão da boca é importante para que não se sinta envergonhado.

Realizar atividades relaxantes com a criança e oferecer um espaço para que expresse seus medos, angustias e dúvidas são muito importantes. Promova elogios a todas as atividades que a criança consiga realizar e incentive as que não consegue. Nunca deprecie ou humilhe na frente de outras pessoas.

Se a criança estiver roendo as unhas, não chame a sua atenção. Simplesmente lhe dê um brinquedo, peça para que te ajude em alguma atividade ou peça para que cantem uma música juntos. A criança sem perceber cessará o hábito.

A preocupação pode aumentar quando a criança rói as unhas e ainda apresenta um comportamento incomum, como agressividade, medos exagerados, choro e baixa tolerância a frustração. Nesses casos, é melhor procurar ajuda especializada de um psicólogo, pois mostra que a criança não está conseguindo sozinha resolver seu conflito.

JOGAR PRO ALTO É PERIGOSO ?

Mãe brincando de jogar o bebê para o alto

Como é gostoso ouvir uma gargalhada de um bebê que é jogado para cima e volta para as mãos seguras da mamãe, do papai ou de quem quer que seja que esteja cuidando do pequeno. A vontade é de gargalhar junto. Essa brincadeirinha que parece tão inofensiva pode não ser tão tranquila assim. Calma. Vamos explicar. Principalmente até os dois anos de idade, a cabeça das crianças é grande em relação ao seu corpo e os menores ainda têm o pescoço mole, sem a musculatura bem desenvolvida. Ao fazer um movimento de jogar para cima e depois pegar ou movimentos bruscos, como chacoalhões ou sacudidas, faz com que o bebê realize um movimento extremo de aceleração e desaceleração da cabeça, podendo ocorrer graves lesões cerebrais e, em casos raros, até a morte. Existe até um nome para isso: Síndrome do Bebê Sacudido (SBS).

Entre o cérebro e o crânio da criança existe um pequeno espaço para o crescimento e desenvolvimento da massa encefálica. Quando se sacode a criança, o impacto pode provocar lesões e o inchaço do cérebro. De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (EUA, 2007), de 25% a 30% de crianças vítimas dessa síndrome morrem e apenas 15% sobrevivem sem qualquer sequela. Podem ocorrer hemorragias cerebrais e oculares que podem levar a cegueira, convulsões, vômitos, letargia, retardo mental, problemas motores e até paralisia e dificuldade de aprendizagem.

Além de brincadeiras inocentes, a SBS pode denunciar maus tratos por parte dos cuidadores. Alcoolismo do adulto, pais muito novos e estresse podem ser um dos fatores que levam o bebê ser sacudido violentamente. Um dos gatilhos mais fortes para os chacoalhões é o choro prolongado dos bebês. Os pais não conseguem confortar o bebê que chora normalmente de duas a três horas por dia e na tentativa de cessar o choro sacode a criança bruscamente.

Existe outro motivo aparentemente inofensivo que pode ser perigoso: quando o bebê engasga. Na tentativa do bebê soltar o leite e fazê-lo respirar novamente, os adultos sacodem o pequeno desesperadamente. Caso isso ocorra, vire o bebê de lado com a cabeça um pouco mais abaixo que o tronco.

Nesse caso, prevenir é o melhor remédio. Evite brincadeiras que coloquem seu filho em risco. Nunca o jogue para cima, brinque de cavalinho com movimentos bruscos ou chacoalhe para chamar a atenção. Ninar, balancear e fazer carinho, sim e sempre.

CARIES EM BEBES


cárie em bebês
1. Bebês podem ter cárie? Por quê?

Podem, sim. A cárie é uma desmineralização do esmalte do dente. Em outras palavras, as bactérias produzem um ácido que ataca o dente, causando manchas e buracos. Logo, assim que o dentinho erupciona e entra em contato com meio externo, pode cariar. Por isso, é necessário levar o bebê a um odontopediatra para fazer toda a parte preventiva, que consiste em aplicação de flúor, limpeza e orientação aos pais sobre a escovação. Outro cuidado importante deve ocorrer ainda durante a gestação: “A mãe deve ter uma boa alimentação, tomar cuidado com infecções e remédios, para evitar a má formação dos dentinhos do bebê”, diz a odontopediatra Lúcia Camilo, da Clínica Dente de Leite (www.clinicadentedeleite.com.br), em São Paulo.

2. O dente pode já nascer cariado?
Não. De acordo com a odontopediatra Carolina Steiner (www.carolinasteiner.com.br), de São Paulo, a cárie é uma doença causada por alguns fatores associados, como a associação de bactérias e açúcar, durante certo período de tempo. Assim, as bactérias só conseguem aderir ao dente para formar a placa uma vez que ele já esteja na boca da criança.

3. Faz mal colocar açúcar na mamadeira?
Sim. Segundo a odontopediatra Lúcia Camilo, a introdução de açúcar deve ser controlada. “Quanto mais tarde a criança experimentar o açúcar, melhor para a saúde dela”, explica. Claro que, de maneira regrada, não há problema em dar doces às crianças. “Digo a meus pacientes comerem apenas nos fins de semana, e sempre após as refeições e antes da escovação”, conta. “Isso porque a bactéria da cárie usa o açúcar para produzir o ácido que corrói a superfície do dente”, completa Christiana Murakami, especialista e mestre em odontopediatria da clínica Portal do Sorriso (www.portaldosorriso.com), de São Paulo.

4. Mamar antes de dormir é prejudicial à saúde bucal do bebê?
Mesmo sem açúcar na mamadeira, se a criança já possui dentinhos, mamar antes de dormir e pular a higienização noturna pode, sim, causar cárie. Isso porque, durante o sono, a quantidade de saliva diminui, o que faz com que restos de leite aumentem a presença de bactérias. “Isso ocorre, inclusive, com o leite materno, pois ele contém um açúcar chamado lactose. Mais um motivo para adiar a introdução do açúcar comum (sacarose) na dieta”, diz Paola Cichovski Ribeiro, especialista em odontopediatria e pacientes com necessidades especiais, da Clínica Machado de Carvalho (www.machadodecarvalho.com). O ideal é, após a alimentação, escovar os dentinhos dos bebês com uma pasta de dentes própria para a idade deles.

5. Cárie em dente de leite tem tratamento?
Sim. Há crianças que tratam até canal para evitar a extração do dente. O tratamento pode ou não ser doloroso, dependendo da profundidade da cárie. Por isso, alguns profissionais preferem sedar a criança. Também existe a possibilidade de utilizar um anestésico local. Tudo dependerá da análise do dentista. “É importante lembrar que, quanto mais cedo for diagnosticado o problema, mais simples e rápido será o tratamento”, diz a odontopediatra Paola Cichovski Ribeiro. A saber: a odontologia moderna se vale do laser para a remoção de cárie, além de um produto na forma de gel, utilizado na odontopediatria, que é capaz de amolecer a parte infectada do dente pela cárie, o que torna o tratamento menos traumático para a criança.

6. Como evitar o problema?
A odontopediatra Lúcia Camilo indica higienizar os dentes sempre após as refeições “É importante ter uma rotina, com horários que facilitam a limpeza para a mãe. Por exemplo, de manhã, após o café, depois do almoço, do lanche da tarde e do jantar”, sugere. Nessa fase, a criança não consegue fazer a higienização sozinha, então é importante o auxílio da mãe na escovação. Tente tornar essa tarefa um momento divertido. “Conte histórias, cante musiquinhas... Faça com que a escovação seja agradável”, diz Lúcia. “Evitar o contato salivar com pessoas que têm cárie, como o compartilhamento de colheres, também é importante”, explica Paola Cichovski Ribeiro, especialista em odontopediatria. Ainda: após o consumo de antibióticos e alimentos pastosos e consistentes, como bolachas recheadas e iogurtes, é preciso escovar os dentes. De acordo com , Christiana Murakami, dentista especializada em crianças, a maioria dos antibióticos possui açúcar e gruda nos dentes se não for removida. “Além disso, pirulitos, balas e chicletes, que demoram, em média, cinco minutos ou mais para serem consumidos, são cariogênicos, já que promovem um tempo de contato prolongado do açúcar com os dentes”, explica.

7. Como deve ser a limpeza da boca da criança? Com qual frequência?
Sempre após as refeições. Se a criança fizer cinco refeições diárias, deve escovar os dentes cinco vezes, como qualquer adulto, sendo a última a mais importante. O passo a passo é fácil: um movimento circular na parte de fora e de dentro do dente e na gengiva. Na parte da frente, são indicados movimentos de vai e vem e também de cima para baixo e de baixo para cima. Para tornar esse momento divertido, a odontopediatra Christiana Murakami indica apelidar os movimentos de bolinha (circular), trenzinho (vai e vem) e vassourinha (de cima para baixo e de baixo para cima).

8. É preciso escovar a língua do bebê?
Sim. E, se os dentes dele forem juntinhos, é importante passar fio dental. “Existem alguns produtos próprios para as crianças, com sabor”, diz a odontopediatra Lúcia Camilo, da Clínica Dente de Leite, em São Paulo. Em tempo: quando o bebê só tem os dentes da frente, a higienização pode ser feita com o auxílio de uma dedeira de silicone ou gaze embebida em água filtrada, friccionando-a pela frente e por trás dos dentes. Quando o pequeno já tem os dentes posteriores, é necessário o uso de uma escova dental pequena e macia.

9. A pasta de dente deve ser especial?
Deve. Para as crianças de até 3 anos de idade, ela deve ser sem flúor ou com até 1100 ppm do componente (atenção, pois as pastas de adultos possuem de 1450 a 1500 ppm, quantidade que não é considerada segura para crianças). Entenda: o flúor fortalece o dente, mas, em crianças muito pequenas, que não conseguem cuspir por não terem o reflexo motor muito desenvolvido, pode causar a fluorose dental, ou seja, manchas esbranquiçadas nos dentes permanentes. “Assim que o bebê aprender a cuspir, deve começar a usar pasta com flúor para se beneficiar dos efeitos dele”, diz Carolina Steiner. “Coloque o tamanho de um grão de arroz na escova e passe-a delicadamente pelos dentinhos para não machucar”, diz Lúcia Camilo. Vale lembrar que o creme dental é um medicamento, por isso não deve ser deixado ao alcance da criança para prevenir sua ingestão.

10. Como perceber se o meu filho está com cárie? Apenas quando ele chora de dor?
Não. Quando a criança se queixa de dor de dente, é porque a situação já está grave. Por isso, é importante observar diariamente os dentinhos.
O primeiro sinal da cárie é o aparecimento de manchinhas esbranquiçadas ou pontos escuros, indolores. O mau hálito também é um sintoma. “Muitos pais deixam para ir ao consultório tardiamente, alegando que a criança não se queixava de dor. O certo é ter um acompanhamento a partir dos 6 meses de idade”, alerta a odontopediatra Carmem Silvia.

11. Qual a frequência com que o bebê deve ir ao dentista?
As especialistas são unânimes: a cada seis meses, desde que a criança tenha uma boa higiene e escove os dentes após as refeições. Caso contrário, a visita deve ser a cada dois meses.

12. Veja os hábitos do bem, que protegerão seu filho de cárie.
- Escovar os dentes após todas as refeições;
- Usar fio dental;
- Proporcionar uma alimentação saudável, sem abuso de doces;
- Incentivar o consumo de maçã e cenoura cruas, além de frutas, legumes e verduras, em geral;
- Fornecer alimentos que estimulem o bebê a mastigar;
- Oferecer água e sucos naturais de frutas não ácidas, sem a adição de açúcar (como melão e melancia);
- Levar o bebê periodicamente ao dentista para fazer a prevenção (aplicação de selante, caso necessário, limpeza, aplicação de flúor e orientação aos pais);
- Dar o exemplo da boa higienização bucal em casa;
- Garantir a boa saúde oral das pessoas que convivem com o bebê a fim de evitar o contágio da doença;
- Fazer a transição da mamadeira para o copinho, assim que o bebê tiver coordenação motora para isso.

13. Confira os hábitos do mal, que devem ser evitados a todo custo.
Os especialistas também listaram os hábitos nocivos:
- Incluir açúcar na mamadeira e no chá ou oferecer refrigerante;
- Abuso de doces;
- Falta de escovação;
- Pular a visita ao dentista;
- Dar beijo na boca da criança ou compartilhar colheres com ela. Isso pode passar bactérias e deflagrar uma cárie;
- Só dar alimentos líquidos ao bebê, mesmo quando ele já tem dentes.

14. A chupeta tem alguma relação com cárie?
De acordo com a odontopediatra Lúcia Camilo, a chupeta não oferece risco de cárie desde que esteja sempre limpa. Porém, para não desencadear outros problemas na dentição infantil, é preciso usar com cautela, apenas nos momentos realmente necessários. Além disso, ela não deve ser compartilhada. Se cair no chão, por exemplo, jamais deve passar pela boca de outras pessoas para “limpar”. “Esse hábito favorece a transmissão de bactérias. A chupeta deve ser lavada e devolvida à criança”, indica.
Além disso, segundo a odontopediatra Paola Cichovski Ribeiro, o contágio também pode acontecer por contato indireto, por meio do uso comum de utensílios domésticos (garfos, colheres, copos a canudos) e também no ato de assoprar ou provar a comida do bebê.

15. Além de cárie, que outros problemas dentários as crianças de até 3 anos podem apresentar?
Os problemas podem ir desde mordidas cruzadas até traumas nos dentes por batidas, além de quebras por queda.

ASSADURAS

O que fazer quando a assadura dá as caras

1. O que é assadura?

É uma reação inflamatória da pele desencadeada pelo contato com substâncias irritantes produzidas por urina e fezes retidas na fralda. Não por acaso, também é conhecida como dermatite de fralda, um problema bastante comum em bebês. Diversas causas contribuem para o desenvolvimento da assadura - caracterizada principalmente por vermelhidão e irritação, que pode evoluir para descamações, erupções e até sangramentos, em casos mais raros. A umidade da fralda suja favorece a absorção das toxinas irritantes a pele do bebê. Já a fricção ajuda a esfolá-la. E tanto a falta da luz solar quanto o calor contribuem para a proliferação de alguns fungos intestinais, que também podem provocar assaduras.
2. Como prevenir?
Evite o uso de lenços umedecidos para limpar o bebê. Prefira água morna e algodão. Pelo menos até os 9 meses, vale a pena deixar uma garrafinha térmica com água e um pote com algodão junto ao trocador. Lenços, somente quando for sair. Os cremes preventivos, a base de óxido de zinco, também são fundamentais para evitá-las, pois funcionam como uma barreira mecânica as substâncias causadoras da irritação. Passe em cada dobrinha sempre que trocar a criança, o que deve acontecer de oito a dez vezes por dia, nos bebês mais novos. Aliás, toda vez que for possível, procure deixar seu filho alguns minutos sem fralda. Se o bebê ainda mama no peito, é recomendável que a mãe evite alimentos muito ácidos ou condimentados. O mesmo vale para bebês que já ingerem sólidos. Frutas ácidas, como abacaxi, morango, laranja e pera, podem favorecer as assaduras.
3. Devo usar fralda de pano ou descartável?
A fralda descartável é uma das grandes responsáveis pela redução da incidência de assaduras em bebês. Elas facilitam a vida dos pais ao eliminar as eternas lavagens e permitir que a criança permaneça com a peça por mais tempo. Mas, se as trocas forem frequentes, as fraldas de pano causam menos dermatites. É que elas deixam a região mais arejada e tendem a irritar menos a pele.
4. Quando devo tirar a fralda da criança?
Cada criança tem sua etapa de desenvolvimento, e não existe regra para isso. Em relação ao problema das assaduras, o que se sabe é que por volta dos 2 anos, a criança passa a ter hábitos alimentares mais favoráveis as dermatites de fralda. A comida fica mais ácida e contribui para a liberação de substâncias irritantes a pele nas fezes e na urina.
5. É verdade que meninas desenvolvem mais assaduras do que meninos?
Não, os riscos sãos os mesmos. Na verdade, a qualidade da higiene é mais importante do que o sexo da criança. Assim como a quantidade de dobras e o tamanho de sua superfície de contato. Não por acaso os bebês rechonchudos sofrem mais com o problema.
6. O problema tende a piorar no verão?
Sim, o calor favorece a transpiração, principalmente onde o elástico da fralda aperta. O suor e a fricção podem levar a uma dermatite. As altas temperaturas também costumam abafar ainda mais as partes cobertas pela fralda, contribuindo para a multiplicação de fungos causadores de assadura. Mas é importante não confundir assadura com brotoeja, que são erupções associadas a problemas de transpiração.
7. Todas as assaduras têm a mesma causa?
Trata-se de uma inflamação de causas diversas. Mas, em geral, o problema ou é causado pelo contato da pele com substâncias irritantes, em geral enzimas de fezes, ou por microorganismos, os fungos.
8. Como se deve tratar cada uma delas?
Nos casos mais leves, o tratamento é o mesmo, independentemente da causa. Em primeiro lugar, lave bem a região com água morna e sabão neutro ao banhar o bebê. Durante as trocas de fralda, que devem se tornar ainda mais frequentes, faça a higiene com 120 ml de água morna e uma colher de sopa de bicarbonato de sódio. Procure não esfregar o algodão com muita força na hora da limpeza. Prefira batidinhas leves. Se for o caso, deixe eventuais excessos do creme de barreira, mas sem comprometer a qualidade da higiene. Antes de colocar a fralda, certifique-se de que o bebê está bem seco. Aliás, procure deixar a criança mais tempo sem fralda. Em casos mais graves ou persistentes, procure um médico. Ele pode prescrever pomadas específicas, como as antimicóticas, ou recomendar a troca do tipo ou da marca da fralda.

MAE NO TRABALHO FILHO NA ESCOLA


Uma pesquisa recente afirma que, quando crianças frequentam a pré-escola, suas mães têm uma participação 28% maior no mercado de trabalho. “ As mães só voltam a trabalhar quando colocam a criança na escola, ou quando alguém pode tomar conta do filho”, explica Jaqueline Severino da Costa, autora da tese de doutorado Impacto da frequência pré-escolar dos filhos sobre o trabalho das mães, defendida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, no interior de São Paulo.

Para avaliar o efeito da frequência escolar dos filhos no trabalho das mães, Jaqueline estudou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 2002 e 2008 e buscou dados de famílias com filhos na faixa etária dos 5 anos. A pesquisadora constatou que a frequência pré-escolar dos filhos aumenta em, aproximadamente, 28% a participação das mães no mercado de trabalho. Além disso, a jornada sobe em 19 horas semanais. São quase quatro horas diárias a mais. Esse fator, porém, não reflete em aumento salarial. “É provável que o nível de escolaridade das mães seja preponderante”, afirma Jaqueline.

A idade das mães também influencia em sua vida profissional. Mães mais velhas tendem a colocar logo os filhos na pré-escola e, consequentemente, a participar mais do mercado, por já terem maior experiência e uma carreira mais bem consolidada.

Uma maior frequência pré-escolar de crianças ajudaria a capacitação de pessoas para contribuição social e econômica do país. “Deve-se investir nisso, pois os benefícios são de curto prazo, como a geração de empregos diretos em creches e escolas, e de longo prazo, com o melhor desenvolvimento da capacidade cognitiva das crianças e a participação feminina no mercado profissional”, afirma a pesquisadora.

TERROR NOTURNO

Sono terror noturno

O que é o terror noturno?

É uma atividade anormal do sono. Ele faz parte de uma categoria de manifestações noturnas conhecida por parassonia. Falar e andar dormindo também são formas de parassonia. O terror noturno é bastante frequente em crianças, principalmente entre os 2 e os 5 anos de idade. Na fase pré-escolar, ele chega a atingir metade da população infantil, segundo estatísticas internacionais.

O que acontece com a criança na hora da crise?
Depende da idade. Os bebês de colo simplesmente acordam chorando no meio da madrugada. Já as crianças mais velhas também costumam gritar ou emitir sons sem nexo. Muitas vezes, os pais se deparam com o filho sentado na cama e de olhos abertos. E o que assusta é que a criança não reconhece ninguém e não para de chorar ou gritar. É uma cena realmente impressionante... Sim, os pais ficam muito assustados... Mas, apesar de causar espanto, o terror noturno é uma manifestação benigna, ou seja, não representa risco para a saúde ou o desenvolvimento da criança. O estado de transe dura até 15 minutos e depois a criança retoma o sono normal.

Qual é a diferença entre terror noturno e pesadelo?
Os sonhos acontecem durante o chamado sono R.E.M., ou rapid eye movement (movimento rápido dos olhos), que se dá no fim da madrugada. Já o terror noturno ocorre na primeira metade da noite, quando a pessoa ainda não atingiu o sono R.E.M. Muitas crianças acordam depois de um pesadelo. No caso do terror noturno, a criança dificilmente acorda por conta própria. Além disso, as pessoas se lembram dos sonhos ou pesadelos que tiveram, enquanto os que apresentam terror noturno nunca fazem ideia do que se passou durante a noite.

O que explica o terror noturno?
A hipótese mais aceita é a de que o terror noturno tem a ver com o desenvolvimento do sistema nervoso central. É como se o cérebro ainda não estivesse suficientemente maduro para realizar a transição entre o sono e o despertar. Por isso, a criança fica em um “limbo” entre o dormir e o acordar. Em geral, pais que falam à noite ou são sonâmbulos têm filhos com terror noturno.

Como se comportar diante desse tipo de manifestação?
A primeira orientação é jamais tentar acordar a criança. Isso só vai fazer com que os eventos se tornem mais frequentes e prolongados. O ideal é não intervir e deixar que o momento de transe passe naturalmente e o pequeno volte a dormir. Só é preciso cuidado com as crianças que também caminham adormecidas. Nesse caso, não deve haver obstáculos ou objetos pontiagudos no quarto. O acesso a escadas e janelas também deve ser obstruído. Basicamente, a ordem é tomar medidas para evitar acidentes.

O terror noturno acontece com que frequencia?
Varia bastante. Uma criança pode ter dois eventos em uma semana e ficar um mês sem manifestar o problema. Outra pode ter episódio a cada dez dias. Não dá para precisar.

Existem situações que favorecem as crises?
É muito importante manter uma rotina adequada de sono para crianças com terror noturno. Isso significa dormir cedo e no horário e reduzir a agitação antes do sono. Quando a criança chega agitada de passeios e festas, o risco de apresentar eventos de terror noturno aumenta.

Problemas emocionais podem precipitar o terror noturno?
Sim, mas não é a regra. Diante de crises familiares, escola nova, chegada de um irmãozinho ou outras mudanças importantes em sua vida, as crianças têm mais chances de sonhar do que de apresentar terror noturno.

Há casos considerados graves?
Sim, porém são bastante raros. Existem crianças que tem dois ou três episódios por noite e passam a apresentar sintomas de privação de sono. Durante o dia, elas têm febre, sonolência e irritação. Também ficam mais vulneráveis a doenças. Nesse caso, é preciso procurar ajuda.

Existe cura para o terror noturno?
Não existe um tratamento específico, mas o terror noturno normalmente cessa quando a criança atinge a adolescência. Às vezes, o problema desaparece antes.

CRESCIMENTO DE SEU FILHO

Problemas de crescimento
Essa é uma preocupação comum dos pais, especialmente quando os filhos ingressam na escola e as comparações com os coleguinhas se tornam inevitáveis. A situação se agrava quando só ele não pode brincar em atrações de parque de diversões por causa da baixa estatura. O que fazer? Quando a altura deve ser motivo de preocupação? A resposta para essas e outras perguntas você confere aqui.

Como é o crescimento de uma criança?
Pelo gráfico de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma criança dobra de tamanho até os 4 anos e depois ainda cresce mais 15 centímetros, aproximadamente, nos dois anos seguintes. Segundo dados da OMS, a média de estatura em relação à idade de meninos segue estas medidas: 50 centímetros ao nascer, 76 centímetros com 1 ano, 86 com 2 anos, 96 com 3 anos, 104 com 4 anos, 110 com 5 anos e 116 com 6 anos. No caso das meninas, a média de altura é ligeiramente inferior: 49 centímetros ao nascer, 74 com 1 ano, 86 com 2 anos, 95 com 3 anos, 103 com 4 anos, 109 com 5 anos e 115 com 6 anos. É claro que essa é só uma referência estabelecida com alturas médias, usada por pediatras, justamente, para avaliar a curva de crescimento. Além disso, existem outros gráficos de que os especialistas lançam mão. Ou seja, crianças um pouco mais altas ou um pouco mais baixas apresentam um desenvolvimento igualmente saudável.

O que determina a taxa de crescimento de uma criança?
São vários fatores. E os que mais pesam nessa hora são a alimentação, a presença ou não de doenças e, principalmente, a herança genética. Com saúde e boas condições de vida, filhos de pais altos tendem a apresentar maior estatura enquanto filhos de pais mais baixos costumam crescer menos. O principal responsável pelo aumento de tamanho de uma pessoa é justamente um agente orgânico chamado hormônio do crescimento (GH), fabricado pela hipófise, uma glândula localizada em uma cavidade, na base do cérebro. Esse hormônio é produzido em quantidades cavalares durante o sono (por isso os bebês dormem tanto) e, nas células, ele interage com material genético para fabricar os tijolos dos corpos, mais conhecidos como proteínas. O esqueleto é decisivo para o aumento da estatura. Para crescer, ele depende da chamada placa de crescimento, que é uma cartilagem capaz de se transformar em osso depois da ação hormonal. Portanto, vale frisar que dormir bem na infância é primordial.

Quando o crescimento deve ser motivo de preocupação?
O crescimento de uma criança deve ser foco permanente de atenção dos pais. Por isso, é importante levá-la com regularidade a um pediatra, de preferência, sempre o mesmo. O médico é quem vai avaliar o desenvolvimento do seu filho. Para isso, ele dispõe de uma ferramenta eficiente: o gráfico com a curva de crescimento. Se o profissional identifica uma queda da criança em relação à curva, será preciso investigar o que está acontecendo. Crianças que nascem pequenas—cerca de 15 a 20% da população de recém-nascidos-- também precisam de acompanhamento mais rigoroso.

O que pode provocar a queda no padrão de crescimento?
As causas mais comuns são doenças crônicas, atrasos na constituição corporal, hereditariedade, síndromes genéticas e, em casos mais raros, problemas endócrinos. Entre os males crônicos que podem afetar o crescimento estão doenças renais, pulmonares, hepáticas, infecção urinária, anemia e alergia a glúten (doença celíaca). O déficit no desenvolvimento acontece porque o corpo usa parte da energia necessária para se desenvolver no combate às doenças. Crianças com baixa velocidade de crescimento também podem apresentar idade óssea atrasada, o que significa que o esqueleto simplesmente demora mais para se desenvolver. Nesse caso, em geral, a criança atinge uma estatura normal na fase adulta. A família, como se sabe, também tem um papel importante na baixa estatura de uma criança, mas isso não é motivo para deixar a investigação de lado. Muitas vezes, os pais são baixos porque não trataram problemas associados ao declínio do crescimento durante a infância. Entre as síndromes mais comuns que afetam o crescimento estão a de Down e a de Turner, determinadas por alterações genéticas, além da acondroplasia (forma mais comum de nanismo). Finalmente, há os problemas endócrinos, como hipotireoidismo, em que a glândula tireóide não produz seus hormônios a contento. E são justamente essas substâncias que ajudam na liberação do GH e atuam na placa de crescimento.

Como se trata problemas de crescimento?
É preciso agir na causa do problema. Se a responsável pelo declínio for uma doença crônica – o que acontece na maioria dos casos –, será preciso tratá-la. Em algumas situações, como nos casos de síndromes genéticas e hereditariedade, não há o que fazer, a criança terá de conviver com sua baixa estatura. Apenas em uma pequena parcela dos casos o tratamento é feito com hormônio do crescimento, devido a disfunções em sua produção natural. Mas, atenção, usá-lo de maneira indiscriminada é um erro.

Quem trata problemas de crescimento em crianças?
O próprio pediatra, se a causa for alguma doença crônica, ou um endocrinologista infantil.

Fontes: Endocrinologista infantil Leandra Steinmetz, médica da unidade de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; pediatra Helio da Rocha, professor de nutrologia pediátrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.