sexta-feira, 16 de setembro de 2011

NAUSEAS E VOMITOS

Os sintomas de problemas estomacais podem começar com a perda do apetite, passar para enjôo ou náusea e depois dor, propriamente dita - constante ou espasmódica - na boca do estômago, seguida de vômito e, às vezes, diarréia. A criança pode reclamar de uma "dor de cabeça na barriga" ou que seu abdome está "cheio" ou dolorido. A dor pode ser localizada, em todo o abdome ou variar de lugar. O abdome pode ficar sensível ao toque. Pode haver vômito, talvez com ondas de náuseas, bem antes do episódio e alívio temporário logo em seguida.
As dores de barriga infantis têm uma série de causas físicas e emocionais. No bebê, a dor de barriga e o vômito podem estar associados a problemas graves, inclusive meningite, infecção do trato urinário (ITU), dificuldades de alimentação e anomalias. Em crianças mais velhas, a dor de barriga e o vômito podem ser resultado de intoxicação alimentar, superalimentação, cinetose, infecção, hepatite, apendicite, constipação, esforço muscular, cansaço, alergias alimentares ou ingestão acidental de drogas e venenos. Problemas emocionais, como saudade, tristeza, nervosismo, raiva ou ansiedade devido a um evento iminente, podem se transformar em problemas estomacais. A criança que luta com sentimentos relativos a uma separação, nascimento de um irmãozinho, férias, prova final ou medo da escola pode desenvolver uma dor de barriga.
Um único episódio de náusea ou vômito provavelmente será uma reação a algum alimento que a criança tenha ingerido ou sinal de um problema emocional. Quando a náusea é forte ou persiste durante mais de algumas horas, a causa mais provável é intoxicação alimentar ou infecção. As infecções bacterianas podem ser provocadas por vários organismos, inclusive Campylobacter, Escherichia coli (E. coli), Salmonella, Shigella ou Staphylococcus. Na maioria das vezes, o vômito relacionado a uma infecção bacteriana intestinal será acompanhado de diarréia e febre, ao passo que a intoxicação alimentar causada por uma toxina bacteriana tem menos probabilidade de causar febre. As infecções virais também podem causar diarréia. Seu médico, após ouvir a história e os sintomas do seu filho e realizar exames e uma avaliação física, pode ajudar a diagnosticar a causa subjacente da dor de barriga e/ou vômito do seu filho, para que você possa tratar de forma adequada.
Se uma doença subjacente tiver sido descartada e seu filho mesmo assim se queixar de dor de barriga, talvez queira considerar causas emocionais para sua aflição. Um bom ponto de partida talvez seja conversar com seu filho e com o médico, professores, orientadores escolares ou até mesmo um terapeuta. Tenha em mente que, mesmo sendo os sintomas do seu filho de origem emocional, o desconforto que causam é verdadeiro e merece tratamento e atenção, como se fosse de origem física.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

O médico do seu filho executará um exame para determinar se a náusea e o vômito são causados por uma infecção ou toxina, problema emocional ou obstrução intestinal. Procurará sinais de desidratação, febre, sensibilidade abdominal ou sangue nas fezes. Se houver diarréia, uma cultura das fezes poderá ajudar a determinar se o vômito está relacionado a uma infecção bacteriana. Seu médico recomendará o tratamento com base na provável causa do problema do seu filho.
Os antieméticos são medicamentos às vezes receitados para diminuir a náusea e parar o vômito. A metoclopramida, a bromoprida e a prometazina estão dentre os mais usados. Podem ser dados na forma oral, supositórios ou injeção. Uma vez que esses medicamentos podem ter efeitos colaterais sérios, devem ser utilizados com cautela em crianças.Nunca administre doses superiores à prescrita.
Os antiácidos vendidos sem receita médica podem ser úteis para a dor de barriga ocasional causada pela indigestão de ácidos ou azia. Os antiácidos neutralizam as secreções ácidas no estômago. Contudo, como alguns antiácidos podem acabar aumentando a produção de ácidos no estômago ou causar constipação ou diarréia, não são normalmente recomendados para crianças
O subsalicilato de bismuto absorve as toxinas e oferece um revestimento protetor no trato gastrointestinal. É útil para o alívio da náusea, bem como da diarréia.
A menos que receitado por seu médico, não dê à criança com dor de barriga nenhum analgésico. Ao aliviar a dor de barriga cuja causa ainda não foi diagnosticada, você pode estar mascarando um estado subjacente que pode se agravar sem o tratamento adequado.



DIRETRIZES ALIMENTARES

Cuidado com a desidratação. O pequeno corpo da criança perde líquidos a uma velocidade alarmante quando enfrenta episódios de vômito ou diarréia. Entretanto, não peça ou espere que ele beba um copo cheio de líquido de uma só vez. Como alternativa, ofereça, pequenos goles durante o dia. Dê líquidos relativamente ricos em glicose e sais, como sopas e sucos de frutas. Evite bebidas gaseificadas, que distendem o estômago e podem piorar o vômito.
Quando seu filho estiver vomitando, dê-lhe apenas líquidos claros para que o trato gastrointestinal possa curar-se e descansar. Quando o vômito estiver sob controle, passe aos poucos para alimentos sólidos a fim de dar ao trato digestivo um tempo para readaptar-se.
Quando a criança recusar comida, não force. A criança muitas vezes sabe instintivamente o que é melhor para seu organismo. Quando seu apetite melhorar, ofereça uma dieta simples e leve. Aveia fina e mal cozida, torrada, purê de maçã e iogurte são bons pontos de partida. Depois que seu filho começar a se sentir melhor, ficará com fome e provavelmente pedirá determinados alimentos.
Para diminuir a acidez estomacal, uma mistura de bicarbonato de sódio e água é eficaz. Contudo, esse antigo recurso deve ser usado apenas uma vez. Dissolva ¼ de colher de chá de bicarbonato de sódio em ½ xícara de água mineral.


SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

O Lactobacillus acidophilus ou bifidus pode ajudar a diminuir a dor de barriga ao recuperar a flora intestinal saudável. Dê ao seu filho uma dose, conforme indicado no rótulo do produto, três vezes ao dia, durante pelo menos duas a três semanas depois de uma infecção.


TRATAMENTO FITOTERÁPICO

O suco de aloe vera ajuda a limpar e debelar a dor de barriga que a criança talvez descreva como "queimação". Não deixe de comprar um produto comestível. Dê ao seu filho 1 colher de sopa diluída em 150 mililitros de água, até três vezes ao dia. Use-o com parcimônia; pode ser um forte laxante.
Para ajudar a acalmar a criança doente e inquieta, faça chá de camomilae dê-lhe uma dose nas refeições ou entre as refeições, duas vezes ao dia.
O chá de gengibre é útil para náusea, vômito e dor de barriga. Dê ao seu filho uma dose, conforme necessário. Se seu filho achar o gosto do chá muito forte, misture-o com suco de frutas ou prepare-o com quantidades iguais de gengibre e raiz de alcaçuz para adoçá-lo.
A argila verde ajuda a neutralizar o estômago ácido. Misture 1 colher de chá de argila em 1 xícara de água mineral. A mistura pode ser tomada imediatamente, mas a maioria das crianças não gosta do sabor. Normalmente, é melhor deixar que a mistura repouse da noite para o dia a fim de que a argila se sedimente. Faça com que seu filho a beba pela manhã.
Mel puro ou extrato de malte de cevada pode ser usado para tranqüilizar o estômago irritado. Dê ao seu filho de ½ a 1 colher de chá de hora em hora.
Precaução: Nunca dê mel a crianças com menos de um ano. Está associado ao botulismo infantil, uma forma de intoxicação alimentar potencialmente fatal.
A raiz de alcaçuz é muito calmante para o estômago. Dê ao seu filho uma xícara de chá de raiz de alcaçuz, três vezes ao dia.
Observação: Essa erva não deve ser dada a crianças com pressão alta.
O chá de hortelã-pimenta é um digestivo eficaz e seguro. É útil principalmente para a dor de barriga ou vômito que ocorre após uma lauta refeição. Dê ao seu filho uma dose do chá, durante ou entre as refeições, duas vezes ao dia.
Para a dor de barriga acompanhada de gases, faça um chá benéfico ao estômago, misturando partes iguais de semente de anis, funcho, hortelã-pimenta e tomilho. Dê ao seu filho uma dose, conforme necessário.
A ameixa umeboshi é muito calmante para o estômago dolorido ou ácido. Dê ao seu filho 1/8 de colher de chá de trinta em trinta minutos ou de hora em hora. Pode ser combinada à raiz de gengibre e/ou kuzu.


HOMEOPATIA

Os remédios homeopáticos específicos para os sintomas, descritos a seguir, são úteis para combater a náusea. Observe que, se também estiver dando ao seu filho um chá que contenha hortelã-pimenta, faça um intervalo de uma hora entre o chá e qualquer preparado homeopático. Do contrário, o forte cheiro da hortelã pode interferir na ação do remédio homeopático.

Arsenicum album à criança que apresenta vômito com diarréia. Dê-lhe uma dose de Arsenicum album 9ch, de hora em hora, somando ao todo seis doses.
Carbo vegetalis é bom para a criança com uma dor específica no centro do seu estômago. Ela terá gases com arrotos, talvez azia, e seu abdome estará distendido. Dê a essa criança Carbo vegetalis 9ch, três vezes ao dia, somando ao todo oito doses. Há também compostos homeopáticos que contêm Nux vomica e Carbo vegetalis. É possível encontrá-lo em lojas de produtos naturais.
Ignatia 9ch é eficaz para a náusea de fundo emocional. Seu filho provavelmente se queixará de "bolo" na garganta. Dê-lhe uma dose, três vezes ao dia, durante até três dias.
Se seu filho tiver vômito incessante e ânsia de vômito, Ipeca ou Ipecacuanha pode oferecer-lhe alívio. Também ajuda a aliviar a náusea implacável. Dê ao seu filho uma dose de Ipeca 6ch de hora em hora, somando de três a quatro doses.
Precaução: Não confunda o remédio homeopático Ipeca com xarope de ipeca tradicional. É um produto totalmente diferente e nunca deve ser usado a menos que recomendado por seu médico.
Nux vomica é benéfico para a criança que desenvolve uma dor de barriga após comer demasiadamente, após comer muito doce ou após comer muitas frituras ou fast food. Essa criança se sente enjoada, pode ter dor de cabeça e é geralmente irritada. Dê-lhe uma dose de Nux vomica 9ch, três vezes ao dia, somando ao todo seis doses.


RECOMENDAÇÕES GERAIS

Proteja-o da desidratação. Certifique-se de que seu filho beba bastante líquido.
Selecione um remédio homeopático específico para o sintoma.
Dê ao seu filho chá de gengibre ou hortelã-pimenta ou pasta de ameixa umeboshi.
Dê ao seu filho uma mistura de pasta de ameixa de umeboshi e kuzu, principalmente se houver diarréia.
Para reconfortar e acalmar os músculos do estômago e/ou abdome doloridos devido ao vômito, coloque uma bolsa de água quente na barriga do seu filho. Não coloque água demais na bolsa. Encha-a apenas até a metade, de forma de fique leve o bastante para moldar-se ao corpo do seu filho.
Dê ao seu filho malte de cevada ou xarope de arroz. Para crianças maiores de dois anos, uma colher de chá de mel de hora em hora ou a cada duas horas pode ajudar a acalmar o estômago.
Lembre-se de que a náusea de fundo emocional não deixa de ser náusea e, portanto, causa desconforto. A criança com problemas emocionais não se sente bem precisa do seu carinho e atenção.
Ver também CONSTIPAÇÃO e DIARRÉIA se a náusea do seu filho for acompanhada de qualquer um desses sintomas.


PREVENÇÃO

Para reduzir a possibilidade de infecção bacteriana ou viral ou de uma infestação por parasitas, ensine as crianças a não colocar os dedos sujos na boca e a lavar as mãos regularmente, principalmente antes de comer.
Cuidado com a superalimentação. Sirva quantidades de alimentos adequadas ao corpo do seu filho. Prepare uma dieta saudável e moderada e limite o consumo de açúcar e gordura.
Esteja ciente das preferências e sensibilidades do seu filho. Elimine alimentos que pareçam provocar problemas estomacais.
Evite longas viagens de carro imediatamente após as refeições.
Antecipe os problemas emocionais resultantes de momentos difíceis ou estimulantes. Incentive seu filho a falar abertamente sobre seus sentimentos.
Incentive seu filho a comer devagar e a mastigar bem os alimentos. Torne as refeições agradáveis, prazerosas e relaxantes para toda a família.


QUANDO CONSULTAR O MÉDICO SOBRE NÁUSEA E VÔMITO?

Se seu filho tem vômito em jato - um episódio especialmente violento no qual o vômito é lançado em um fluxo forçado a uma grande distância da boca - ligue para seu médico imediatamente. Pode ser sinal de um problema sério.
Se seu filho tiver náusea e vômito com dor e sensibilidade progressivas do lado direito do abdome inferior, busque atendimento médico imediatamente. Pode significar uma possível apendicite. Normalmente, a dor da apendicite começa em torno do umbigo e passa aos poucos para o quadrante direito inferior do abdome. A apendicite é muitas vezes associada a uma febre.
Se seu filho tiver qualquer um dos sintomas a seguir, consulte seu médico: vômito persistente; sangue no vômito; dor abdominal tão intensa que impeça seu filho de comer, brincar ou realizar outras atividades normais; dor abdominal persistente que dura mais de algumas horas.


PROBLEMAS COM SAPINHO

O sapinho, ou monilíase, é uma infecção fúngica bucal. É causada por um fungo semelhante a uma levedura, Candida albicans, que também pode provocar assadura e vaginite. O sapinho é geralmente visto em crianças com menos de seis meses. Em crianças mais velhas, é muito menos comum e sua ocorrência pode indicar uma doença grave, como uma deficiência imunológica.
O sapinho aparece como pontos brancos, escamosos, semelhantes a queijo, que cobrem toda ou parte da língua e das gengivas, a parte interna das bochechas e, às vezes, os lábios. Esses pontos não saem facilmente. Quando se cutuca ou arranha esses pontos, forma-se uma área vermelha e inflamada que pode sangrar. Os coalhos de leite parecem sapinho, mas saem facilmente sem deixar a área machucada. A dor do sapinho pode interferir na alimentação. Pode fazer com que seu bebê perca o apetite.
O sapinho geralmente não causa maiores complicações, mas deve ser tratado para evitar uma infecção longa e crônica. Se a dor da infecção impedir que seu bebê tome uma quantidade suficiente de líquidos, é necessário um tratamento drástico. A alimentação insuficiente pode comprometer as necessidades de hidratação e nutrientes. Se estiver amamentando seu bebê, é possível que ele transmita o sapinho para um ou ambos os bicos do seio. Os bicos dos seios com sapinho ficarão vermelhos, inchados e sensíveis e poderão rachar. Também pode haver coceira, escamação e ardência.
Se o sapinho for acompanhado de febre, tosse ou problemas estomacais, consulte seu médico. Podem ser sinais de um sistema imunológico comprometido.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

O medicamento mais comumente receitado para sapinho é um anti-fúngico líquido, como nistatina, dado quatro vezes ao dia, até que a infecção seja debelada. Você pode pincelar a boca do seu bebê com esse medicamento ou esguichar delicadamente o líquido na sua boca com um conta-gotas ou uma seringa. Os bebês podem sugar o medicamento diretamente de uma seringa. Devido ao alto conteúdo de açúcar da nistatina, deve-se ter cuidado ao ministrar este remédio a uma criança que já tenha dentes. O uso prolongado pode causar cáries.
A lactante cujo bebê tem sapinho também deve ser tratada com nistatina. Para evitar um efeito "pingue-pongue" - no qual a infecção passa do bebê para a mãe e vice-versa - a pomada de nistatina pode ser aplicada nos bicos dos seios da lactante. Não há nenhum problema na ingestão de um pouco de nistatina dos bicos dos seios.
Para diminuir a dor da infecção e ajudar seu bebê a mamar de forma mais confortável, um analgésico pode ser útil. Siga as orientações de seu médico sobre dosagem apropriada para a faixa etária e o peso do seu filho.
A violeta de genciana em uma solução de 1% pode ajudar a debelar o sapinho. É uma tintura roxa, que pode ser pincelada no interior da boca do seu bebê e, se necessário, nos bicos dos seus seios. Cuidado ao aplicá-la - pode manchar.
Bicarbonato de sódio - Dissolver uma colher das de café em ¼ de litro de água (250ml) e aplicar com um cotonete, ou com o dedo envolvido em gaze, na boca do bebê.



DIRETRIZES ALIMENTARES

A mãe que estiver amamentando um bebê com sapinho deve reduzir drasticamente a quantidade de açúcar na sua dieta ou, melhor ainda, eliminá-lo totalmente. O fungo prolifera no açúcar.
Reduzir ou eliminar gorduras também pode ser útil, com uma exceção a se observar: a dieta com azeite de oliva prensado a frio, não cozido, pode inibir a multiplicação da levedura.


SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Os nutrientes antioxidantes betacaroteno, vitamina C, vitamina E, zinco e selênio podem ajudar a tratar a levedura na lactante. Siga as orientações sobre dosagem indicadas no rótulo do produto.
Observação: Quantidades excessivas de zinco podem resultar em náusea e vômito. Cuidado para não exceder a dose recomendada.
O ácido caprílico, um ácido graxo de cadeia curta, ajuda a matar a levedura. A lactante pode tomar uma cápsula, duas a três vezes ao dia.
Os Lactobacillus acidophilus e bifudus são bactérias benéficas que ajudam o organismo a livrar-se do fungo. Siga as orientações sobre dosagem indicadas no rótulo do produto para a mamãe e/ou bebê.


TRATAMENTO FITOTERÁPICO

O gel de aloe vera tem demonstrado suas propriedades anti-fúngicas. Experimente colocar um pouco de aloe vera no dedo e aplicá-la topicamente no sapinho, duas vezes ao dia, até que a infecção desapareça. Use um produto comestível.
O alho tem propriedades que combatem a levedura, embora às vezes possa causar cólica. A lactante pode tomar uma cápsula de alho inodoro, duas vezes ao dia, durante duas ou três semanas.
O chá de gengibre tem propriedades bactericidas e anti-fúngicas. A lactante pode tomar uma xícara nas refeições.


HOMEOPATIA

Para o sapinho acompanhado de agitação e/ou fadiga, experimente uma dose de Arsenicum album 9ch, três vezes ao dia, durante até três dias.
Se seu bebê tiver sapinho e geralmente apresentar calor, experimente dar-lhe uma dose de Sulfur 9ch, três vezes ao dia, durante até dois dias.
Se seu filho ficar com sapinho após tomar uma vacina, experimente uma dose de Thuya 30ch.


RECOMENDAÇÕES GERAIS

Não tente raspar ou tirar o sapinho da boca do seu filho. Você o machucará e deixará uma área inflamada, possivelmente em carne viva e sangrando.
Um colutório de lactobacilo pode ser útil. Misture 1/8 de colher de chá de um suplemento de lactobacilo em ½ xícara de água. Usando um conta-gota, esguiche a solução nas gengivas, língua e partes internas da boca do seu filho.
Limpe a boca e a gengiva do bebê com bicarbonato de sódio.


PREVENÇÃO

As lactantes devem manter seu consumo de açúcar refinado a um nível moderado ou baixo. Tomar chá de gengibre nas refeições também pode ser útil.
Os antibióticos alteram a flora normal da boca e do corpo, predispondo o bebê ao sapinho, ao permitir o crescimento excessivo de Candida. Para manter as bactérias benéficas que ajudam a controlar a presença de Candida no organismo, a lactante deve comer iogurte regularmente ou suplementar sua dieta com Lactobacillus bifidus ao tomar antibióticos. Se o bebê que toma mamadeira estiver sendo tratado com antibióticos, acrescente Lactobacillus bifidus ao leite.
Nunca subestime a importância da higiene simples a prática. A lactante deve evitar que seus seios fiquem úmidos durante muito tempo, mantendo-o secos entre as mamadas e deixando-os "arejados" durante algum tempo. Se for necessário limpá-los, use água com um pouco de água oxigenada. Os bebês que tomam mamadeira às vezes contraem sapinho como resultado de sugar chupetas ou bicos de mamadeira inadequadamente limpos (muitas vezes conseqüência de deixá-los cair e depois colocá-los novamente na boca), além de uma dieta rica em sucos de frutas ou depois de um tratamento antibiótico para infecção de ouvido. Para evitar isso, tenha sempre à mão um grande suprimento de bicos de borracha, chupetas e/ou objetos para dentição limpos ou lave-os com água oxigenada e enxágue-os na água antes de dá-los novamente ao seu bebê.


SOLUCO E SOLUÇAO

O QUE É SOLUÇO?

O soluço é um espasmo repentino e involuntário do diafragma. É realmente inofensivo e a maioria desaparece espontaneamente em alguns minutos. Até mesmo os bebês no útero podem ter soluços. O soluço tem uma série de causas, inclusive indigestão e ingestão rápida de alimentos. Quando a criança come rapidamente, algumas vezes engole ar. Sem ter aonde ir, o ar engolido pode sair na forma de soluços. Seu filho pode achar o soluço bastante engraçado.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

Em casos extremos e raros, pode ser necessário um sedativo. Do contrário, seu médico provavelmente dará sugestões semelhantes às relacionadas sob Recomendações Gerais, a seguir.



HOMEOPATIA

Siga os cinco passos para ajudar seu filho a se livrar dos soluços.

1. Comece com uma dose de Acônito 9ch ou 30ch. Aguarde cinco minutos.
2. Se os soluços ainda persistirem, dê uma dose de Arnica 9ch. Aguarde mais cinco minutos.
3. Se seu filho ainda estiver com soluços, experimente uma dose deIgnatia 9ch e espere cinco minutos.
4. Se seu filho ainda estiver com soluços, dê-lhe uma dose de Magnesia phosphorica 9ch. Espere cinco minutos.
5. Por fim, pode experimentar uma dose de Lycopodium 9ch. Esse remédio é útil principalmente se seu filho tiver um histórico de gases intestinais e soluços repetidos.

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RECOMENDAÇÕES GERAIS

Toda família tem uma forma predileta de se livrar dos soluços. Muitas observaram que as seguintes intervenções são úteis.

O bebê às vezes começa a ter soluços durante ou após a amamentação. Ajude seu bebê a livrar-se das bolhas de ar ao arrotar.
Faça com que seu filho beba lentamente vários copos de água fria.
Faça com que a criança mais velha respire fundo e prenda a respiração o máximo possível. (Apenas crianças mais velhas devem aprender essa técnica.)
Faça com que a criança mais velha respire em um saco de papel. (Novamente, apenas crianças mais velhas devem aprender essa técnica.)
Faça com que seu filho beba lentamente água fria enquanto prende a respiração.
Faça com que seu filho gargareje com água durante um ou dois minutos.
Dê ao seu filho um copo de água fria. Tampe os ouvidos do seu filho com os polegares. Pressione firmemente a ponto de bloquear seus ouvidos, mas não a ponto de machucá-lo. Enquanto os ouvidos dos seu filho estão bloqueados, faça com que ele beba lentamente a água enquanto prende a respiração.


PREVENÇÃO

Comer lentamente talvez seja a melhor forma de evitar soluços. Para evitar engolir ar, coma em um ritmo calmo e ensine seu filho a fazer o mesmo. Refeições tranqüilas em família devem ser atividades agradáveis.Quando as refeições são prazerosas, as crianças não ficam propensas a correr para acabar de comer e retornar a outras atividades.


CHUPANDO DEDO


Chupar dedo é muito comum em bebês. Graças à ultra-sonografia, um equipamento que mostra a imagem do feto no útero, sabemos agora que alguns bebês chupam o polegar na barriga da mãe, desde a décima oitava semana de gestação.
Nos recém-nascidos, a sucção é uma reação instintiva. Quase todos os bebês chupam dedo, mais cedo ou mais tarde. Quando o seio ou a mamadeira não estão prontos, é natural que o bebê se acalme sugando algo, seja um dedo, chupeta, brinquedo ou ponta de um cobertor. Chupar dedo geralmente chega ao seu auge entre os 18 e 20 meses de idade. Com o desenvolvimento da criança, o dedo perde cada vez mais sua importância.
Se seu bebê chupar dedo, considere o hábito como a satisfação de uma necessidade natural e instintiva de sucção. Se seu filho pequeno continuar chupando dedo, os especialistas concordam que não há necessidade de se preocupar com danos aos dentes de leite emergentes. Seu filhinho pode recorrer ao dedo quando está com fome, muito cansado, aflito e carente de conforto ou apenas chateado. Com mais ou menos dois ou três anos, seu filho provavelmente terá coisas mais interessantes a fazer e estará muito ocupado para se lembrar de chupar o dedo.
A criança sensível e tímida que se esqueceu do dedo pode voltar a chupá-lo nas primeiras semanas em uma nova escola ou nova casa ou após o nascimento de um irmãozinho. Esse comportamento que visa o conforto normalmente é apenas uma fase transitória, que desaparecerá com amor e confiança. Contudo, se o hábito continuar durante mais de algumas semanas e for aparentemente persistente, você talvez precise intervir.
Se a criança continuar chupando dedo depois dos cinco ou seis anos ou após ter perdido os dentes de leite, é aconselhável uma visita ao dentista (ou psicólogo). Chupar dedo de forma prolongada e persistente pode levar à má oclusão, um problema no qual os dentes superiores e inferiores não se encontram adequadamente. Se seu filho colocar o dedo de forma que pressione a raiz do dente - o que é comum - chupar dedo prolongada e persistentemente pode levar à má formação da arcada superior do osso maxilar, provocando a projeção dos dentes superiores. Chupar dedo a longo prazo também pode causar uma anormalidade do tecido dos ossos do dedo predileto.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

Se chupar dedo ameaçar o alinhamento dos dentes permanentes da criança, um bom odontopediatra deve ser consultado. Em casos extremos, pode-se introduzir um aparelho atrás dos dentes superiores que fará com que chupar o dedo seja desconfortável ou impossível. Como isso causará trauma à criança, esse aparelho deve ser seu último recurso.


RECOMENDAÇÕES GERAIS

Para crianças com menos de dois anos, não é necessário nenhum tratamento. Para crianças entre três e cinco anos, primeiro tente minimizar o estresse, dando-lhes atenção e carinho e oferecendo-lhes o estímulo adequado. Depois que a criança tiver passado da primeira infância, chupar dedo torna-se um comportamento que busca o conforto, em vez de satisfazer uma necessidade de sucção. Medidas amorosas talvez sejam mais eficazes do que qualquer outra coisa.
Para crianças maiores de seis anos, retire delicada mas firmemente seu dedo da boca sempre que ela começar a chupá-lo. Nas crianças mais velhas, chupar dedo muitas vezes ocorre quando estão cansadas e entediadas. Após reprimir o gesto, dê-lhe um reforço positivo na forma de abraço e inicie uma atividade que a distraia.
Jamais castigue a criança por chupar o dedo.
Sempre que a intervenção se tornar necessária, certifique-se de conquistar o apoio e a participação do seu filho. Sem a compreensão e cooperação do seu filho, a intervenção pode ser vista como um castigo.


Certifique-se de que seu bebê tenha bastante tempo no seio ou na mamadeira, a fim de satisfazer a necessidade de sucção. É uma boa época para oferecer-lhe bastante carinho.
Os especialistas dizem que é quase impossível evitar que algumas crianças chupem o dedo. Se todas as intervenções falharem, você talvez tenha que se resignar e encontrar um excelente ortodontista, depois que os dentes permanentes do seu filho tiverem nascido.

COLICAS


A cólica tem sido definida como um longo período de choro vigoroso que persiste apesar de todos os esforços de consolo. O termo em si vem da palavra grega referente ao intestino grosso, refletindo a crença de que a fonte do desconforto é um problema digestivo.
A maioria dos bebês passa por períodos em que parecem anormalmente nervosos ou choram por nenhuma razão aparente. A cólica é mais comum durante os três ou quatro primeiros meses de vida. Pode começar nas três primeiras semanas após o nascimento e geralmente acaba perto dos três meses de idade. É raramente sentida por bebês com mais de seis meses de idade.
Durante os seis primeiros meses de vida, os bebês crescem a uma velocidade impressionante. Nessa época, o recém-nascido duplica o peso que tinha ao nascer. Devido à quantidade de alimento que precisam ingerir para sustentar esse crescimento, os bebês muitas vezes sofrem de indigestão e gases. Da mesma forma, o bebê pode engolir ar quando se alimenta ou durante uma ataque de choro prolongado. Engolir ar aumenta as dores por gases. Quando um bebê tem uma dor por gases, pode ser a pior dor que seu pequeno corpo já sentiu.
A diferença da cólica para os outros problemas é que, independente do que fizer, o choro não pára. Certas posturas corporais que ocorrem com um ataque de gases também podem ocorrer com a cólica. Por exemplo, seu bebê pode ter uma barriga tensa e distendida, com os joelhos encolhidos no peito, pulsos cerrados e mobilidade anormal de braços e pernas ou costas arqueadas.
Suspeite de uma verdadeira cólica quando seu bebê tiver ataques repentinos e sérios de choro alto que duram várias horas; se o choro ocorrer na mesma hora todos os dias, muita vezes à tarde ou à noite; se os episódios de choro acontecem repetidas vezes, começando de repente e terminando de forma abrupta; se seu bebê parece inconsolável e nada que fizer lhe traga conforto; se seu bebê parece zangado e se debate quando o segura no colo; e se parece não haver nenhuma explicação para esses repentes de choro.
Se seu bebê tiver cólica, os meses de choro e aflição aparentemente implacável do seu filho podem deixá-lo frustrado, ansioso, confuso, exausto, culpado e inadequado. Uma das principais preocupações ao lidar com um bebê com cólica, além de descobrir formas de confortá-lo, é confiar na sua capacidade de manter e criar um relacionamento amoroso com seu recém-nascido.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

A simeticona é um composto que atua na superfície das bolhas de gás quebrando-as, aliviando conseqüentemente a dor e a pressão dos gases. Se grandes bolhas forem o principal problema, esse tratamento pode ser eficaz.A simeticona pode ser comprada sem receita médica na forma líquida, mas deve ser dada apenas se recomendada por um médico.
No caso de cólica constante, seu médico pode recomendar supositórios de glicerina para ajudar seu bebê a expulsar os gases ou fezes que causam seu desconforto.
Outros medicamentos, inclusive anti-flatulentos, sedativos e antiespasmódicos, são, às vezes, receitados para cólica e ocasionalmente oferecem alívio limitado, mas na maioria dos casos trazem pouco benefício. Além disso, podem ter graves efeitos colaterais. Peça ao seu médico para explicar todos os prós e os contras de qualquer remédio vendido com receita médica antes de dá-lo a um bebê com cólica.



DIRETRIZES ALIMENTARES

Se estiver amamentando e seu bebê tiver cólica, ele pode ser sensível a algo que você esteja comendo. Os agressores mais comuns são laticínios, chocolate, cafeína, melão, pepino, pimentão, frutas e sucos cítricos e alimentos condimentados. É bem provável que você mesma possa ter alergias desconhecidas a determinados alimentos. Para descobrir as alergias alimentares, tente seguir uma dieta de eliminação ou um rodízio alimentar. Seguir essas dietas pode parecer uma tarefa complicada, mas os resultados podem ser bastante animadores. Outra alternativa é manter um diário alimentar para ajudá-la a identificar correspondências entre os alimentos que ingere e os sintomas, tanto do bebê quanto seus. Se descobrir uma sensibilidade desconhecida da qual não tinha suspeitado, o simples fato de evitar o alimento provavelmente a fará se sentir melhor e também aliviará a cólica do seu bebê.
Se estiver amamentando um bebê com cólica, tente eliminar da sua dieta alimentos que produzam gás, inclusive couve-flor, brócolis, couve-de-bruxelas, pepino, pimentão verde e vermelho, cebola, favas e leguminosas. Outros alimentos na dieta da lactante que podem contribuir para a ocorrência de cólica incluem leite de vaca, banana, frutas silvestres, e qualquer coisa que contenha cafeína.
A lactante que amamenta um bebê com cólica deve minimizar a quantidade de alimentos crus na sua dieta. A dieta da lactante deve consistir em 70 a 80% de alimentos cozidos e apenas 20 a 30% de alimentos crus. Siga uma dieta simples.
Se seu bebê com cólica toma mamadeira, sua fórmula pode estar causando o problema. Pergunte ao seu médico se é aconselhável usar uma fórmula infantil diferente.


SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

O Lactobacillus acidophilus promove uma flora intestinal saudável, o que facilita a digestão e pode debelar a cólica. A lactante deve tomar ½ colher de chá, duas vezes ao dia. Dê ao seu bebê que toma mamadeira 1/8 colher de chá de pó de acidófilos, dissolvida na fórmula, duas vezes ao dia.
O Lactobacillus bifidus é outra bactéria benéfica que ajuda a melhorar a digestão. Alguns especialistas pensam que essa bactéria pode ser mais eficaz que o Lactobacillus acidophilus para bebês. A lactante deve tomar uma dose, duas vezes ao dia. Dê ao bebê que toma mamadeira 1/8 colher de chá de pó de acidófilos, dissolvida na fórmula, duas vezes ao dia.


TRATAMENTO FITOTERÁPICO

O chá de camomila é um calmante e relaxante conhecido. A lactante deve beber uma xícara, duas vezes ao dia. Dê ao bebê que toma mamadeira 1 colher de chá, três vezes ao dia, no leite ou na água, durante três ou quatro dias. Em seguida, diminua a dose para duas vezes ao dia.
O funcho também pode ser útil para aliviar a cólica. A lactante pode beber uma xícara de chá de funcho, três vezes ao dia. Ou dilua uma xícara de chá de funcho em duas xícaras de água e dê ao bebê 1 colher de chá, quatro vezes ao dia.
A lactante pode beber uma xícara de chá de gengibre, três vezes ao dia, para ajudar a aliviar a cólica do seu bebê.
O chá de hortelã-pimenta ajuda a acelerar o tempo de esvaziamento do estômago, melhora a digestão e atua como anti-flatulento. Dê ao seu filho 1 colher das de chá de chá de hortelã-pimenta, de quatro a cinco vezes ao dia.
Observação: Se estiver dando ao seu filho chá de hortelã-pimenta e um preparado homeopático, faça um intervalo de uma hora entre um e outro. Do contrário, o forte cheiro do hortelã-pimenta pode interferir na ação do remédio homeopático.
Tente dar ao seu bebê um chá de várias ervas. Pesquisadores israelenses administraram uma dose diária de cerca de ½ xícara de chá feito decamomila, alcaçuz, funcho, e erva cidreira a bebês com episódios de cólicas e descobriram que os sintomas diminuíram em mais da metade das crianças estudadas.


HOMEOPATIA

Como a maioria das fórmulas homeopáticas, os remédios relacionados são específicos para um determinado sintoma. Com base no seu conhecimento do seu bebê com cólica, escolha o remédio adequado.

Colocynthis e Magnesia phosphorica, dois relaxantes abdominais, são os remédios homeopáticos mais receitados para cólica. São eficazes principalmente quando usados conjuntamente. Dissolva uma dose de Colocynthis 6ch e uma dose de Magnésia phosphorica 6ch em um pouco de água mineral na temperatura ambiente. Encha todo um contra-gotas e esguiche-o totalmente na boca do seu bebê, três vezes ao dia, conforme necessário. Se a cólica do seu bebê não tiver diminuído após dois dias, pare de dar o remédio. Muito provavelmente, não surtirá qualquer efeito.
Carbo vegetabilis é um remédio homeopático para o bebê com cólica, que apresenta o rosto pálido e o abdomem superior distendido. Suas pernas podem estar frias dos pés aos joelhos. Esse bebê é agitado e chora mesmo quando amamentado ou alimentado, e arrota durante muito tempo após comer. Parece sentir-se melhor quando está no colo e pior quando colocado no berço. Dê a essa criança, Carbo vegetabilis 9ch, dissolvendo uma dose em 250 miligramas de água mineral e esguichando algumas gotas na sua boca, três vezes ao dia, durante dois dias ou até que os sintomas melhorem.
Se seu bebê tiver o rosto vermelho e quente, choro alto e irritado, mas parar de chorar por um breve período quando colocado no colo, dê-lhe Camomila9ch ou 15ch. Dissolva uma dose em 250 mililitros de água mineral e esguiche algumas gotas na sua boca, três vezes ao dia, durante dois dias ou até que os sintomas melhorem.
Existem fórmulas homeopáticas para cólica que podem oferecer alívio ao seu bebê. Siga as orientações sobre dosagem indicadas no rótulo do produto.


RECOMENDAÇÕES GERAIS

Se tiver um bebê com cólica, procure não ficar nervoso. O estresse e a tensão - tanto seus quanto do bebê - podem contribuir para a cólica e piorar o problema. Se sentir que sua frustração está fugindo de seu controle, converse com um profissional de saúde. Busque apoio emocional e terapia. No meio de um choro relacionado à cólica, experimente uma das seguintes sugestões. Alguns bebês reagem a algumas; alguns (infelizmente) não reagem a nenhuma.

Para ajudar a relaxar as câimbras musculares e acalmar seu bebê, coloque-o sobre seus joelhos ou contra seu peito com um saco de água morna entre você e a barriga do seu bebê.
Se seu bebê adorar água, experimente um banho morno e calmante.
Massageie a barriga do seu bebê com uma loção ou óleo sem álcool. Seguindo o caminho natural dos intestinos, esfregue suavemente do "canto" direito inferior do abdome até a parte inferior da caixa torácica, descendo para o "canto" esquerdo inferior; repita a operação.
Alguns bebês reagem quando são acariciados e ninados. Muitos bebês se acalmam quando você os coloca no colo e anda com eles.
Alguns bebês preferem a segurança de serem bem enrolados em um cobertor; alguns preferem cobertas soltas que permitam a livre movimentação. Tente descobrir o que seu bebê prefere.
Os bebês com sintoma nervoso sensível podem reagir melhor com a diminuição de estímulos externos. Experimente uma iluminação fraca, menos toques e uma atmosfera tranqüila.
Alguns bebês reagem à música calma e tranqüilizante; alguns a gravações de batimentos cardíacos; alguns a gravações dos sons com os quais conviveram nos nove meses de vida uterina, que incluem os batimentos cardíacos da mãe e o som constante do fluxo sangüíneo da mãe circulando no seu corpo. Curiosamente, o som da máquina de lavar roupa muitas vezes parece ter o mesmo efeito.
O movimento vigoroso distrai alguns bebês com cólica. Ouvir música animada e saltitar com o bebê no colo talvez não seja sua atividade predileta às 3 horas da manhã, mas sabe-se que tem surtido efeito.
Faça seu bebê "pedalar". Com o bebê deitado de costas no chão, movimente suavemente suas pernas, como se ele estivesse pedalando. Pratique esse exercício várias vezes, todos os dias. Esses movimentos passivos das pernas podem trazer conforto ao sistema digestivo do seu bebê.
Faça um curso de massagem infantil para aprender como a massagem ajuda o crescimento e desenvolvimento geral do seu bebê. Seu professor também pode lhe ensinar massagens e técnicas específicas para debelar a cólica.


PREVENÇÃO

Tome nota dos acessos de irritabilidade e choro do seu filho e procure um denominador comum. Veja se seu filho chora mais ou menos na mesma hora, todos os dias. Tente determinar se certos alimentos ou atividades levam ao choro. Se descobrir uma relação, elimine o alimento ou a atividade que considera a causa.
Crie um ambiente calmo enquanto alimenta seu bebê e aproveite esse momento junto com seu filho. Ouça músicas relaxantes. Certifique-se de que você e o bebê estão fisicamente confortáveis. Vista-se e ao seu bebê de forma que não sintam frio e estejam à vontade. Garanta que a fralda do seu bebê não esteja muito apertada.
Ao alimentar seu bebê, tente segurá-lo em uma posição ereta para que o ar fique acima do leite no seu estômago. Isso ajudará seu bebê a expulsar o ar quando arrotar.
Se estiver dando mamadeira ao seu bebê, verifique o tamanho do furo no bico. O leite deve pingar lentamente quando a mamadeira ficar de cabeça para baixo. Se o furo for muito pequeno ou muito grande, seu bebê pode ingerir muito ar enquanto estiver mamando.
Para controlar a quantidade de ar que o bebê engole enquanto mama, limite o tempo em que realmente mama a dez minutos. Após cerca de 50 mililitros de líquido, tente fazer com que seu bebê arrote (mas não fique desanimado se ele não arrotar).
No final de cada mamada completa, ponha seu bebê para arrotar durante dez minutos. Fique calmo. Alguns minutos a mais, agora, podem evitar um acesso de cólica mais tarde.
Se seu bebê não conseguir arrotar após cerca de dez a quinze minutos, coloque-o em uma posição ereta durante cerca de uma hora e tente novamente.
Se estiver amamentando seu bebê, elimine os alimentos relacionados na seção Diretrizes Alimentares, e investigue a possibilidade de alergia alimentares.
A lactante deve tomar um suplemento de Lactobacillus acidophilus ou bifidus. Se estiver dando mamadeira ao seu filho, administre o suplemento dissolvido no leite.
Tente evitar dar muita ou pouca comida ao seu bebê. Regurgitar o alimento após mamadas pode indicar superalimentação; choro ou sucção contínua após a mamada pode indicar subalimentação. Faça o que seu filho mandar. Se seu bebê estiver engordando e se desenvolvendo normalmente, você provavelmente estará no caminho certo.


O QUE CAUSA A CÓLICA?

Embora há muito se presuma que a cólica seja um sinal de dor por gases, na verdade nunca se provou que todos os bebês ou a maioria dos bebês com cólica realmente tenham gases abdominais. A causa certa do problema continua a desconcertar a medicina. Além da possibilidade de dor por gases, há uma série de outras hipóteses relativas às causas da cólica, inclusive:

Alergia à proteína do leite materno ou à fórmula infantil.
Técnicas incorretas de alimentação.
Espasmos do cólon.
Trato intestinal imaturo e hiperativo.
Sistema nervoso imaturo e altamente sensível.
Temperamento.
Tensão em casa.
Ansiedade dos pais.
Má interpretação do choro por parte dos pais.

Provavelmente, uma combinação de alguns desses fatores, na verdade, faz parte da maioria dos casos de cólica infantil.

CONSTIPAÇAO

O termo constipação refere-se a uma mudança nos hábitos intestinais diários, principalmente uma diminuição do número ou consistência da motilidade intestinal ou dor ou dificuldade ao evacuar. No final do primeiro ano de vida, a maioria das crianças evacua confortavelmente uma vez por dia. Se a criança que evacua normal e regularmente fica um ou dois dias sem evacuar, e sente dor ou dificuldade em defecar fezes volumosas e duras, está constipada.
A constipação é normalmente causada por uma quantidade insuficiente de líquidos e fibras na dieta. Sem a quantidade suficiente de líquidos as fezes ficam endurecidas e com as extremidades ásperas. Essas extremidades ásperas podem causar fissura retal, um corte microscópico e doloroso no reto. Preocupação excessiva em ensinar o bebê a usar o "troninho", estresse emocional (como a mudança para uma nova casa), introdução de novos alimentos ou muita gordura na dieta também podem contribuir para a ocorrência de constipação, assim como a falta de exercício adequado.
As crianças também podem ficar constipadas como resultado de prender as fezes. Uma criança ativa talvez não queira perder tempo e interromper a brincadeira para ir ao banheiro. Quando isso acontece, as fezes retidas tornam-se desidratadas e duras, e a evacuação, dolorida. A evacuação dolorida, por sua vez, faz com que a criança queira adiar ao máximo a próxima ida ao banheiro, para evitar a dor.
Até mesmo os bebês aprendem a reter as fezes para evitar a dor. Uma assadura que provoque dor e ardência durante a evacuação pode fazer com que o bebê relute em evacuar.
O fator mais importante para determinar se seu filho está constipado é seu nível de conforto quando evacua. Mesmo que seu filho vá ao banheiro todos os dias, fezes difíceis de evacuar podem indicar constipação. Outro indício é dor de barriga. A barriga da criança constipada pode ficar dura e sensível ao toque.


CROSTA LACTEA

A crosta láctea é uma forma de dermatite seborréica, uma doença inflamatória da pele, e é muito comum em bebês. A crosta láctea geralmente ocorre no couro cabeludo, mas também pode aparecer nas sobrancelhas, pálpebras, atrás das orelhas, dos lados do nariz e na área da virilha. A crosta láctea pode ocorrer entre duas a doze semanas de idade e geralmente desaparece aos oito a doze meses.
A crosta láctea é caracterizada por escamas espessas amareladas e oleosas, causadas por glândulas sebáceas excessivamente ativas. Quando o óleo dessas glândulas seca e se transforma em flocos, obstruindo os ductos, as glândulas rapidamente secretam ainda mais óleo na tentativa de desobstruir esses ductos. O resultado é o desenvolvimento de obstruções ainda mais profundas e de mais escamas espessas, amarelas e oleosas com grupos de cascas secas e amareladas. Embora esse estado pareça gerar coceira, isto não ocorre.
A crosta láctea ocorre mesmo que você lave a cabeça e os cabelos do seu bebê no banho, diariamente. Embora a pele e o crânio do bebê possam parecer frágeis, são na verdade fortes e podem tolerar uma lavagem completa. Esfregar muito suavemente pode não limpar o excesso de óleo do couro cabeludo.
Se seu bebê tiver crosta láctea, é importante cuidar das lesões. Como outros problemas de pele, a crosta láctea pode dar início a uma infecção por bactéria ou fungo.


TRATAMENTO CONVENCIONAL

Nos casos graves de Crosta Láctea, um xampu antisseborréico ouxampu de alcatrão pode ser recomendado.
Se o estado de seu filho persistir ou provocar coceira e flocos, seu médico pode recomendar um creme ou pomada com esteróides, comotriancinolona ou hidrocortisona.
Se aparecer uma infecção bacteriana, o médico do seu filho pode receitar um antibiótico, como eritromicina. Dentre os sinais de infecção bacteriana encontram-se exsudação, lesões abertas ou crostas acastanhadas.
Se aparecer uma infecção for fungo, um creme fungicida, como miconazolou clotrizamol, pode ser receitado.



DIRETRIZES ALIMENTARES

Se estiver amamentando seu filho, evite comer açúcar refinado. Tanto a bactéria quanto o fungo proliferam na presença de açúcar.
A lactante deve evitar gorduras animais saturadas. Coma peixe, como salmão, para obter ácidos graxos essenciais, e inclua um suplemento de óleo de prímula ou borragem no seu regime vitamínico diário, durante algumas semanas. Siga as orientações sobre dosagem indicadas no rótulo do produto.


SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

No combate de crosta láctea, o Lactobacillus acidophilus ou bifidus é um suplemento importante. Esses dois suplementos promovem a flora intestinal saudável ("bactérias amigáveis") e ajudam a evitar infecções por fungos. A lactante deve tomar uma dose, duas vezes ao dia, conforme indicado no rótulo do produto. Para bebês que tomam mamadeira, coloque metade de uma cápsula ou 1/8 de colher de chá do suplemento na mamadeira do seu filho, uma vez por dia.
Para casos resistentes, aplique uma pomada ou creme de vitamina B6no couro cabeludo do seu bebê, duas vezes ao dia, durante dois ou três dias.
Para descartar a possibilidade de deficiências nutricionais que possam estar contribuindo para o problema, dê ao seu filho um complexo multivitamínico e mineral formulado para bebês.


TRATAMENTO FITOTERÁPICO

Se a pele da cabeça do seu bebê estiver muito seca, massageie seu couro cabeludo com loção de calêndula e óleo de vitamina E, alternadamente. O óleo de amêndoa também pode ser usado. Deixe que o óleo permaneça no couro cabeludo do seu bebê durante quinze minutos. Em seguida, ensaboe-o e penteie suavemente as escamas soltas com um pente de dente fino. Tanto a calêndula quanto a vitamina E são úteis para irritações da pele; umedecerão e ajudarão a recuperação das lesões.


HOMEOPATIA

Como a maioria dos preparados homeopáticos, os remédios para crosta láctea são específicos para os sintomas. Escolha o remédio que corresponda mais aos sintomas do seu filho.

Sulfur é um remédio genérico para problemas de pele. Use Sulfur para crianças que não gostam de usar roupa e geralmente se descobrem. Dê uma dose de Sulfur 9ch, duas vezes ao dia, durante dois a três dias.
Thuya é para a criança mais fria e mais calma e que gosta de ser aconchegada. Se Sulfur não acabar com a crosta láctea do seu bebê, experimente uma dose de Thuya 9ch, duas vezes ao dia, durante dois dias.
Se nem Sulfur nem Thuya parecer adequado para seu bebê, um remédio homeopático composto para crosta láctea talvez seja útil.


RECOMENDAÇÕES GERAIS

Se seu bebê tiver crosta láctea, não retire as escamas com os dedos. Pode causar uma infecção.
Esfregue loção de calêndula, óleo de vitamina E, aloe vera líquida ou óleo de amêndoa no couro cabeludo do seu bebê. Em seguida, ensaboe e penteie suavemente as escamas soltas com um pente de dente fino.
Dê ao seu filho Sulfur ou Thuya.
A lactante deve tomar um suplemento de lactobacilos, bem como óleo de prímula ou borragem. O bebê que toma mamadeira deve tomar Lactobacillus bifidus misturado no leite.
Massageie o couro cabeludo do seu bebê com loção de óleo de prímula todas as noites.


PREVENÇÃO

Não há como prevenir a crosta láctea, mas manter o couro cabeludo do seu bebê limpo e seco é útil.
Para evitar o acúmulo de células mortas na pele, escove ou penteie suave e completamente o cabelo do seu bebê todos os dias.
Quando ensaboar o cabelo do seu bebê, lave suave e completamente seu couro cabeludo para tirar qualquer excesso de óleo que possa ficar acumulado.


QUANDO CONSULTAR O MÉDICO SOBRE A CROSTA LÁCTEA

Quando ensaboar ou pentear as escamas do cabelo do seu bebê, verifique sempre se há sinais de infecção local. Se perceber que a área está quente e vermelha ou que está desenvolvendo uma secreção com aparência de infecção, consulte seu médico.


DENTEINHOS

A dentição é um processo através do qual os primeiros dentes temporários (de leite) do bebê irrompem a gengiva. Normalmente, a dentição começa entre o sexto e oitavo meses de vida. Depois que o primeiro dente do bebê aparece, um dente novo aparecerá mais ou menos a cada mês. Embora a velocidade e ordem de nascimento dos dentes varie de criança para criança, os dois dentes do meio na arcada inferior tendem a irromper primeiro, seguidos pelos dentes inferiores circunvizinhos e depois os outros dois dentes do meio superiores. Os molares são os últimos a aparecer. A erupção continua até o conjunto completo de vinte dentes de leite tenha aparecido, geralmente em torno do trigésimo mês de vida.
Os dentes permanentes começam a aparecer em torno dos seis ou sete anos de idade. Com o nascimento do dente permanente, o dente de leite substituído cai. Felizmente, os dentes permanentes emergentes não provocam a mesma irritação e desconforto que a primeira dentição (com a exceção do último conjunto de molares, também conhecidos como dentes do siso, que geralmente irrompem no final da adolescência ou nos primeiros anos da vida adulta).
Os sinais da dentição compreendem gengivas doloridas e inflamadas, febre baixa, baba, vontade de morder objetos duros, irritabilidade, dificuldade em dormir e, muitas vezes, perda de apetite. A dentição também é, às vezes, acompanhada de uma tendência à congestão nasal, que pode levar a resfriados ou infecções de ouvido. Dor, desconforto e gengivas inflamadas experimentados pela criança em dentição resultam da pressão exercida contra o tecido das gengivas à medida que a coroa do dente rompe as membranas. As bochechas do bebê podem ficar vermelhas e rachadas como conseqüência da baba. Seu bebê pode mastigar ou chupar os dedos ou procurar um objeto para morder e mastigar. O bebê em dentição fica facilmente irritado e mais inquieto do que o normal, às vezes acordando de hora em hora durante a noite.

DESINTERIA

A diarréia, ou fezes freqüentes e líquidas, é a forma do corpo se livrar de toxinas e sustâncias estranhas. A maioria dos casos de diarréia simples não devem ser controlados muito rapidamente. Talvez seja mais saudável deixar que o corpo do seu filho se desintoxique, sem deixar de fornecer-lhe a quantidade adequada de líquidos.
Há muitos microorganismos que podem causar diarréia, inclusive vírus, bactérias, fungos e protozoários. Seu filho pode contrair vírus, bactérias ou protozoários de outras crianças ou de água e alimentos contaminados. A intoxicação alimentar provoca diarréia rapidamente. Uma alergia ao leite ou sensibilidade alimentar, que pode aparecer com a introdução de novos alimentos, também pode causar diarréia.
As causas menos comuns da diarréia são reações a medicamentos, inflamação intestinal, hepatite, fibrose cística e pancreatite. Uma deformidade anatômica, como uma fístula, ou um defeito congênito, como a doença de Hirschsprung ou a síndrome do intestino curto, também podem causar diarréia. Se a diarréia do seu filho for decorrente de qualquer um desses problemas, ele precisará de cuidado médico.
A maioria dos casos de diarréia simples é causada por vírus. Os vírus invadem o trato intestinal da criança, causando irritação e inflamação das paredes intestinais. Os vírus também induzem as células que revestem os intestinos a secretarem líquidos. O aumento do volume de líquido, por sua vez, aumenta a peristalse, contrações "em ondas" dos intestinos. O resultado é cólica e fezes soltas, líquidas e freqüentes, características da diarréia.
O vômito e a dor de barriga muitas vezes acompanham a diarréia e as cólicas abdominais geralmente vêm e vão, ocorrendo muitas vezes antes da evacuação. Dependendo da causa da diarréia, pode haver ou não febre. Quando a criança está com diarréia, a desidratação é sempre uma preocupação séria, principalmente se a temperatura ambiente estiver elevada. Nos primeiros dois ou três meses de vida, a criança pode ficar desidratada rapidamente; portanto, se seu recém-nascido tiver diarréia, ligue para seu médico.
Observe seu filho entre os episódios de diarréia para ter uma idéia do seu estado. Se ele estiver alerta e não tiver cólica entre os episódios, pode partir tranqüilamente do princípio de que seu corpo tem a situação sob controle. Mas se seu filho parecer fraco e a cólica não desaparecer entre os episódios, ligue para seu médico.

ENURESE?

A enurese (micção noturna) é um problema constrangedor e difícil para a criança. Sua auto-estima pode ficar abalada. Dormir fora de casa pode se tornar uma tortura, e até mesmo cogitar ir para a casa da avó ou para um acampamento pode criar um enorme peso para a criança que faz xixi na cama. A enurese também é um problema que aflige os pais preocupados com o bem-estar do filho.
É importante entender que a enurese não significa mau comportamento. Não é intencional e a criança não é culpada. Se tiver um filho que faça xixi na cama, lembre-se de que essa criança merece maior atenção para resolver o problema.
A criança que geralmente urina na cama tem uma bexiga pequena e imatura. Como é incapaz de prender a urina durante a noite, faz constantemente xixi na cama enquanto dorme.
Há também crianças que já tiveram o controle da bexiga, mas o perderam. Esse tipo de enurese está provavelmente relacionado a problemas emocionais ou orgânicos. Dentre as causas emocionais encontram-se situações de estresse ou medo, como a mudança para uma nova casa, o nascimento de um irmãozinho ou a separação dos pais. Esses estresses podem fazer com que a criança regrida a um padrão comportamental anterior. A enurese decorrente de estresse é geralmente temporária. Os problemas orgânicos incluem infecções do trato urinário, que podem irritar a uretra e a bexiga e interferir em seu funcionamento normal; lesões obstrutivas do trato urinário e problemas da espinha dorsal que interferem nas sensações e no controle voluntário da bexiga. As crianças com diabetes ou anemia perniciosa talvez tenham dificuldade em concentrar a urina e normalmente urinam maiores quantidades, às vezes a ponto de fazer xixi na cama à noite. Uma alergia ou sensibilidade a alimentos também pode causar enurese, pois os alimentos sensibilizantes podem irritar a bexiga. Esses problemas devem ser diagnosticados e tratados pelo médico do seu filho. O mais importante a se considerar em relação à enurese é entender o crescimento e desenvolvimento normais do seu filho, de forma que suas expectativas sejam realistas. Com o crescimento do seu filho, sua bexiga torna-se capaz de conter cada vez mais urina. Só quando a bexiga da criança é capaz de conter cerca de uma xícara e meia de urina é que dormir a noite inteira sem fazer xixi na cama passa a ser fisicamente possível.
Outra exigência é o desenvolvimento do controle neuromuscular necessário para controlar a micção. Como isso ocorre, em geral, aproximadamente aos quatro ou cinco anos, é tolice pensar que a criança que ainda não tem essa idade possa dormir sem fazer xixi na cama. Além do mais, o crescimento e o desenvolvimento variam de criança para criança. O controle total da bexiga pode ocorrer apenas aos cinco ou seis anos de idade.
À medida que a criança cresce e aprende a controlar a bexiga, é normal haver épocas em que dormirá tranqüilamente a noite toda, sem fazer xixi na cama, e é igualmente normal haver períodos de regressão e enurese.Respeite o crescimento e o desenvolvimento individuais do seu filho e dê-lhe sempre seu apoio e carinho.

AJUDANDO A DORMIR

A insônia infantil pode manifestar-se como dificuldade de adormecer quando a criança é colocada na cama ou dificuldade de continuar dormindo durante a noite. Ao avaliar o padrão de sono do seu filho, os fatores mais importantes a considerar são a qualidade do seu sono - se ele dorme a noite toda ou se acorda várias vezes - seu nível de descanso e atividade durante o dia. A criança que sofre de insônia pode não ter energia suficiente para acordar pela manhã ou acompanhar os colegas durante o dia. Pode ter olheiras.
Os padrões de sono normais incluem uma alternância de ciclos de sono sem movimentos rápidos dos olhos (REM) e ciclos de sono commovimentos rápidos. É durante o ciclo REM, um sono mais leve, que sonhamos. Os recém-nascidos dormem em média 16 horas por dia, sendo que metade desse tempo é gasto com o sono REM, durante o qual eles bocejam, contorcem-se, fazem ruídos brandos e acordam facilmente. A criança de dois anos precisa de cerca de 12 a 14 horas de sono todos os dias, incluindo cochilos. À medida que a criança vai crescendo, passa menos tempo na fase mais leve, REM, do sono e mais tempo em sono mais profundo. Aproximadamente 30% do tempo de sono da criança pequena é gasto no sono REM. As crianças em idade escolar precisam cerca de 10 a 11 horas de sono por dia, para restabelecer a energia e a atividade de seu corpo. Os adolescentes, geralmente, querem afirmar sua independência e determinam seus próprios padrões de sono.
Quando a criança domina novas tarefas, passa por mudanças na sua vida e vai de um estágio de desenvolvimento a outro, a insônia é um problema temporário comum. A criança pequena que está aprendendo a dormir em um novo quarto, a criança que acabou de se mudar para uma casa nova ou o adolescente ansioso com relação a um evento iminente pode ter algumas noites de insônia.
Entretanto, se a insônia persistir e começar a interferir na capacidade do seu filho de realizar suas atividades durante o dia, consulte seu médico. A insônia pode estar relacionada à depressão ou ansiedade, um problema físico como infecção de ouvido crônica ou febre ou terrores noturnos. Os terrores noturnos são caracterizados por gritos, agitação, confusão, suor e respiração ofegante. Geralmente ocorrem algumas horas após a criança ter adormecido ou quando está saindo de um sono profundo, sem sonhos. Outro problema a considerar - se seu filho ronca sonoramente, fica excessivamente sonolento durante o dia e tem mau desempenho na escola - é a apnéia no sono, uma interrupção temporária da respiração durante o sono. Breves períodos de apnéia no sono são comuns entre os recém-nascidos e os bebês prematuros. As crianças obesas e as crianças com amígdalas aumentadas e amigdalite crônica também podem ter apnéia no sono, devido à obstrução da passagem do ar. Se suspeitar que seu filho tenha apnéia no sono, consulte seu médico.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

2 IRMAOS

Quarto de Bebê Dois Irmãos by Berta Gonçalez

Quarto de Bebê Dois Irmãos by Berta Gonçalez

Quer uma ideia para decorar o quarto do irmão mais velho que agora vai dividir o espaço com o novo bebê da casa? Se o quarto for grande como esse decorado por Berta Gonçalez, uma boa dica é escolher uma cor em comum e usar temas diferentes para cada irmão. Ela optou pelo azul com alguns detalhes em verde e papel de parede de listras com textura. No cantinho do bebê Henrique ela usou o tema carrinhos para o enxoval e enfeites de parede. Já no lado onde dorme o irmão mais velho, o tema é esportes, o preferido do Enzo, de 2 aninhos. O importante nesse caso é seguir a mesma linguagem em cada tema para conseguir uma harmonia perfeita no quarto e, ao mesmo tempo, respeitar a individualidade e as preferências de cada irmão. Os móveis também são todos da mesma linha, com traços mais retos. O berço de tela é bem moderno, tem rodízio com trava nos pés e gavetões. A cômoda e a cama do irmão também seguem um padrão bem atual.

PAIS PREJUDICAM?

Pais podem prejudicar o aprendizado da fala das crianças

Algumas atitudes dos pais podem atrasar o processo de desenvolvimento da fala das crianças.

Claro que não é intencional por parte dos adultos, já que as primeiras palavrinhas são mais do que esperadas. Na maioria das vezes, os pais estão apenas tentando ajudar a criança.

Criança com megafone

Um dos erros mais comum é corrigir a criança quando esta fala uma palavra incorreta ou repetir a palavra errada porque ficou “engraçadinho”.

Se os pais corrigem sempre a palavra errada, a criança pode ficar envergonhada e até irritada por ser constantemente corrigida e não querer falar mais. Já repetindo a palavra errada e achando graça os pais estarão incentivando a criança a continuar a falar errado. O ideal é repetir a palavra corretamente sem corrigir. Se a criança diz “Olha o tatorro”, os pais devem responder enfatizando a palavra correta “Cadê o cachorro? O que o cachorro está fazendo? Que bonito o cachorro!”. Indiretamente ele está ensinando a criança sem ser rígido ou até mesmo grosso.

Trocar o nome de um objeto por um mais fácil achando que ajudará a criança é errado também. Chamar a chupeta de “peta” ou a mamadeira de “Tetê” faz com que a criança tenha que aprender duas palavras para um mesmo objeto, podendo prejudicar e atrasar o desenvolvimento da linguagem.

Dizer “Té o seu bunetu?” em vez de “Quer o seu boneco?”. Isso pode atrasar o desenvolvimento de alguns sons e os pais também estarão incentivando a fala errada.

Diminutivos não são bem vindos para os pequenos que estão começando a falar. Dizendo carrinho para carro ou gatinho para gato os pais estão aumentando a palavra,, dificultando o entendimento e a produção da fala.

Estimule o pequeno a dizer o que ele quer - Um dos artifícios que as crianças usam quando estão começando a desenvolver a fala é o gesto. Aponta para a água quando quer água, para o brinquedo quando quer brincar ou mesmo para a cama quando quer dormir. Se os pais simplesmente executam o desejo da criança não estão criando nela a necessidade de falar. Falar é difícil para quem está começando e, se apontando tem o que quer, porque a criança vai querer falar? Os pais devem falar o que a criança quer antes de realizar o desejo e se a criança já produz alguns sons deixe que tente falar, mesmo que não saia o som correto, depois repita a palavra corretamente e faça o que a criança quer.

Uma das dicas mais importantes é conversar com a criança na sua altura, olho no olho. Abaixe-se e fale com os pequenos assim eles poderão ter um modelo visual, verão os movimentos dos lábios e língua, além do modelo auditivo. Até os três anos a criança pode falar alguns sonzinhos errados, mas todos devem entendê-la. Já aos cinco, a articulação da fala deve estar completa usando muito bem a linguagem.

Qualquer dúvida procure um fonoaudiólogo para uma avaliação da fala e linguagem da criança.

EMOÇAO

Trauma infantil

O trauma infantil pode ter origens diferentes mas sempre é muito doloroso e quase impossível suportar

Alguns casos:

- violência infantil - que se caracteriza por maus tratos físicos;

- abuso sexual - quando há qualquer tipo de contato sexual entre a criança e um adulto ou simplesmente pessoa mais velha;

- criança negligenciada física e ou emocionalmente - quando os responsáveis por ela não fornecem os cuidados básicos necessários e adequados;

- criança que sofreu acidente traumático ou testemunhou violência contra pessoa muito próxima e outras situações.

Menina solitária em aparente sofrimento

Dependendo do grau de fragilidade emocional apresentado pela criança, o estresse pós-traumático poderá ser mais profundo e difícil de lidar.

Certamente, cada caso é um caso e, de forma geral, a criança necessita urgentemente de apoio psicoemocional e de segurança.

Conversar com a criança várias vezes e sempre que necessário, favorecendo um espaço emocional para que possa expressar livremente seus sentimentos, sem críticas ou julgamentos. Muita gente acha que não se deve tocar no assunto, mas é completamente o inverso. Quanto mais a criança falar, mais vai aliviar sua dor e se conscientizar de que não teve culpa.

Se se trata de uma criança retraída, apática e calada, peça que desenhe suas emoções ou o que aconteceu, enfim, o que ela desejar e conseguir. O que não pode é fazer de conta que nada aconteceu, pois estará prejudicando a recuperação da criança, sua saúde física e mental, além de menosprezar seus sentimentos.

Apesar de não haver um modelo de comportamento ou de emoção expresso pela criança que vivenciou o trauma, as consequências são graves de tal forma que os pais ou responsáveis mais atentos, conseguem detectar que algo muito sério está acontecendo com seu filho.

A criança pode apresentar distúrbio do sono com pesadelos constantes, ansiedade mais exacerbada, estado de alerta como se a qualquer momento pudesse estar em perigo novamente, voltar a molhar a cama, perda de apetite, vômitos, choro intenso e frequente, tornar-se arredia e com certo grau de agressividade. Ou seja, o comportamento infantil apresenta mudanças extremas.

Importante destacar que, se a criança tiver assistência adequada, rodeada de pessoas que ama e confia, de modo que possa se reassegurar de que está protegida, amparada e de que é compreendida e amada, com o tempo vai readquirindo confiança e, na medida do possível, reassume a rotina anterior.

Mas nem sempre é assim. Por ser uma situação muito dramática e de risco, para algumas crianças, a rede de apoio familiar e de amigos, não é suficiente. Necessitam de apoio profissional capacitado e imediato, bem como, as famílias para, além de amenizar seu próprio estresse, também possam aprender como ajudá-las quando estiverem em casa.

PRIMEIROS DIAS NA ESCOLA

Adaptação na escola em diferentes momentos

Paciência, tolerância e bom-senso podem tornar a adaptação escolar um processo menos traumático

O termo ADAPTAR-SE, se buscado nos dicionários da língua portuguesa será traduzido por acomodar-se, ajustar-se, adequar-se dentre outros. Podemos pensar também em um mimetismo, a harmonia dos animais com o meio, como um camaleão ou uma borboleta. Mas, estes sinônimos não traduzem a intensidade dos sentimentos que se passam nos novos frequentadores da escola, sejam eles de qual idade forem.

Professora confortando aluno que chora na sala de aula

Antes de mais nada é imprescindível que tentemos nos colocar no lugar das crianças ou adolescentes e façamos um pequeno exercício de reflexão.

Imagine-se em um emprego novo, em uma festa ou evento em que esteja sozinho, não conheça ninguém. Como se sentiria? Nós adultos conseguimos explicar, ou até de forma racional compreender esses sentimentos de estranhamento e apesar da situação desagradável, conseguimos superar esses obstáculos e nos adaptar ao novo rapidamente.

As crianças também os superarão, mas é importante que o adulto compreenda o que estão sentindo e as ajude a vencer esta etapa auxiliando-as, encorajando-as, mas não demonstrando compaixão e fazendo cessões. As crianças e adolescentes testam todo o tempo os adultos que as cercam e estes, ao se dobrarem diante de uma frustração, birra ou choro, só reforçam atos inadequados e dão espaço para que se tornem a cada dia mais controladores.

São vários os momentos em que as crianças e adolescentes passarão por adaptações e readaptações escolares.

Ao falarmos de adaptação na escola nos vêm a imagem daquelas crianças de um ou dois aninhos chorando copiosamente. Entretanto, há vários momentos distintos de adaptação e readaptação: bebês, crianças pequenas, maiorzinhas, transições do berçário para a Educação Infantil, da Educação Infantil para o Fundamental I, do Fundamental I para o II, do Fundamental II para o Ensino Médio, mudança de escolas, no meio do processo... Enfim, é preciso que nos coloquemos no lugar deles para podermos auxiliá-los nessas passagens.

Sempre ouvimos: “Nenhuma mudança é fácil!” e para que uma adaptação escolar ocorra da melhor maneira possível, precisa ser bem conduzida, minimizando sofrimentos desnecessários. Quando nos preparamos para as situações, estas acabam sendo menos dolorosas do que se apresentavam. Quanto menor o filho, mais difícil parece a separação e maior a ansiedade dos pais. O bebê não fala e isso provoca nos pais um vazio, pois não têm o registro que gostariam de como foi aquele dia do ponto de vista do bebê. Que bom seria, não é?

Para a escola e seus profissionais também é um momento difícil, pois há que se passar segurança e criar vínculos afetivos, antes de qualquer coisa e é claro que só serão alcançados pouco a pouco.

No mundo contemporâneo, muitos pais acabam por ter um sentimento de culpa por não poderem estar o tempo que julgam ideal com seu filho. Aqui vale a velha máxima “O que importa é a qualidade e não a quantidade do tempo em que passam juntos”. Não há porque se sentirem assim. As crianças crescem, amadurecem e precisam de novas experiências com outros da mesma idade. Por mais longo e cheio de lágrimas, que um período de adaptação possa ser, não traumatiza. Todos superam essas “dores” dos primeiros dias na escola e, logo, eles farão parte de uma lembrança distante.

Essas etapas podem parecer, ou até serem em parte dolorosas, mas aos poucos, pais, crianças e adolescentes passam a conhecer, confiar na escolha que fizeram e a lidar com mais tranquilidade e prazer com essas etapas que são fundamentais na formação e construção da personalidade de qualquer indivíduo.

De casa para o berçário

Há algumas décadas, talvez fosse uma situação inimaginável, mas hoje, muitas mães precisam deixar os filhos ainda bebês na escola e isso não deve ser permeado de culpa ou agonia. É claro que preocupação, insegurança e outros sentimentos passarão pelas noites das mamães e papais, mas ao se fazer uma opção dosada, ponderada e de acordo com o bolso, disponibilidade, filosofia e tudo mais que pais dedicados se informarão, o bebê estará certamente bem assessorado.

Até uns cinco ou seis meses de idade a adaptação é mais dos pais, que não sem razão, ficam apreensivos em ter que delegar os cuidados com seus pequenos a terceiros. O bebê nessa idade pode estranhar a nova rotina, mas ainda não estranha pessoas ao ponto de protestar e, sendo assim, essa transição costuma ser bastante tranquila. Depois dos sete ou oito meses, alguns bebês já estranham e então é preciso atentar para alguns detalhes.

Os cuidadores precisam ser orientados e preparados para compreender as etapas de desenvolvimento neuropsicomotor, o comportamento e cuidados com a assepsia do bebê, fazendo com que o bebê sinta-se acolhido. O espaço deve ser adequado, higienizado e estimulador. A escola precisa permitir que um responsável, permaneça na escola até que se sintam seguros bebê e família para que depois o bebê permaneça sozinho pelo período completo.

Do berçário ou de casa para a creche

Nesta etapa podemos descrever duas diferentes situações. Aqueles que já frequentam o berçário e farão a transição para a creche (0 a 3 anos) e aqueles que farão sua estreia na vida escolar.

Passar daquela vidinha de proteção e cuidados mais que especiais para uma exploração do espaço e relações mais amplas trarão muitas descobertas, alegrias e apreensões.

Os pais de bebês que já frequentam a escola estranham a mudança na rotina e nos cuidados. Via de regra reclamam que a escola relaxou, pois a criança chega cansada, suja, machucada, etc. Na verdade é uma transição saudável, mas difícil de aceitar. Os pais, mesmo que inconscientemente não querem que os bebês cresçam e muitas vezes tentam negociar com a escola uma “prorrogação” no berçário. Os profissionais precisam ser habilidosos e compreender que apesar do bebê já conhecer o espaço e as pessoas, haverá um estranhamento.

O ideal seria que a escola no início disponibilize algum profissional do berçário, que já possui um vínculo com a criança para acompanhá-la na nova turma e em momentos de recreação. No início ainda é importante que a criança faça sua assepsia, alimentação e soninho no berçário, para que só depois, aos poucos, seja feita a transição definitiva. Por outro lado, a nova professora e os novos amiguinhos, podem programar idas diárias ao berçário para começar a criar os primeiros laços e vínculos.

A segunda situação nesta fase é quando o bebê ou criança está entrando na escola por volta dos sete meses até quase três anos de idade, pela primeira vez.

Essa é a idade mais trabalhosa, pois a criança já estranha pessoas e não compreende ainda o que é a escola, o que está fazendo lá e principalmente que os pais continuam a existir mesmo quando não estão diante de sua vista.

É importante também neste caso que a escola permita a permanência da mãe, do pai, avós ou de alguém que a criança tenha um vínculo afetivo para acompanhá-la nos primeiros dias. Essa pessoa deve ficar de preferência em algum espaço que a escola tenha reservado para isso, nunca dentro da sala de aula, enquanto a criança reúne-se com a professora e os novos amiguinhos. Quando a criança sentir-se ansiosa, insegura ou quando chorar deve ser levada ao aconchego desta pessoa para que verifique que não foi abandonada. O familiar deve permitir a aproximação da criança com a professora e com os novos amiguinhos, pois ela precisa fortalecer os vínculos com eles. Se o adulto assumir uma postura superprotetora em lugar de auxiliar, acabará por tornar o processo mais difícil e doloroso.

Pode-se esperar que a criança fique ansiosa, proteste, chore, esbraveje e invente histórias, para evitar enfrentar essa situação. O ambiente familiar e as pessoas que nele habitam já são dominados por ela e isso lhe dá tranquilidade e segurança. Já na escola, encontrará obstáculos e desafios que ela provavelmente não estará com vontade de enfrentar. Ela não precisa clamar por atenção e carinho de seus pais, mas na escola ela precisará sim, conquistar seus espaços e afetos. Lá, as disputas serão leais, não é como com papai, com mamãe ou os vovós que a deixam ganhar no jogo ou fingem que não veem certas transgressões e concedem alguns privilégios só para vê-los contentes e de bem com a vida.

Por mais que os pais estejam apreensivos é importante procurar não passar essa preocupação à criança, mas sim ressaltar os pontos positivos que existirão na sua nova rotina, falando bem da escola, das novidades, dos amigos e brincadeiras. Dorzinhas de barriga, alterações de humor, no sono, manhas e birras são esperadas nesse contexto.

De casa para a escola aos 3 ou 4 anos ou da creche (0 a 3 anos) para a pré-escola (4 e 5 anos)

Este é outro momento de transição ou adaptação. Mas, via de regra é uma situação em que as crianças já compreendem as mudanças, verbalizam e, portanto, costuma ser uma adaptação bem mais fácil. Neste caso um ou dois dias já costumam ser suficientes para que a criança se integre. Esse é o tempo para que elas criem laços, se sintam aceitas, reconheçam os espaços, as pessoas e as novidades.

O professor pode elaborar um planejamento significativo, que promova atividades de integração e se utilize de muita cor, música, água e areia. Assim, será capaz de motivar até a mais sisuda das crianças.

Do pré para o Ensino Fundamental I (do pré para o 1º ano)

Com a nova legislação e o ensino fundamental de nove anos, essa transição está ocorrendo precocemente, aos seis anos de idade.

Um dos maiores erros que se faz nas escolas é considerar o aluno que passa para o ensino fundamental como um mini-adulto. De repente ele deve deixar de ser criança, cria-se uma rotina completamente diferente daquela, que tinha o lúdico como premissa, para uma engessada e, com isso, toda a criatividade, competências e potencialidades são engessadas também. As crianças não deixam de sê-las em um período de férias de verão.

A escola deve compreender a criança como o ser holístico que é e proporcionar a ela um planejamento dinâmico e flexível permitindo que se adapte a nova rotina de uma maneira natural e alicerçada considerados seus conhecimentos prévios, maturação e curiosidade.

A escola pode propor uma carga horária gradativa, mantendo atividades lúdicas como a hora do pátio, histórias, fantoches, dentre outras e aos poucos ir priorizando outras atividades, ano a ano, entretanto sem eliminar o lúdico pois sabe-se que sempre enriquecem qualquer processo educativo.

Do Fundamental I para o Fundamental II (do 5° para o 6º ano)

Nesta etapa, a criança, na verdade um pré-adolescente, passa do contato com poucos professores, que na maior parte das vezes tem uma ligação próxima e afetiva com eles, os conhecem pelos nomes, suas famílias (todos mais afetivos e próximos dos alunos) para um modelo com um professor para cada componente curricular, em aulas de 50 minutos que exigem um ritmo mais rápido de aprendizagem. A entrada na pré-adolescência, também implica em muitas mudanças. Esperar que seja uma transição tranquila seria utopia.

Todavia, é possível se minimizar as ansiedades e transformações se a escola pensar nessa etapa com a devida antecedência.

A escola pode, por exemplo, inserir um novo professor a cada ano, trocando-se 2 professores regentes para inverter disciplinas, por exemplo, para que os alunos comecem a trabalhar com a diversidade de estilos e exigências.

Outra ação positiva é fazer um planejamento interdisciplinar. Uma das maiores dificuldades para os alunos que ingressam nessa fase é a quantidade enorme de exigências em cada componente curricular, desproporcional ao que estavam até então acostumados. Os professores, via de regra, não se conversam e acabam exigindo uma carga grande de trabalhos, pesquisas e lições de casa sem se preocuparem em saber se nos outros componentes curriculares outros professores também já não solicitaram um volume grande de compromissos para o mesmo período. Essa questão pode ser facilmente solucionada com reuniões de nível e uma agenda mensal fixada na sala. Desta forma um professor poderá consultar o que os outros solicitaram e rever e remanejar suas próprias solicitações.

E daí por diante estaremos sempre em novos processos adaptativos: do Ensino Fundamental II para o Ensino Médio, deste para a graduação, para a pós, para o mestrado, para o doutorado, para o pós-doutorado, para o trabalho e para a vida, que se bem conduzidos só nos farão seres humanos holísticos, íntegros e cidadãos prontos para os novos desafios.

GESTAÇÃO FELIZ

Planeja a gravidez e estar ciente do que estar por vir torna a gravidez um momento tranquilo e alegre.

Emoção e ansiedade, essas são as sensações que descrevem bem a maternidade, mesmo que a gravidez seja planejada. Um momento novo, único e muito especial tanto para a futura mamãe, quanto para o futuro papai. A chegada de um bebê é a realização de muitos casais e vem acompanhada de dezenas de dúvidas.

Marido abraçado à sua esposa gestante

A primeira dúvida que os futuros papais têm é: Quando gerar uma nova vida? O filho deve nascer primeiro no coração, o planejamento começa com o desejo de gerar uma nova vida. Quando este desejo já existir, é hora de pensar nas condições para o aumento da família: a estrutura familiar, os aspectos financeiros, de moradia e o mais importante, a afinidade entre os pais. “As mudanças serão gigantescas: a intimidade do casal sofre muito com o novo estilo de vida; não há mais aquela liberdade para sair a qualquer momento. A vida sexual também sofre com as mudanças, o diálogo fica prejudicado, pois as conversas giram em torno apenas do bebê”, diz o diretor da Maternidade do Hospital Samaritano, Dr. Edilson da Costa Ogeda.

Segundo o especialista, a melhor forma de se preparar para receber um filho é buscar informações nas mais variadas fontes. Ler livros sobre o assunto é sempre muito bom para se informar, mas as conversas com amigos e familiares ajudam a identificar as histórias vencedoras e as perdedoras. Muitas vezes, vale a pena até procurar um profissional para ajudar na nova fase. “A orientação psicológica, quando necessária, poderá dar as ferramentas que o casal precisa para enfrentar as dificuldades”, afirma Ogeda.

Planejar é fundamental, desde o preparo da saúde dos futuros papais, até o uso de medicamentos pela mamãe que ajudam no desenvolvimento saudável do bebê, como o ácido fólico, um componente derivado da Vitamina B que ajuda diminuir o risco de malformação no sistema nervoso do embrião.

Assim que o exame da mamãe dá positivo, outras dúvidas aparecem. Cada uma das perguntas são respondidas aos poucos e a cada etapa que se passa, mais perguntas vão surgindo. Em geral, a gravidez tem seu curso influenciado por uma série de fatores, por isso, a grávida deve ter o cuidado de fazer um acompanhamento pré-natal rigoroso. Deve fazer todos os exames laboratoriais, ter uma alimentação equilibrada, comer em intervalos menores de tempo e beber bastante líquido durante todo o dia, o que favorece a digestão, o funcionamento intestinal e diminui o risco do ganho de peso excessivo. Segundo o Dr. Ogeda, as deficiências nutricionais podem acarretar aumento nos índices de abortos, malformações, restrição de crescimento intra-uterino e anemia.

Além disso, é ótimo manter uma atividade física regular quando não há contra-indicações médicas, como caminhada, natação, hidroginástica ou ioga.

Um dos assuntos que mais assombram os casais “grávidos” é o sexo. Muitos ficam com medo de ter relações sexuais pensando que isso poderá acarretar alguma complicação à gestação ou ao bebê. Esse medo não passa de um fantasma. A mulher grávida em alguns casos pode se sentir até mais apta para a atividade sexual. “O casal deve conversar e se amar da forma desejada neste período”, afirma o médico. De uma forma geral, quando não há contra-indicações médicas, a vida sexual pode e deve ser mantida. É saudável para os casais manter a relação normal. Afinal, a mamãe não está doente.

Uma das principais preocupações durante uma gestão é a alimentação da mamãe. Esse é o momento em que o organismo dela passa por grandes transformações. As necessidades nutricionais são elevadas neste período e podem impactar o crescimento e desenvolvimento do feto, mas aquela história de “comer por dois” é mito.

Pelo menos três meses antes de tentar engravidar, a futura mamãe deve aproximar-se o máximo possível do seu peso ideal, pois não é aconselhável emagrecer durante a gravidez. Mamães com excesso de peso podem desenvolver diversas doenças como: Diabetes Gestacional e as Síndromes Hipertensivas da Gestação.

Por isso, é muito importante fazer um acompanhamento pré-natal junto com uma equipe de nutrição, que pode dar melhores condições e oportunidades para uma gestação mais tranqüila e saudável, diminuindo os riscos para a mãe e bebê.

A última dúvida do casal antes do bebê nascer, normalmente se refere ao parto. O que é melhor: parto normal ou cesárea? O parto natural é basicamente quando o médico acompanha o parto, sem intervenções – como anestesias, induções ou rompimento artificial da bolsa. Neste caso, o ritmo e o tempo do trabalho de parto são respeitados e, para alívio das dores, são utilizadas técnicas de respiração e relaxamento. A vantagem em relação à cesárea é a recuperação pós-parto que é muito mais rápida. Além de haver menores riscos de infecções e hemorragias. O processo pode levar várias horas, principalmente no primeiro parto. Os partos naturais podem ser realizados na posição em que a mulher julgar mais confortável: em pé, de cócoras ou até mesmo dentro da água.

A cesárea é uma opção que normalmente é tomada pelo médico obstetra, e muitas vezes é relacionada a alguns fatores que podem por em risco a vida da mãe e do bebê como, por exemplo, em caso de desproporção do tamanho do bebê em relação à bacia óssea da mãe, infecções maternas graves, gestantes diabéticas ou hipertensas, sofrimento fetal, posição desfavorável do bebê, ou quando um trabalho de parto não progredir satisfatoriamente.

Agora, é só curtir. A gestação acabou e uma fase ainda mais feliz está apenas começando!

SEXO NA GRAVIDEZ

Sexualidade na gravidez

Este é, talvez, o tema mais delicado e difícil de ser abordado pelo casal grávido, não obstante as dúvidas e ansiedades que suscita.

Homens e mulheres ainda sentem muito constrangimento em falar sobre sua própria sexualidade, principalmente no tocante às dificuldades, mesmo que seja entre parceiros.

Assim, quando o obstetra afirma que o casal deve abster-se de sexo por ser uma gravidez de risco, ninguém contesta nem sequer procura saber o que é ou não permitido e o que fazer quando a sexualidade aflora, uma vez que ela não deixa de se manifestar porque houve uma restrição médica.

Emocionalmente, uma bomba foi lançada no relacionamento conjugal. O casal, assustado, passa a evitar todo tipo de contato, fica muito mais fragilizado e distante e a ansiedade que poderia ser amenizada momentaneamente através do orgasmo, intensifica-se, criando novos temores e angústias.

Este pode ser, então, o momento de grandes descobertas amorosas. Se o casal encontra-se num relacionamento estável, maduro e sólido, quando a vinda de um filho poderá uni-los de modo mais pleno ou mesmo se a intimidade entre os parceiros propicia um diálogo aberto e honesto, há possibilidade de se poder descobrir outros jeitos de fazer amor, sem que haja penetração.

A criatividade sexual pode entrar em cena, através de jogos eróticos, novas posições e novas fontes de prazer, que transformarão tudo numa grande aventura, plena de lances inusitados e estimulantes, onde cada um poderá expressar suas preferências e fantasias mais íntimas. Tudo é permitido desde que haja harmonia entre o casal, que deve buscar o bem-estar mútuo e um maior equilíbrio emocional, diminuindo as ansiedades e angústias próprias desse período.

Essas experiências amorosas e sensuais marcarão o início de uma vida sexual mais prazerosa e satisfatória e, certamente, aprofundarão o relacionamento conjugal de maneira mais duradoura.

Mesmo o casal que não sofreu restrição quanto às relações sexuais, também deveria fazer uso destes jogos de sedução, descobrindo e intensificando as carícias e o prazer.

Mas não é o que comumente acontece. Vários fatores, conscientes e inconscientes, contribuem para a alteração do desejo sexual.

No início da gravidez, muitas gestantes manifestam sintomas como náuseas, vômitos, hipersonia e o grande temor do aborto, por acreditarem que o feto ainda não está suficientemente aderido ao útero, e isso compromete sobremodo o desejo sexual.
Os aspectos regressivos inconscientes ocorrem desde o início da gravidez, fazendo com que a gestante se identifique com o feto, o que a torna mais sensível e vulnerável, com intensa necessidade de proteção e carinho. Neste momento, volta-se para si mesma, num movimento de introspecção, evitando qualquer estímulo que interfira neste processo ; e aqui pode-se incluir o sexo, como uma espécie de preparação para todas as mudanças físicas e emocionais que têm início. Com o passar do tempo, a intensidade da angústia do perigo do aborto diminui consideravelmente, podendo até cessar.

Com o corpo visivelmente grávido, seios e ventre avolumados, muitas gestantes percebem-se mais femininas e sensuais, o que faz aumentar o desejo sexual e a procura pelo parceiro.

Outras, ainda, por já se encontrarem grávidas, liberam a sexualidade mais espontaneamente, por vezes experimentando pela primeira vez o orgasmo pleno. Alguns homens chegam a estranhar o comportamento de suas mulheres, pois não condiz com a imagem idealizada da figura materna, que é assexuada e pura. Passam, assim, a evitar o contato físico como se este fosse pecado e, portanto, inadequado para a situação presente.

A raiz de tais sentimentos jaz na própria religião que, desde muito cedo ensina aos fiéis, que toda a humanidade originou-se de Adão e Eva através do "pecado original". A fatídica "mordida na maçã", símbolo do sexo pelo sexo, o prazer físico, a sexualidade propriamente dita.

Desta forma , ainda segundo a religião, o símbolo da maternidade foi dedicado a Maria, que concebeu Jesus sem pecado, continuando, portanto, pura e imaculada.

Esses conceitos religiosos que fazem distinção entre maternidade e sexualidade, inconscientemente influenciam a vida sexual, desde o momento da concepção, podendo perdurar por um tempo longo demais.

O sexo, após cumprir sua função mais importante que é a perpetuação da espécie, passa a ser "pecado".

Como a gravidez propicia à gestante e ao ambiente próximo, em especial, ao futuro papai, um estado regressivo, inconscientemente reativam a imagem da própria figura materna grávida, todos os sentimentos que a envolveram e o significado mais puro da maternidade. Daí uma das grandes dificuldades em expressar a sexualidade sem culpa, num momento tão intenso e repleto de emoções várias.

Nos casos em que a gravidez não foi desejada e mesmo não fazia parte dos planos mais imediatos, muitas mulheres, por sentirem aversão ao seu estado, apesar da decisão de lhe dar continuidade, rejeitam seus parceiros numa atitude de punição por tê-las engravidado.

Outras, psicologicamente menos amadurecidas e, portanto, mais dependentes de suas próprias mães ou de seus parceiros, enquanto figuras paternas, sentem-se mais filhas que mulheres e mães, o que também pode inibir a sexualidade.

Outros fatores de peso também alteram a vida sexual, como a vivência real de aborto espontâneo, repetido ou não, depressão materna e o medo de prejudicar o feto. Com relação a este último, se as relações sexuais foram liberadas pelo obstetra, não oferecem perigo, pois o feto está muito bem protegido pela bolsa d'água, que funciona como um amortecedor, e o colo do útero encontra-se fechado.

Também não é verdadeiro o mito que se criou em torno do orgasmo, que pode provocar o aborto. Muito pelo contrário : o orgasmo é altamente benéfico em qualquer época da gestação, pois tem a função de servir como "válvula de escape" para as ansiedades próprias da gravidez. Além disso, propicia a continuidade da harmonia conjugal, diminuindo o ciúme do casal: o do homem em relação ao bebê, que é percebido como um rival pela íntima relação mãe-bebê, da qual muitas vezes se sente excluído e, da gestante, com referência às possibilidades do parceiro sair em busca de aventuras extra-conjugais.

Há, também, um fator biológico importantíssimo a ser considerado sobre o orgasmo: exercita os músculos do períneo que serão muito solicitados por ocasião do parto.

O modo como a gestante percebe a estética de seu corpo pode influenciar na sexualidade. Se ela se sente feia e gorda ou percebe que seu parceiro a vê desta forma, fará com que altere e até cesse o desejo sexual. Muitas vezes, mesmo que ele se orgulhe de seu estado e a elogie, não modifica seus sentimentos, podendo, inclusive, irritá-la mais.

Há homens que sentem o corpo da gestante como muito sensual e atraente, pois se constitui na prova viva de sua própria virilidade.

Há outros em que ao verem a ultra-sonografia e constatar a existência real do bebê ou mesmo quando percebem os movimentos fetais no útero materno, passam a evitar as relações sexuais, pois são sentidas como realizadas a três. Outros, ainda, inconscientemente evocam a figura materna e a atividade sexual é percebida como se acontecendo com a própria mãe, o que, certamente, torna-a inviável.

As transformações hormonais que ocorrem na gestante, provocam a mudança do cheiro e o aumento da secreção vaginal o que, para alguns homens, causa estranhamento na penetração e pode fazer com que evitem o sexo oral.

Algumas gestantes necessitam neste período de maior demonstração de carinho, apoio e até de certa dose de erotismo e menos necessidade de relação sexual com penetração.

Se a gravidez ocorreu com um parceiro eventual ou numa relação cujo vínculo ainda não se fortaleceu e a comunicação entre os parceiros não atingiu o grau de confiança e cumplicidade necessários, o medo de magoar o outro muitas vezes leva a aceitar que o sexo se concretize contra a própria vontade, mais como uma obrigação conjugal.

Ao final do terceiro trimestre de gestação, quando o corpo da mulher, já bem desenvolvido, não permite as posições mais tradicionais, alguns homens não se sentem à vontade com novas posições ou mesmo por retornar o temor de prejudicar o feto.

Novamente entra em questão a possibilidade de se criar outras alternativas amorosas, para que não cesse o encontro do prazer físico-emocional, quer sejam, a masturbação a dois, sexo oral, anal, desde que não interfiram negativamente no respeito aos desejos de cada um, mais fundamental que o próprio prazer em si.

Concluindo, a sexualidade ativa nunca deveria ser interrompida em nenhum momento da gravidez, visto que não é apenas com a penetração que se atinge o orgasmo. Há várias maneiras de se atingi-lo e cada parceiro pode usar de suas próprias fantasias eróticas para que se mantenha viva esta chama tão importante na vida conjugal e tão benéfica nesta fase.

Por conter aspectos inconscientes, a alteração do desejo sexual de um parceiro nem sempre é compreendida pelo outro e, muitas vezes, é captada como uma dificuldade de ordem pessoal, tornando a relação mais vulnerável e o vínculo conjugal ameaçado.

Assim, o significado de tais alterações são percebidas pelo homem e pela mulher de maneiras diferentes.

Para o homem, pode ser a confirmação de sua exclusão na relação mãe-bebê e pode causar-lhe profunda mágoa e grande irritação ao se perceber apenas como reprodutor. Conseqüentemente, isso provocará um maior afastamento de sua parceira, num momento em que ela está mais necessitada de sua presença física e emocional.

Para a mulher, pode ser a confirmação de sua fealdade, fazendo-a sentir-se menos sedutora, sem atrativos, muitas vezes reclamando que o parceiro está desinteressado pela gravidez e pelo bebê e, acima de tudo, levando-a a suspeitar da fidelidade conjugal.

É, portanto, de suma importância, o diálogo entre os dois, sem mágoas e ressentimentos, assim que as dificuldades conjugais comecem a surgir, para que não se acentuem e impeçam a retomada do vínculo posteriormente.

Mais uma vez há de se falar da importância do acompanhamento psicológico da gravidez, no sentido de ajudar a tornar conscientes os aspectos ocultos de atuação dos parceiros, pois permite a expressão e o esclarecimento dos sentimentos mais íntimos e profundos do casal grávido.